08 de dezembro | 2008
Em 90 e 98 morreram 14 trabalhadores rurais
Mesmo que não se possa considerar comuns, os acidentes envolvendo trabalhadores rurais marcam a vida desses profissionais que, muitas vezes, em razão da falta de conhecimento que têm de seus direitos e outras com medo de perder uma pequena oportunidade de trabalho que seja, acabam aceitando condições inadequadas, inclusive de transporte.
Ao contrário do que aconteceu nesta semana na ponte sobre o rio Turvo, raramente o acidente que sempre leva algumas vidas e deixa muitos feridos, alguns com muita gravidade, envolve algum ônibus que esteja em perfeitas condições de tráfego, ou, até, que não esteja sendo conduzido por motorista mal preparado.
É o caso do acidente registrado em Altair em junho do ano de 1998, quando 12 trabalhadores rurais morreram afogados numa represa. Na ocasião o delegado João Brocanello Neto entendia que houve imperícia do motorista Hedegar Rosa de Oliveira, que morava no município de Nova Granada, no distrito de Marangatu, e tinha 29 anos de idade.
O motorista do ônibus foi preso em flagrante por homicídio culposo, com base na legislação de trânsito vigente. No entanto, foi colocado em liberdade mediante pagamento de fiança.
No depoimento o motorista alegou que o pneu do ônibus escorregou quando o veículo passava nas margens na represa e acabou caindo nas águas que tinham cerca de três metros de profundidade.
Porém, ele aparentava lucidez e estava habilitado para conduzir veículos de transporte de passageiros. O ônibus, placas YM 4202, de Nova Granada, estava com a documentação regularizada.
Uma das testemunhas declarou na Polícia que a maior dificuldade dos ocupantes foi que, ao cair na represa os vidros do ônibus estavam emperrados, sendo que apenas um foi aberto, por onde os trabalhadores sobreviventes conseguiram escapar.
O acidente aconteceu por volta das 7 horas da manhã na fazenda Alvorada, no município de Altair. O ônibus transportava colhedores de laranja, que moravam em Nova Granada, Onda Verde e nos distritos de Marangatu e Ingás, e prestavam serviços para uma cooperativa de trabalhadores rurais.
1990
Em 1990 dois morreram e mais de 40 ficaram feridos em Severínia, em maio, num acidente envolvendo "bóias-frias", ocorrido na rodovia José Marcelino de Almeida, entre Severínia e Colina. No total, 60 pessoas viajavam no ônibus que era dirigido por Antonio Solera, morador em Severínia.
O acidente aconteceu na altura do km 22, bem próximo do local conhecido como "Ponte dos Macacos". No local faleceram Benedito Dorival Borges, de 65 anos, e Valdevino Pessoa da Cruz, de 19 anos.
Todos foram atendidos na Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, onde a portaria registrou atendimento de 46 feridos, dos quais 17 ficaram internados em virtude dos ferimentos mais graves. Destes, vários tiveram que ser transferidos para hospitais da região.
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