José Antônio Arantes

Uma situação estranha está acontecendo, foi noticiada por este jornal e várias semanas depois ainda não teve nenhuma manifestação nem resolução por parte do atual governo municipal: uma grande quantidade de esgoto continua sendo despejada no Riacho Olhos D´água, 500 metros à frente do Ther­mas dos Laranjais, no sentido cidade/rodovia Assis Chateaubriand.

E o pior é que o fato foi descoberta há quase um ano e meio e, na ocasião, foi explicado que o emissário despejava praticamente todo o esgoto da cidade que deveria ser canalizado e enviado para a nova ETE – Estação de Tratamento de Esgoto que foi cons­truída do outro lado da rodovia e inaugurada há aproximadamente dois meses.

Mas para isso seria necessária a construção de emissários que deveriam encaminhar até a Estação o esgoto que estava poluindo o riacho e, possivelmente, até o rio Cachoeirinha.

Pois bem, a Estação de Tratamento foi inaugurada com toda a pompa; semanas depois também foi anunciada como uma grande benesse a emissão de licença de funcionamento pelo governo estadual; a rede de emissários pelo que se vê no local também já teria sido construída, mas a situação na sexta-feira, 25, continuava a mesma e, com o calor intenso, exalando odor insuportável que quase provocou vômito no repórter desta Folha.

Informações extraoficiais que circularam semanas atrás davam conta de que estariam faltando as bombas que ficariam encarregadas de bombear o esgoto daquela região para a Estação de Tratamento.

Na sexta-feira a reportagem desta Folha esteve no local e a grande quantidade de esgoto continuava sendo despejada no riacho Olhos D’água, próximo ao Thermas, no prolongamento da avenida Benatti. Um tubo de cerca de um metro e meio joga incessantemente milhares de litros de esgoto in natura, poluindo de uma forma muito violenta as águas do ribeirão que deságua no rio Cachoeirinha.

Diante destes fatos e do silêncio da prefeitura e do prefeito Fernando Cunha que parece não ter compromisso com a transparência e nem em dar satisfação para a população, o que se entende é que a ETE, mesmo depois de quase dois meses de inaugurada ainda não estaria funcionando.