12 de novembro | 2023

Discutindo o Autismo: uma visão profunda sobre o transtorno

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BUSCANDO CONVIVÊNCIA!
Psicóloga Especializada em Autismo Revela Desafios e Avanços no Tratamento e Compreensão do Transtorno. Existe tratamento e vida normal em todos os níveis.

 

A psicóloga Juliana Ducatti, especializada em autismo e intervenção ABA, recentemente entrevistada pela Folha, oferece uma visão esclarecedora sobre o autismo, seu impacto nas famílias e a evolução no tratamento e compreensão deste transtorno do neurodesenvolvimento em Olímpia.

Ducatti descreve o autismo como um transtorno caracterizado por comprometimento na comunicação e interação social, associado a comportamentos restritivos e repetitivos. “O autista geralmente tem uma rotina fixa, repete padrões e tem uma dificuldade na interação e na comunicação. Se sair da rotina, ele se desregula”, explica a psicóloga.

NÍVEIS DE SUPORTE NO AUTISMO

Abordando os diferentes níveis de autismo, Ducatti esclarece que atualmente a terminologia usada é ‘nível de suporte’, que varia do nível 1 ao 3. “O nível 1 é mais leve, requer menos suporte. Muitas vezes a pessoa nem sabe que tem autismo até a vida adulta”, comenta. Ela também detalha os desafios enfrentados nos níveis 2 e 3, onde as necessidades de suporte são progressivamente maiores.

TRATAMENTO E VIDA NORMAL
EM TODOS OS NÍVEIS

Respondendo sobre a possibilidade de uma vida normal para pessoas com autismo, Ducatti afirma: “Sim, dá para se trabalhar e ter uma vida normal. No nível 3 a pessoa precisa de suporte total, mas em todos os níveis, a terapia ajuda a viver de maneira mais normal possível.”

Quando questionada sobre a prevalência do autismo em Olímpia, Juliana revela: “Existe bastante autista em Olímpia. Com a divulgação do autismo estamos percebendo adolescentes e adultos que agora estão reconhecendo ter características autistas.”

IDENTIFICANDO O AUTISMO

A psicóloga fornece insights sobre como identificar o autismo desde a infância. “Uma criança típica interage, sorri. O bebê autista não interage bem, ele é um pouco apático”, explica. Ela também menciona características como atraso na fala e ausência de gestos típicos de bebês.

Falando sobre tratamentos, a psicóloga destaca a importância da terapia clínica, terapia ocupacional, psicopedagogia e a intervenção ABA. “O medicamento é usado quando há necessidade, principalmente quando a criança é tão agitada que não consegue aproveitar as terapias ocupacionais”, diz Ducatti.

AUTISMO NO PASSADO:
MITO E REALIDADE

Juliana também aborda como o autismo era tratado no passado, destacando mitos e equívocos. “Os autistas eram tratados como loucos. Existiam mitos como mamães geladeiras e que vacinas causavam autismo, o que não é comprovado. Hoje sabemos que é de ordem genética”, esclarece.

Sobre como lidar com crises em crianças autistas, Ducatti aconselha: “É importante avaliar o que está acontecendo antes, saber o antecedente do comportamento. A primeira coisa é acolher a criança e tirar do ambiente que está causando a crise.”

A IMPORTÂNCIA
DA DIVULGAÇÃO E DA EMPATIA

A psicóloga enfatiza a importância da divulgação e compreensão do autismo. “É importante estar sempre divulgando essa questão de empatia, principalmente na questão de escola. A maioria da parte do tempo da criança é na escola, então os profissionais precisam estar sempre se atualizando”, afirma.

Juliana, mãe de dois filhos autistas, compartilha sua experiência pessoal, revelando que um de seus filhos está no nível 2 e outro no nível 1. “Foi um pouco difícil no começo. Eles fazem terapia todos os dias, sem faltar”, diz ela.

AVALIAÇÃO E ENTENDIMENTO

Explicando sua especialização na área, Ducatti diz: “Eu sou especializada em autismo e intervenção ABA. O ABA trabalha o comportamento da criança. Avaliamos o que está causando crises e montamos um atendimento para isso.”

Esta entrevista com Juliana Ducatti não apenas lança luz sobre o espectro do autismo, mas também destaca a importância de tratamentos adequados, compreensão e apoio contínuo para indivíduos autistas e suas famílias em Olímpia. Seu compromisso como profissional e mãe fornece uma perspectiva sobre os desafios e triunfos enfrentados por aqueles que vivem com autismo.

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