12 de julho | 2009

Geninho endossa diretor e vai continuar corte de água ilegal

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 Ao conceder uma entrevista na quarta-feira, dia 8, o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, endossou as medidas adotadas e praticamente afirmou que o superintende geral do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), Valter José Trindade, dará continuidade aos cortes de fornecimento de água ilegais, ou seja, inclusive fazendo ameaças aos consumidores que têm débitos atrasados com a autarquia.

O prefeito justifica que se trata de uma transformação na forma de administrar o futuro do departamento e que está fazendo a população se aproximar da autarquia.

“Essa transformação causa algum transtorno inicial. Você é pego de surpresa por um des­mando de 10 anos e é cortada sua água. O DAEMO religa no mesmo dia, mas precisa provocar esse corte para que a pessoa vá até o DAEMO, porque antes de cortar foram emitidas as cartas de aviso e carta de aviso, somente, não faz com que a pessoa vá.

Uma grande parte vai até ao DAEMO e parcela e o corte não acontece, mas somente o corte faz com que a pessoa vá até lá. Então, quero dizer a todos que nosso trabalho tem sido muito planejado. Eu já esperava eventuais críticas, alguns desabafos, acho isso natural e faz parte do nosso processo e temos sensibilidade suficiente para entender isso”, afirmou em determinado ponto da entrevista que concedeu à Rádio Difusora AM.

De acordo com o prefeito, o DAEMO tem uma dívida ativa bastante alta, embora cerca de 60% da população paguem suas contas em dia. Ele explica que a autarquia adotou a política do corte. “Você infelizmente só consegue obter essa mudança estrutural fazendo o corte”, acrescenta.

No entanto, afir­ma que se preocupa com as famílias que não tem realmente con­dições de pagar suas contas. “Estamos fazendo essa primeira etapa que é o corte e todos estão pagando. Chegam e colocam suas condições e o parcelamento é feito dentro das condições normais de cada um. Paga a água do mês normal e uma parcela”, explica a forma como se consegue o re­ligamento.

Porém, alega que quer melhorar a qualidade da água e evitar a prática de crime de responsabilidade prevista em leis, acaso renuncie receitas, como seria se deixasse de focar os pagamentos das contas de consumo de água antigas.

“Não é nenhuma atitude ditatorial de quem quer deixar as pessoas sem água. O DAEMO está fazendo isso para poder resgatar sua dívida ativa e provar que tem condições de ser uma empresa eficiente no sistema”, enfatizou.

Mas a atitude tem sido contestada, principalmente pelo método ameaçador dos avisos de cortes. “A prática é ditatorial sim, pois utiliza da ameaça e da privação de um produto cuja constante distribuição é garantida na constituição e considerada ilegal e inconsti­tu­cional por reiteradas decisões dos tribunais pátrios”, declara o jornalista e colunista José Antônio Arantes, em sua coluna que sai publicada nesta edição.

Por outro lado, mais uma vez a reportagem desta Folha da Região não conseguiu ouvir as explicações do diretor do DAEMO. Na manhã da quarta-feira, dia 8, portanto antes do feriado estadual de 9 de Julho, a informação obtida era que estava em reunião e que não poderia atender ao repórter. 

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