11 de abril | 2018
Filhote de jaguatirica encontrado em residência no Jd. Campo Belo
Provavelmente por ter se perdido da mãe ou mesmo por ausência da chamada mata atlântica, que tem sido extirpada rapidamente, principalmente nos últimos anos, um filhote de jaguatirica foi encontrado dentro de uma casa da Rua Ângelo Santin, no bairro Jardim Campo Belo, na zona leste de Olímpia, no início da manhã da segunda-feira desta semana, dia 9.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada pelos moradores da casa para resgatar o animal, que não machucou ninguém.
Os bombeiros disseram que os filhotes se perdem da mãe na mata e acreditam que foi isso que aconteceu em Olímpia. A Polícia Militar Ambiental de Barretos encaminhou o filhote ao Zoológico de Franca.
Sobre o habitat desse animal, conforme foi divulgado por esta Folha em meados de fevereiro de 2017, principalmente a partir deste século, a Fundação SOS Mata Atlântica tem se preocupado bastante com a evolução do desmatamento, principalmente de matas nativas que, além da mata amazônica, compõem o principal ecossistema do país.
Em Olímpia a preocupação é maior ainda porque o município perdeu 40% de sua Mata Atlântica em sete anos de mandato do ex-prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho.
De acordo com o levantamento de 2015, penúltimo ano de Geninho a frente da Prefeitura Municipal de Olímpia, comparado com 2009, o primeiro ano de seu primeiro mandato, atualmente há 3.523,48 hectares, incluindo 82 hectares de Vegetação de Várzea, o que representa 189 vezes o tamanho do Estádio Mário Filho, o Maracanã, no Rio de Janeiro.
Em 2009, Olímpia ainda tinha 5.833, ou seja, aproximadamente 11% de sua mata original, que inicialmente ocupava 55.036 hectares da área total do município de 80.265 hectares. Já segundo o estudo de 2015, que foi divulgado na semana passada, a Mata Atlântica ocupa apenas 4,39% da área total do município.
Vale destacar que no início de sua história o município tinha 68%, ou seja, 55.036 hectares do total de 80.255, que eram cobertos pela vegetação nativa, ou seja, pela Mata Atlântica.
QUE BICHO É ESSE?
Segundo a reportagem apurou, a jaguatirica, cujo nome científico é Leopardus pardalis, é um mamífero carnívoro da família Felidae e gênero Leopardus. São reconhecidas 10 subespécies, e o gato-maracajá (L. wiedii) é a espécie mais próxima da jaguatirica. Sua presença ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, mas já foi extinta em algumas regiões de sua distribuição geográfica. Habita todos os tipos de ambiente ao longo de sua distribuição geográfica, até cerca de 1,2 mil metros de altitude.
É um felídeo de porte médio, com 72,6 a 100 cm de comprimento e peso entre 7 e 15,5 kg. O padrão de coloração da pelagem é muito semelhante ao do gato-maracajá (L. wiedii), mas a jaguatirica é maior e possui a cauda mais curta.
É um animal solitário, noturno, territorial e os machos possuem territórios que se sobrepõem sobre os de várias fêmeas. Alimenta-se principalmente de roedores, mas também de animais de porte maior como ungulados, répteis, aves e peixes. Caça à noite, formando emboscadas.
Alcança a maturidade sexual entre 26 e 28 meses de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente um filhote por vez, com cerca de 250 g. Geralmente, filhotes nascem a cada 2 anos. Em cativeiro, a jaguatirica pode viver até 20 anos, o dobro da sua longevidade no estado selvagem.
A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista a jaguatirica como estado de conservação “pouco preocupante” e ela está incluída no apêndice 1 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!
Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!