10 de abril | 2022
Folha chega aos 42 em meio ao caos e as incertezas de um futuro catastrófico
“Se correr o vírus pega. Se ficar o vírus mata. Coronavírus?
Não, o vírus humano que está, cada vez mais,
se classificando como o pior dos animais.
Seríamos a Sucuri, que engole para viver?
O escorpião que envenena para se
defender? Ou leão que mata para sobreviver?
Mestre Baba Zen Aranes.
PARECE …
… que foi ontem. Mas já se vão 42 anos, mais de quatro décadas desde a primeira edição deste semanário no longínquo 03 de abril de 1980. Esta já é a edição de número 2570 dentre as publicadas neste quase meio século de existência.
FORAM MUITAS, …
… as batalhas. Foram muitos os momentos em que os problemas pareciam insolúveis. Foram muitas as vezes em que o sentimento de cansaço e de falta de esperança de que Olímpia poderia mudar e se tornar uma cidade mais justa para os seus se abateram sobre o dorso platônico do colunista.
MAS, AO …
… contrário de desistir, este caçador de moinhos de vento, junto com seus vários escudeiros, mesmo com ameaças, perseguições, verdadeiros trabalhos de bastidores visando desestruturar as bases da empresa e, principalmente, calar a boca de seu editor, continuou, conseguiu romper a barreira do tempo.
MAS NADA FOI PIOR …
… do que os momentos de pavor e medo, principalmente de ver a netinha à beira da morte, quase sufocada pela fumaça mortal que invadia seu quarto no fatídico 17 de março de 2021.
E, DE LÁ PARA CÁ, …
… a incessante guerra que se trava contra uma escória que estava esquecida e foi reavivada pelas redes sociais: os “negacionistas” imbecis que se acomodam e se escudam dentro de uma extrema-direita assassina que não segura a franga e pode até matar para poder impor seus princípios sem embasamento algum com a própria realidade.
O PIOR É QUE …
… chegamos a um marco histórico que pode assinalar o início do definhamento, ou de uma caminhada que levará à transformação da terra em local impróprio para vida, a pandemia, a dengue, as gripes, etc, tudo isso em razão da imbecilidade humana de não preservar o mundo em que vive.
GENTE, …
… só quem passou pelos maus bocados da tal da Covid pode saber o quão destruidora é esta doença. Mas já se fala que estão por vir pragas piores.
FIQUEI ESTARRECIDO …
… esta semana ao ver como está a minha irmãzinha Helena, que tem que conviver com as chamadas sequelas da Covid-19. Ela e nem eu desejamos que ninguém passe por isso, nem nossos piores inimigos.
MAS, O QUE SE …
… avizinha e a triste notícia a se dar é que o cenário tende a se transformar com velocidade alucinante nos próximos anos. Alguns fatores que, aqueles que têm preguiça de pensar e vivem apenas para trabalhar e encher a cara para esquecer que é obrigado a ser escravo e viver em pombais que substituíram a senzala não conseguem enxergar.
AS PESSOAS …
… estão ficando embrutecidas, raivosas, distribuindo ódio em razão da moral reacionárias que herdamos de nossos antepassados e de uma educação que não consegue despertar nem a principal habilidade necessária para ser humano: a reflexão.
A PANDEMIA …
… mostrou que o gado que Zé Ramalho tentou mostrar em sua música várias décadas atrás agora este violento, mil vezes mais “emburrecido”, com preguiça de pensar, e vive de repetição. Só aprende por reflexo condicionado, cujo grande canal é composto pelas redes sociais que propagam mentiras deslavadas que são repetidas como mantras pelos imbecilizados.
ELES NÃO SÃO …
… os culpados. O sistema corrupto e que não privilegia a inclusão, mas sim a concentração de renda nas mãos de alguns é que está dando o próprio tiro no pé.
