15 de abril | 2017

Geninho põe USA do SAMU para rodar sem ter regulamentação no Ministério da Saúde

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O ex-prefeito Eugênio José Zuliani colocou a USA (Unidade de Suporte Avançado) do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), sem que o veículo estivesse regulamentado e legalizado pelo Ministério da Saúde. Essa ambulância, do tipo UTI Móvel, chegou na cidade em meados de outubro de 2013, mas foi colocada em funcionamento apenas no dia 5 de dezembro de 2016, ou seja, no apagar das luzes de seu governo, mesmo sem a regulamentação necessária.

Essa informação veio à tona na tarde desta quinta-feira, dia 13, quando a reportagem desta Folha recebeu uma reclamação de que o prefeito Fernando Au­gusto Cunha estaria devolvendo o veículo ao Governo Federal.

“A USA foi uma nova conquista devido a grande insistência. Agora ela está em processo de habilitação juntamente ao Ministério da Saúde, sendo assim, somente depois de Portaria de Habilitação publi­cada no Diário Oficial da União, ela estará em pleno uso”, justificava a então secretária de Saúde, Silvia Elizabeth Forti Storti, ainda em 2013.

Todas as ambulâncias do SAMU – 192 são monitoradas pelo Ministério da Saúde, através da Central de Regulação de Barretos. “Esta parceria com o Ministério da Saúde também se faz com repasse financeiro mensal, após habilitação com contra partida do município”, acrescentava Silvia Forti.

No entanto, segundo a reportagem apurou, a USA ainda não estaria regulamentada porque a Prefeitura Municipal deixou de encaminhar a documentação necessária para o Ministério da Saúde.

A USA está equipada com: desfibrilador, rede de oxigênio e de ar comprimido, rede de energia elétrica, aspirador, respirador (suporte de ventilação assistida), oximetria digital, equipamentos para imobilização, equipamentos no caso de parada cardiorres­piratória, medicação para todo caso de urgência/emergência e macas especiais.

MAIS CARO

Entretanto, o alto custo para a manutenção fez o prefeito Fernando Cunha ter interesse na devolução da USA, após estudo sobre a viabilidade da ambulância, no qual se identificou o alto custeio para manutenção, diante da baixa demanda do serviço.

Segundo o levantamento da secretaria de Saúde, os custos para manter o veículo seriam de R$ 130 mil/mês, sendo repassado pelo Ministério da Saúde apenas R$ 38,5 mil/mês, o que necessitaria de R$ 91,5 mil/mês de contrapartida da Prefeitura.

Por outro lado, de acordo com a Secretaria de Saúde do governo Cunha, nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, foi utilizado o serviço terceirizado de transporte avançado, com um custo total de R$ 60 mil no período, o que evidencia que a terceirização, além de suprir a demanda da população, ainda traria uma economia de cerca de R$ 100 mil/mês aos cofres públicos, que podem ser mais bem investidos na frota, Unidades de Saúde, UPA e outras necessidades da saúde local.

Além disso, para funcionamento regularizado, a USA exige a presença de uma equipe assistencial composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e condutor socorris­ta, o que influi no alto custo.

Cabe ressaltar ainda que o município possui uma Unidade de Suporte Básico (USB), funcionando com um condutor e técnico em enfermagem, além de conter materiais para curativo, imobilização, acesso venoso e Desfibrilador Automático Externo, que é um equipamento eletrônico, cuja função é a reversão das arritmias cardíacas pela aplicação de um pulso de corrente elétrica de grande amplitude em um curto período de tempo.

Esse equipamento é fundamental para iniciar as manobras do Suporte Básico de Vida em situações de parada car­diorres­pi­ratória. Diante dos motivos acima expostos, a unidade seria devolvida ao Ministério da Saúde.

No entanto, na segunda-feira desta semana, dia 10, ficou acertado com o enfermeiro e coordenador regional do SAMU de Barretos, Ronaldo Araújo, a sugestão para que, ao invés de devolver ao Governo Federal, o veículo fosse dispo­nibilizado para o SAMU Regional de Barretos.

Com isso, a USA atenderia toda a região, inclusive Olím­pia. Assim, a transferência do veículo para Barretos será solicitada ao Ministério da Saúde.

Vale ressaltar que este veículo foi recebido pelo município em outubro de 2013, mas só entrou em operação três anos depois, no dia 5 de dezembro de 2016, cabendo à nova gestão arcar com os custos da reativação.

 

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