18 de fevereiro | 2018
Dois dias de desfile de escolas de samba salvaram o carnaval 2018
JOSÉ ANTONIO ARANTES
O esforço e muito samba no pé na avenida, junto com os sambas de enredo apresentados por três das quatro escolas, salvaram o carnaval “Tropical” realizado pela Secretaria de Cultura de Olímpia neste ano de 2018. O maior ponto negativo foram as músicas enlatadas, sem músico e cantor ao vivo, que mais uma vez não empolgou na segunda-feira, provando que o carnaval da Estância Turística deve mesclar o modelo baiano, com trio elétrico com bandas tocando na sexta, sábado e segunda-feira, ou blocos que contagiem a população para participar da folia e incentivar ainda mais a evolução das escolas locais desfilando e empolgando no domingo e na terça-feira.
Ao contrário dos festivais do folclore, o carnaval tem que inovar, não com experiências miraculosas, como a de abolir o sábado, mas com experiências que deram certo e que podem ser adaptadas para Olímpia. É preciso incentivar a folia também na sexta-feira, quando a cidade começa a receber milhares de turistas.
Mas também ficou patente que não adianta fazer as coisas se não se fizer a divulgação do que está sendo feito nos canais certos para que os turistas fiquem sabendo o que acontece em Olímpia. Aí, além da divulgação é preciso construir um calendário de eventos em que a cidade fique conhecida também pelas atividades extraparques que promove durante o ano.
No domingo, com as falhas da organização e o atraso da segunda escola que provocaram um vácuo de quase uma hora entre a passagem da “Samba Sem” e a “Acadêmicos do Samba”, muitas famílias que desceram até a avenida acabaram não esperando o desenrolar dos desfiles, mas mesmo assim, acredita-se que entre seis a oito mil pessoas assistiram aos desfiles. A prefeitura divulgou que foram 10 mil. Público este que foi reduzido, calcula-se, em pelo menos um terço após a meia-noite, quando um trio elétrico apresentou o show de axé, com a cantora Jana Lima.
O esforço das escolas que receberam o subsídio da prefeitura pouco tempo antes do carnaval acabou sendo recompensado pela alegria demonstrada pela plateia, principalmente pelo fato de que três delas apresentaram samba de enredo e, muitos chegavam a cantar junto com as escolas ao longo do percurso.
A realização dos desfiles no trecho na Av. Aurora Forti Neves, entre a Benjamin Constant e a Bernardino de Campos, mostrou que o local, embora fique pequeno (em largura) para as atividades, atende tanto a população olimpiense, quando aos turistas, pois fica perto do centro da cidade e também do “Vale do Turismo” que é o final da Aurora que agora prosseguirá até além Thermas dos Laranjais.
Um fato que também chamou a atenção na noite de domingo foi o desmaio de um membro da escola Vem Comigo que teve uma queda de pressão e acabou sendo que ser levado para UPA.
Outro fato negativo foi ter apenas um carro de som para atender todas as escolas e este ter que ser adequado para cada uma delas, antes, dando a volta no circuito, provocando intervalos grandes entre a passagem de uma escola e outra.
MÚSICA ENLATATADA NÃO EMPOLGA
Na segunda-feira, embora a chuva tenha atrapalhado, apenas o som eletrônico enlatado na avenida, com um DJ ficando encarregado de tocar axé, principalmente, não conseguiu empolgar os foliões e poucos foram até o sambódromo. Entende-se que não custaria muito reunir sambistas ou cantores de axé de Olímpia e Região para animarem as noites de sexta, sábado e segunda-feira.
Nem mesmo as matinês, com música enlatada, conseguiu empolgar as crianças no Recinto do Folclore. Lá, no domingo, calcula-se que entre 250 a 300 pessoas se fizeram presentes, entre pais, parentes e crianças.
Chuva antes dos desfiles na avenida afugentou parte do público na terça
Se o domingo registrou um público estimado entre seis a oito mil pessoas, a terça-feira, já sem turistas e olimpienses que vieram participar do carnaval e já haviam deixado a cidade, teve um público, calcula-se, entre 4 e 5 mil pessoas (cinco mil divulgado pela prefeitura).
A chuva que caiu sobre a cidade com grande intensidade no final da tarde e, depois, mais amena, seguiu até por volta de 21 horas, foi um dos fatores apontados como influenciadores do menor número de pessoas verificado na avenida no último dia de carnaval.
O mesmo fenômeno parece ter sido verificado também nas escolas “Samba Sem” e “Acadêmicos do Samba” que tiveram vários de seus integrantes que residem em outras cidades retornando ainda durante a tarde. O fato, no entanto, não tirou a empolgação daqueles que foram desfilar na avenida e nem a receptividade do menor público presente.
Na terça, um único carro de som para todas as escolas também foi um fator negativo provocando intervalos entre uma apresentação e outra, mas o próprio desfile acabou começando com meia hora de atraso por conta da queima de um gerador. Pelo que foi constatado no local, no dia dos fatos, os responsáveis pelo som tiveram que trazer outro carro de Barretos para ser utilizado.
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