SENÃO VEJAMOS …
… o próprio caso de Olímpia. Metade da cidade hoje já é de propriedade de alguns “rentistas” (os donos da bufunfa) daqui e de fora que estão cada vez mais milionários e o gado (a maioria da população, onde me incluo, junto com minha família), continua zanzando pelas ruas xingando tudo e repetindo como mantras frases que o próprio sistema cria para mantê-los cada vez mais calminhos dentro dos currais achando que tudo é normal.
E DO JEITO …
… que vai indo, teremos a colocação na prática a ficção científica (produção brasileira na Netflix) 3%, onde apenas este percentual de pessoas tinha direito de viver no Mar Alto (no nosso caso a Olímpia turística), com todas as regalias, oportunidades e benesses que a vida pode dar. E do outro lado o Mar Baixo (no nosso caso, a Olímpia da Floriano Peixoto para os bairros) onde vivem os lavadores de privada do turismo, os descamisados cujo sangue é sugado pelos biliardários.
MAS, NO FIM …
… os 3% acaba sendo destruído pelos 97% dos seres desassistidos. Não dá para enganar a todos o tempo todo. Os sugadores do turismo local estão se esquecendo até de criar os mantras do capitalismo para adoçar a boca dos descamisados. E estes, estão sendo empurrados para os bairros escondidos, de difícil acesso (a miséria debaixo do tapete), para que ninguém veja que nosso dinheiro está sendo levado para Goiás e para alguns poucos bolsos, deixando a grande maioria com as migalhas que são cuspidas ao chão. Uma hora a coisa pode explodir.
E PARA PIORAR …
… ainda mais, não vai levar nem 10 anos, para que até as privadas não sobrem para ser lavadas pelos olimpienses, pois a tecnologia está batendo na nossa porta e vai piorar tudo ainda mais (para os 97% dos imbecilizados).
SE ANTES, …
… o homem ia ser substituído pela máquina, pelo robô, pela inteligência artificial em algumas décadas, por razões econômicas, agora esse processo será acelerado ainda mais pela destruição do meio ambiente que já não tem mais como ser recuperado.
E AÍ, QUEM …
… vai conseguir arrumar o tal do emprego para sobreviver serão apenas os detentores de capacidades reflexivas, que a maioria da população não tem, em razão da falta de oportunidades e de um ensino capenga que não inclui, apenas cria máquinas de carne e osso, sem cérebro, para trabalhar na linha de produção.
RESTA APENAS …
… rezar para que surja no horizonte, um super homem que venha reconstruir nossa história e consiga seguir o exemplo de países como a Suécia onde o Estado arrecada mais de quem tem para garantir a inclusão (através do emprego, da saúde e da educação) para quem tem menos.
NÃO DÁ MAIS …
… para continuar com uma educação de péssima qualidade e um sistema econômico que sempre tratou a maioria como mero escravo, ao ponto de o País estar hoje no topo da lista dos países com a pior distribuição de renda do mundo. Ou seja, onde grassa a miséria econômica e educacional.
TALVEZ, O INIMIGO …
… invisível venha, com toda esta desgraça, promover o remédio para que a nossa sociedade atinja um patamar mais elevado de consciência social, tendo que financiar aqueles que não deu oportunidade para que pudessem ter as mesmas chances que a minoria detentora de quase todas as riquezas produzidas neste vasto país.
José Salamargo … assustado, abobalhado, sem conseguir enxergar nenhuma premissa mais factível de futuro, comemora o início de mais uma jornada, a de nº 43 deste jornal, através do qual, lutou arduamente por esta cidade que ama, sem perspectiva plausível nem para a continuidade dos próprios veículos de comunicação que dirige e até mesmo sem saber se o próprio colunista conseguirá atravessar esta fronteira escura da possibilidade de ter cortada a sua garganta pela foice de um demônio invisível, ou morrer pela bala de um revólver dos milicianos que estão sendo armados de forma estapafúrdia pelos anticristos que estão se disseminando pelo planeta.
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