29 de novembro | 2015

Folha consegue depoimento do latrocida de Dilé em Terra Roxa

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No depoimento prestado em Terra Roxa ao delegado Emerson da Silva Abade e acompanhado pelo delegado Ricardo Afonso Ro­dri­gues, de Olímpia, Cristiano Ailton Costa (foto) prestou o seguinte depoimento: não tenho advogado e pretendo que minha prisão seja co­mu­nicada à minha irmã Cla­u­diane. Tudo aconteceu em Olímpia, no sábado à noite. Eu já vinha com a cabeça bastante perturbada em razão das últimas coisas que aconteceram na minha vida, principalmente a separação de minha esposa. No sábado eu saí da minha ca­sa para fazer um “bico” em um bar onde instalei um ventilador. Tomei umas doses.

Só que o meu pensamento estava no “Dilé”, pela raiva que eu estava dele. Foi meu patrão, trabalhei para ele cinco ou seis anos, entre indas e vindas. “Dilé” me de­mitiu por justa causa há cinco ou seis meses, pois eu bati a caminhonete dele. Eu tinha envolvimento com drogas, mas eu estava trabalhando com ele. A caminhonete ficava comigo. Eu briguei com a minha mulher e sai desnorteado na madrugada (dia 23/02/15) e bati a caminhonete. O “Di­lé” prestou queixa de ro­ubo e me deu justa causa. Isso destruiu a minha vida. Não consegui registro em mais lugar algum.

Fiquei com muita raiva do “Dilé”. Naquele sábado (dia 21/11/15), peguei R$ 30,00 e liguei para a minha ex-mulher para ver os meus filhos. Ela respondeu que os dois mais velhos não estavam lá e o recém-nascido ela disse que não, pois já passava das 20h30. Perdi ela (ex-mulher), meu emprego e meus filhos. Foi aumentando a raiva. Eu fiquei no bar tomando cerveja e uma dose e depois passei no caminho e peguei um pino de cocaína e cheirei. Com o álcool, a cocaína, a minha cabeça ficou ainda pior.

Cheguei do lado oposto da casa do “Dilé” e sentei atrás do caminhão dele. Eu deixei o meu chinelo na calçada e vi que o portão da casa estava fechado, mas eu sabia que lá no fundo a porta da cozinha estava aberta para permitir a entrada do ca­chorro. Pulei o portão e abri a porta da cozinha, fui no sentido do quarto do “Dilé”. Eu o vi sentado na cama assistindo televisão. Com a minha presença ele se assustou e eu comecei a gritar “você acabou com a minha vida”; “Dilé” me empurrou e saiu correndo e foi para a cozinha . Ele voltou com uma faca na mão e eu fui para cima dele. A luta corporal aconteceu dentro do quarto sobre a cama. Eu segurei a mão do “Dilé” e acabei cortando o dedo indicador da mão esquerda.

Consegui jogá-lo no chão pegando a faca da mão direita dele. Eu o cortei, não cheguei a enfiar. No chão “Dilé” segurou a minha mão e eu passei a faca no pescoço dele e depois embaixo do braço. Aí ele passou a sussurrar. Eu fiquei apavorado, estava sangrando, então usei a minha camisa para tentar limpar o local. Ferido não sabia o que fazer. Tinha que pegar alguma coisa para ir embora. Pensei na caminhonete e passei a procurar a chave, mas não achei, revirei tudo.

Abri a gaveta e encontrei a carteira dele e coloquei na minha cintura, não notando quanto havia nela em dinheiro. Quando eu fui ao carro meio prata na garagem da casa, pois a chave do veículo estava em cima da mesa, mas não consegui abrir o portão, que estava trancado. A faca do crime eu joguei dentro do vaso do banheiro. Joguei minha camisa com sangue. Peguei uma camiseta no guarda-roupa do “Dilé”. Peguei as chaves da caminhonete e fiquei uns dez minutos tentando destravar o volante, pois ela tem um problema técnico, que já era do meu conhecimento. Consegui ligá-la, vi que tinha combustível. Peguei o dinheiro da carteira fui para a vila, em uma biqueira, comprei cinco pinos de cocaína na rua sete, com um moleque que trafica para o Kiki, paguei R$ 100,00.

Em seguida sai e fui em sentido a um puteiro na saída do ginásio de esportes, mas não fiquei porque tinha muita gente ali e fui para Severínia. Parei em um posto, em uma loja de conveniência comprei cerveja. Sai sentido Bebedouro. Pela ma­nhã de domingo (dia 22), tomei café em um posto e segui, quando vi que tinha pedágio, peguei o retorno e fui no sentido Vira­do­uro. Lavei minha bermuda suja de sangue em um rio e joguei a carteira do “Dilé” fora, pois o dinheiro havia acabado. Em seguida, o com­bustível da caminhonete acabou. Fiquei a noite inteira acordado.

Na manhã de segunda-fe­ira fui a um posto de saúde em Viradouro, pedir ajuda. Fizeram um curativo em meu dedo. A atendente me deu água e café e ainda R$ 10,00. Ela ligou para a minha irmã, falei para ela que estava em Terra Roxa, mas não falei do crime. Fui na assistência social e consegui uma bermuda e uma camiseta, além, de passagem para Colina ou Bebedouro. Fui para a rodoviária de Terra Roxa, onde a polícia me encontrou. Estou ar­re­pendido.

Apropriação indébita causou a demissão do acusado

Foi registrado na delegacia de polícia de Olímpia, no dia 24 de fevereiro deste ano, um boletim de ocor­rên­cia de apropriação indé­bita contra o eletricista Cris­tiano Ailton Costa. No registro policial Suzerlei José An­dreo Estábio, o “Dilé”, relatou que o seu funcionário pegou sua caminhonete, sem autorização e se envolveu em um acidente na rodovia Washington Luis, proximidades do trevo de U­cho­a. Também foi questionado o paradeiro de uma caixa de ferramentas, que estaria com o acusado. Foi quando teve início a desavença que acabou culminando com o latrocínio.

De acordo com o boletim de ocorrência, “Dilé” relatou na polícia que Cristiano Ailton Costa era seu funcionário, onde utilizava a caminhonete GM/Chevrolet D20 Custon, de placas HQQ 3385, branca de sua propriedade , para realizar alguns serviços. No entanto, no dia 23 de fevereiro de 2015, por volta das 4 horas, Cristiano utilizou a caminhonete sem autorização, trafegando pela rodovia Washington Luis, passando pelas cidades de Tabapuã e Catiguá, onde próximo do trevo de Uchoa seu funcionário perdeu o controle da direção do veículo, vindo a cair em um barranco no canteiro central. A caminhonete sofreu danos de grande monta.

Também no mesmo registro policial “Dilé” fez constar que Cristiano uma caixa de ferramentas que lhe pertencia, na casa de­le. Porém Cristiano teria alegado ao patrão que a re­ferida caixa não estava em sua casa, não sabendo onde as ferramentas se encontravam. Acrescentou “Di­lé”, no B.O., que no dia posterior ao registro policial

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