31 de outubro | 2016

Ecosystem já foi acusada de fraude em 2009 no Paraná

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De acordo com o que a reportagem desta Folha da Região, também apurou na internet, quatro pessoas foram indiciadas por estelionato pelo Centro de Operações Especiais (COPE) da Polícia Civil no dia 20 de março de 2009, em Curitiba, capital do Paraná, após a derrubada de um esquema de superfaturamento do valor pago pela tonelada de lixo doméstico de São José dos Pinhais, na região metropolitana.

Consta que a empresa Ecosystem Serviços Urbanos Ltda., responsável pela coleta do lixo doméstico na cidade desde 2003, estava transportando lixo industrial para o aterro da Caximba junto com o resíduo gerado pela população. A fraude proporcionava aumento da carga dos caminhões e, consequentemente, elevava em 30% o valor pago pela prefeitura pelo serviço.

A investigação partiu de uma denúncia anônima feita por funcionários da empresa. “Eles afirmaram em depoimento que realizaram o transporte de vários carregamentos de resíduos industriais, provenientes de outros locais, para o aterro da Caximba, como se fosse lixo doméstico da cidade”, explica o delegado Francisco Caricati.

“Trata-se de um sistema bem armado para aumentar o peso do resíduo recolhido na cidade. Com base nos documentos, foi possível comprovar e desmontar toda assa fraude”, completava o delegado-chefe do COPE, Miguel Stadler.

Ainda de acordo com o delegado, a média mensal encaminhada ao aterro pelos veículos da Ecosystem chegava a 4,5 mil toneladas. Em dezembro de 2008, o valor pago por tonelada era de R$ 89,00. Já em janeiro, chegou a R$ 100,45.

“A empresa atual está recolhendo, em média, três mil toneladas e cobrando R$ 85,00 por tonelada. Este é outro forte indício que desmascara a fraude”, afirmava Caricati.

O contrato da Prefeitura com a Ecosystem venceu em fevereiro e não foi renovado, já que a empresa queria aumentar os valores no novo contrato.

INVESTIGAÇÕES

Durante mais de uma semana, o COPE ouviu vários depoimentos e periciou centenas de documentos da empresa. “Além dessas quatro pessoas indiciadas, estamos verificando a participação de mais dois funcionários, outros dois sócios-gerentes da empresa e ainda pessoas da prefeitura”, adiantava o delegado.

A Ecosystem tinha contrato com a prefeitura havia seis anos. A polícia não sabia ainda há quanto tempo a fraude estava acontecendo. Os indiciados poderiam responder pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e ainda crime contra o patrimônio público.

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