08 de julho | 2018

Fraqueza causa sacrifício de vaca no pasto do Maranata

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O estado de fraqueza ca­usado pelo abandono dos proprietários já causou o sa­crifício de uma vaca no pasto do antigo Jardim Ma­ranata, localizado ao la­do do Jardim Hélio Ca­za­rini, conhecido popularmente por Cohab III, na zona sul de Olímpia onde aproximadamente 60 animais estão em estado de penúria, passando fome e sede. A informação é da integrante da ONG SOS Animais, Cidinha Pama, durante entrevista que concedeu na manhã desta sex­ta-feira, dia 6.

“Aquela vaca que apareceu nos vídeos morreu. Na verdade, foi feita uma eutanásia porque não tinha mais jeito dela levantar. Todo animal de grande porte quando cai, a recuperação é quase impossível”, informou. Antes, um bezerro já havia perdido a vida também por falta de comida e água para beber.

Além disso, ela diz que a situação no local é muito complicada. Segundo ela, tem os outros animais no local, mas são diversos donos. Pama explicou que a­té tem dono que cuida bem do animal. “Você vê cavalo gordo, vê boi gordo, vaquinha gorda, mas você vê outros esqueléti­cos”, acrescentou.

Pama avisa que as “pessoas que têm a consciência de cuidar do seu animal, nessa época de seca, ela tem lá uma alimentação para substituir o pasto, então vai lá e trata e os outros animais, coitadinhos, eles ficam lá a Deus dará, esqueléticos até que um dia cai e quando cai dificilmente ele levanta. E aí é assim, ou você faz a eutanásia ou você deixa lá mor­rer até chegar o momento de esgotar todas as energias”.

Porém, Pama conta que depois da reclamação e do boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia, a situação até melhorou um pouco. “Já vejo uma certa movimentação dos donos para tratar os bichinhos. Porque antigamente você não via ninguém, eles simplesmente não apareciam. Não posso dizer que sejam todos os donos, porque mesmo no princípio quando eu cheguei a primeira vez, já existia diferença no mesmo local de animais, então aí vo­cê vê que não é o fato da seca, é do cuidado do do­no do animal mesmo”.

Cidinha Pama lamenta a falta de consciência das pes­soas: “a consciência, a humanidade, as pessoas têm que olhar o bicho co­mo ser vivo e que geralmente é muito raro”.

De acordo com ela, tinha até um cavalo comendo terra: “um cavalo pastando, mas não tinha nada no terreno a não ser o mato seco. Ele foi comendo o mato seco, foi comendo a terra”.

No entanto, não se trata de uma situação tão comum: “como é de grande porte não é muito que chega ao nosso conhecimento. Já tivemos alguns casos, inclusive em Baguaçu que tinha urubu em cima da vaca comendo e ela estava viva”.

No caso desse pasto, ela conta que um rapaz passeando com um cachorro sentiu um cheiro forte e farejou e tinha uma ossada lá, quer dizer, já tinha mor­rido algum antes e aí houve a denúncia. Ele ligou denunciando que tinha essa vaca caída no pas­to e foi aí que a Daemo foi lá”.

Mas naquele local, pelo menos aparentemente, essa parece ser uma situação corriqueira: “O senhor que mora e trabalha lá, quando comecei a fazer soro na vaca e ficar naquele corre-corre, ele falou para mim não sei por que você está fazendo isso, no ano passado morreram nove, tive um puta de um prejuízo”.

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