Em princípio, chegou a ser aventada a possibilidade dele ter sido assassinado por Norivaldo Rangel, de 45 anos e seus cúmplices, no sítio Santo Antônio, no distrito de Baguaçu.

De acordo com a polícia, a quadrilha que, eventualmente, seria comandada por Rangel, foi desbaratada na última terça-feira, 28 de abril, depois de ser denunciada por uma menina de 14 anos, que afirmava que havia permanecido toda a segunda-feira, em cárcere privado, juntamente com duas meninas e Gilberto Souza, no sítio Santo Antônio.

A garota passou as primeiras informações para o policial Militar Neves, no distrito de Ribeiro dos Santos. Ela contou que havia conseguido escapar de Norivaldo Rangel e seus comparsas, que haviam assassinado Gilberto de Souza, a golpes de faca, enrolado o corpo em uma lona e jogado o corpo no interior de um canavial.

Segundo a menina, o motivo do cárcere privado e do “assassinato” seria o desaparecimento de um quilo de cocaína, que seria de propriedade de Norivaldo Rangel, que estaria sendo guardada na casa de Gilberto. A garota contou que no sábado esteve na casa de Gilberto, juntamente com outras duas meninas e por isso elas também eram suspeitas de terem furtado a droga.

Com isso, contou a garota à polícia, que as duas meninas e Gilberto foram levados ao sítio São Antônio, onde foram agredidos e torturados durante toda a segunda-feira e mantidos em cárcere privado. Gilberto teria sido assassinado a golpes de faca.

Para tentar escapar, ela mentiu para Rangel, dizendo que era ela que havia pego a droga e que estaria em uma casa no distrito de Ribeiro dos Santos. Levada ao distrito para pegar a droga, a garota conseguiu fugir e comunicou o caso à polícia.

PROCURANDO O CORPO
Mesmo, inicialmente, desconfiando das informações passadas pela menina, a polícia militar de Olímpia foi em duas propriedades rurais nas proximidades de Baguaçu, na  tentativa de encontrar o corpo de Gilberto.

No sítio Santo Antônio os policiais detiveram Norival Rangel, de 45 anos, sua esposa Natieli Campoci de Oliveira, de 18 anos, moradores na rua Cláudia Ledesma Miessa, no jardim Santa Ifigênia e o casal André Luiz Ferreira, de 31 anos e sua esposa Mara Silvia Miranda Rodrigues, de 47 anos, morador no sítio Santo Antonio.

Já Mariano de Jesus Rodrigues, de 50 anos, vulgo “Pastor”, também morador no sítio Santo Antônio, conseguiu fugir, quando percebeu a chegada da polícia. Os quatro detidos foram trazidos para a DDM-Delegacia de Defesa da Mulher, onde foram autuados em flagrante pelas acusações de tortura, cárcerce privado e formação de quadrilha.

Os acusados negaram o assassinato de Gilberto. De acordo com um escrivão policial, que trabalhou nos flagrantes, Norival Rangel não teria respondido a nenhuma pergunta feita pela delegada Maria Teresa Vendramel.

Em duas oportunidades, a reportagem da Folha tentou ouvir a delegada, uma pessoalmente na DDM e outra por telefone, mas não conseguiu. Depois de autuados em flagrante Natieli e Mara foram encarceradas no presídio feminino de Jaborandi.

Norivaldo Rangel foi encarcerado na cadeia pública de Guaira e André foi levado para a cadeia de Severínia. GILBERTO VIVOPor outro lado, na manhã de ontem um dos integrantes da família de Gilberto Souza ligou para o programa Ronda Policial, da rádio Difusora, mas, por medo, não quis se identificar e nem dar entrevista no ar.

Ele informou que Gilberto teria ligado para eles e informado que estava vivo, mas bastante machucado e que na segunda-feira se apresentaria à policia. Esta mesma informação também teria sido conseguida pela Polícia Civil. Um dos envolvidos teria confessado a tortura, mas teria garantido que não teria havido o assassinato.