19 de dezembro | 2016

Família comunica fechamento de museu em Bebedouro

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Da redação com Diário da Região

O Museu de Armas, Veículos e Máquinas Eduardo André Matarazzo, de Bebedouro, comunicou que fechará as portas em 22 de janeiro de 2017, após 48 anos de funcionamento. Neste sábado, 17, após três meses de reforma feita com os recursos da família, ele retoma as atividades para uma breve temporada.

Em carta publicada no Facebook e direcionada ao prefeito de Bebedouro, vereadores e moradores da cidade, a agora gestora Patrícia Marta Matarazzo, filha de Eduardo, narra a história do museu a aponta alguns dos motivos que levaram à decisão. “Com o passar dos anos o prédio em que o museu estava instalado foi se deteriorando e o município passou a alegar que não possuía recursos para fazer todos os reparos necessários”, afirmou Patrícia no texto publicado na rede social.

O acervo conta com peças de guerra, como um tanque utilizado na Primeira Guerra Mundial, cerca de 90 veículos de passeio, helicóptero e 18 aviões de grande porte, além de outros itens antigos. Abriga o único SAAB 90 Scandia do mundo. Produzido pela VASP na Suécia, o avião foi projetado para atender a nova demanda de civis com o fim da Segunda Guerra Mundial. Após o encerramento das atividades, alguns dos itens voltarão a seus antigos donos, os outros devem ir para as propriedades da família.

Segundo o site do local, as peças dos Matarazzo começaram a ser adquiridas graças à paixão que Eduardo, paulistano que veio para o interior após o casamento com Eneida Matarazzo, em 1967, tinha por máquinas e veículos. Segundo Patrícia, o estado de conservação do prédio passou a afetar a conservação do acervo. Isso piorou em 1984 e 2006, quando duas grandes enchentes atingiram as peças – o local fica perto de um lago. “O museu foi reerguido com a ajuda dos funcionários e amigos da família, dentre eles apenas alguns bebedourenses.

Porém os danos causados foram irreversíveis, todo o acervo foi atingido e o restauro do mesmo ficará em milhões”, disse a empresária em seu texto. De acordo com o relato, em 2002 a família passou a custear a manutenção do prédio, após a morte do pai. Agora está vigente um comodato de 30 anos de utilização do prédio municipal. A administração do museu pediu que o prazo fosse prorrogado para 50 anos quando começou a reformar os pavilhões neste ano.

O projeto está na Câmara Municipal, que aprovou vistas à votação na última semana. “Todo esse investimento foi e continuaria sendo muito alto, e nada retornaria para minha família. O comodato tinha como objetivo proteger toda a obra, evitando que todo trabalho efetuado se perdesse por abandono”, escreveu Patrícia. Os textos estão na rede social e no site do museu, onde consta o comunicado de fechamento. No texto assinado por Patrícia, ela diz que a partir de 20 de janeiro do próximo ano, se a cidade tiver interesse em manter o museu aberto, será necessário se organizar para providenciar pessoal para receber os visitantes, jardineiros e que se faça a manutenção.

A reportagem tentou contato com Patrícia, mas ela não retornou as ligações. De acordo com Lucas Seren, diretor de desenvolvimento econômico de Bebedouro, há tratativas para que o museu não feche. “Nós estamos tratando e discutindo maneiras para que o museu não encerre suas atividades, tentando chegar a um meio termo, vendo como ficaria a manutenção, dividindo custos”, afirmou. A Prefeitura de Bebedouro, por meio do Departamento de Desenvolvimento Econômico, emitiu nota afirmando que está em contato com a família Matarazzo para tratar do assunto.

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