09 de novembro | 2008

Festas de fim-de-ano podem sofrer impacto da crise financeira mundial

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Se há uma situação definida na vida de qualquer brasileiro é a vontade fazer uma reunião festiva quando chega o final de ano. Mas será que em 2008 toda vontade e tradição deverão prevalecer? A dúvida surge na cabeça dos consumidores diante da crise financeira mundial que, segundo as informações oficiais ainda não atingiu diretamente o Brasil, mas também segundo as informações oficiais não está descartada a possibilidade de que 2009 sofra grandes impactos.

Cansado de ser surpreendido por momentos de dificuldades, o consumidor, de maneira geral, parece estar se prevenindo para um futuro com menos dinheiro no bolso e com mais dificuldades a serem enfrentadas. Isso pelo menos é o que se depreende das entrevistas realizadas pela reportagem desta Folha durante esta semana.

Embora alguns até sinalizem a possibilidade de que prevaleça o ‘jeitinho brasileiro’ de encarar as dificuldades, principalmente financeira, fica claro que há também a preocupação em consumir menos para se ter também menos problemas mais à frente.

"Acho que vai refletir muito no fim do ano. Acho que vai influir muito para as pessoas que gostam de comprar presentes para a família, para seus filhos e netos", observa o corretor Otacílio de Oliveira Neto. Ele garante que vai segurar os gastos neste final de ano: "Acho que não só eu, mas a população em geral".

Porém, nem todos pensam da mesma maneira e há os contrastes, como o caso da vendedora Lisandra Helena Maria Pereira: "Acredito que na ultima hora todo mundo vai comprar presentes, todo mundo vai fazer festas mesmo estando numa crise financeira mundial. Eu também. Com certeza não deixarei de comemorar o final de ano e com boas vendas. Acredito que continua na mesma média".

A escrituraria Maridalva Bassi Bitencourt diz que se trata de questões que precisam ser bem analisadas. No entanto, não tem dúvida sobre o que escolheria: "A reunião em família seria mais importante do que comprar presentes, mas se for possível os dois".

Já para o aposentado Benedito Nelson Paschoalete não é tão difícil definir no que gastar no final de ano. "Não tem jeito. Fica difícil. Para quem ganha pouco fica complicado. Sou aposentado e recebo um salário mínimo. Pagava 15 e aposentei com um. Meu passado não valeu, assim falou o INSS".

O também aposentado Artur de Carvalho enfatiza que acredita que esse ano terá um natal mais pobre. A festa já está descartada. "Presentes a gente dá, só que diminui sensivelmente porque tem que ter o pé no chão", afirmou.

De acordo com o cabeleireiro Antônio Garcia, para comprar presentes e fazer festa "a gente sempre arruma um jeitinho". Porém, mesmo assim diz que vai tentar economizar no final de ano: "O natal vai ser mais magro".

Para a comerciante Joalice Matheus Gallina "se as pessoas tiverem o pensamento e entenderem as divulgações das notícias vão se precaver e se segurar um pouco". Ela, segundo contou, já está tentando implantar um corte de gastos: "Estamos tentando fazer, vamos substituir algumas coisas, não vamos deixar de festejar e de passear, mas sempre menos".

 

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