11 de junho | 2017

Estudante que matou em Baguaçu se apresenta e alega legítima defesa

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Seis dias depois de ter praticado o homicídio, o estudante Otávio Hen­rique da Silva, o “Tavi­nho”, foto à direita, de 20 anos, se apresentou na delegacia de polícia de O­lím­pia onde, em seu depoimento, alegou legítima de­­fesa. Ele é acusado de ter assassinado o apanha­dor de Laranjas, Eder E­van­gelista, foto à esquerda de 33 anos, sábado passado, no distrito de Bagua­çu.

O estudante, que é primário e não tem passagens pela polícia, se apresentou na delegacia de polícia de Olímpia na manhã de quinta-feira, acompanhado do advogado Ha­roldo Ferreira de Mendonça Filho e de seus pais e prestou depoimento ao es­crivão Adilson Galina. O inquérito policial que apura o homicídio é presidido pelo delegado Marcelo Pu­po de Paula.

Entre outras coisas, o estudante afirmou com veemência “que em momento algum desferiu qualquer gol­pe intencional contra o peito ou contra o corpo da vítima, com o desejo de matá-la”. Acredita que “os golpes que atingiram Eder ocorreram no momento em que rolaram barranco abaixo ou enquanto segurava a faca pelas costas de­la, puxando-a contra o seu peito, para imobilizar a vítima e ela se debatia”, garantiu o acusado.

REVELLION DE 2016

No depoimento de cinco laudas e meia, Otávio, declarou que desde o re­vellion de 2015/2016, vinha sendo ameaçado por Eder. Contou que o conhecia desde a infância, pois moravam na mesma rua, mas não tinha muita convivência em razão da diferença de idade.

O estudante contou na polícia, que é costume da população de Baguaçu se reunir na praça central do distrito, na passagem de ano novo. Relatou que estava no local juntamente com amigos, naquela noite, onde também estava Eder, que estava brigado com sua companheira.

Conta o estudante que depois de comemorar a chegada de 2016, Eder acabou atirando uma la­tinha de cerveja na direção de sua companheira. Mas a lata acabou atingindo o rosto de sua amiga Naiara, que estava com  sua filha no colo, causando hematoma. Foi quando Tiago (marido de Naiara) foi tentar conversar com ele.

No entanto, segundo Otávio, Eder o ignorou e partiu para cima de sua companheira agredindo-a. Em seguida, Jean, primo de Tiago, foi conversar com Eder sobre o que ele tinha feito com Naiara. Foi quando Eder partiu com socos para cima de Jean, entrando em luta corporal, tendo ele (Otávio) interviu em favor do seu amigo de infância.

Também familiares de Eder o levaram embora> No entanto, depois de quin­ze minutos, ainda naquela noite, ele retornou armado com um podão de corta cana e segundo Otávio, correu atrás dele, atravessando toda a praça, mas conseguiu escapar.

Contou na polícia que depois disso, mesmo com  o passar do tempo, Eder continuava com as ameaças, afirmando entre fre­quentadores de bares em Baguaçu, que iria “beber o seu sangue”. Com  isso, afirma Otávio, para evitar problemas parou de sair de casa e somente frequentava a Etec em Olím­pia, onde cursa informá­tica.

DIA DO CRIME

No sábado, dia do acontecido, Otávio declarou, entre outras coisas, que saiu de sua casa com destino a casa de namorada, pois pai dela queria conversar com ele às 21 horas. Quando passava próximo da rodoviária de Ba­guaçu, encontrou um grupo de amigos e como ainda era cedo (20 horas) parou para conversar. Foi quando percebeu que Eder vinha juntamente com um amigo dele pela mesma calçada onde ele estava.

Garantiu no depoimento que, para evitar problemas, não olhou para ele. No entanto, sentiu uma pancada na cabeça desfe­rida por Eder. Entraram em luta corporal e rolaram em um barranco. Foi quando uma pessoa gritou informando que Eder estava com uma faca na cintura. Otávio alegou que já praticou Jiu Jutsu e conseguiu evitar ser atingindo.

A luta terminou quando alguém tirou Eder de cima dele. Nesse momento, notou que estava todo sujo de sangue e Eder também. Afirma que correu e se escondeu no mato, tendo sido avisado por um amigo, de apelido Bin, por celular, para não ir para sua casa pois tinha muita gente nas proximidades com a intenção de agredi-lo. Esse amigo deu fuga a ele até Guapiaçu, onde permaneceu na casa de um amigo com o objetivo de preservar a sua vida. Ele disse que apenas ficou sa­bendo que Éder havia mor­rido através da imprensa. Depois de prestar depoimento, Otávio permaneceu em liberdade.

Na delegacia de polícia informa-se que apenas o acusado foi ouvido até a­gora. No entanto, teste­mu­nhas estão sendo arroladas e deverão prestar depoimento. O delegado Mar­celo Pupo de Paulo deverá decidir se representará pela decretação da prisão temporária ou preventiva do acusado.

NÚMERO DE FACADAS

Segundo a Polícia Civil, apenas o laudo necros­có­pico realizado pelos legis­tas do IML – Instituto Médico Legal de Barretos deverá determinar quanto golpes de faca foram desferidos em Éder. O resultado deverá ser conhecido em 30 dias.

Informalmente, chegou a ser divulgado que o corpo da vítima apresentava oito ferimentos provocados por arma branca, sendo que, entre eles, uma perfuração teria si­do no coração. Foi apreendido um canivete nas proximidades do local do crime. No entanto, ele não foi reconhecido pelo acusado como a arma utilizada no crime.

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