12 de novembro | 2023

Discutindo o autismo! Do silêncio a compreensão e ao reconhecimento

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ROMPENDO TABUS!
De condição obscura a tema de conscientização, autismo emerge das sombras do desconhecimento. Com a sociedade se tornando cada vez mais informada e inclusiva, o autismo deixa de ser um tabu e passa a ser parte integrante da diversidade humana.

O autismo, outrora um enigma médico, hoje se destaca como um dos temas mais discutidos na saúde e educação, refletindo uma jornada de reconhecimento e aceitação. A Folha da Região traz à luz as vozes de pais, especialistas e ativistas que compartilham suas experiências e conhecimentos sobre este transtorno que, por muito tempo, permaneceu nas sombras do desconhecimento.

Até meados do século 20, o autismo era uma condição praticamente desconhecida. A falta de conhecimento científico, diagnósticos imprecisos e o estigma social contribuíram para uma história de silêncio e invisibilidade. No entanto, a partir das descrições pioneiras de Leo Kanner e Hans Asperger na década de 1940, o cenário começou a mudar. A inclusão do autismo no DSM em 1980 marcou um ponto de virada, abrindo caminho para uma melhor compreensão e reconhecimento do transtorno.

A JORNADA DO AUTISMO:
DA INVISIBILIDADE AO RECONHECIMENTO

O autismo sempre existiu, mas a forma como é compreendido e aceito está em constante evolução. Hoje o autismo não é mais uma sentença, mas uma parte única do espectro humano.

A introdução do conceito de espectro no DSM-IV contribuiu para um aumento significativo nos diagnósticos. A advocacia e o ativismo também tiveram um papel crucial na elevação da conscientização sobre o autismo, bem como o impacto do aumento de financiamento e pesquisa na área.

A Folha, nesta edição, mostra os desafios e conquistas das famílias, trazendo à tona histórias de luta e superação. Cada criança no espectro é um universo único, com seus próprios desafios e talentos. A conscientização é o primeiro passo, mas é preciso ações concretas para garantir que as pessoas no espectro tenham as mesmas oportunidades.

Foram ouvidas cinco pessoas recentemente. Cintia Paneco, mãe e presidente de Associação; Luciano e Tais Buzoni, pais de Bruninho; a empresária e influencer Driele Cassilhas; Sandra Lígia Martins, mãe de Natan, um adolescente autista de 16 anos; e a psicóloga Juliana Ducatti.

LONGO CAMINHO A PERCORRER

A pesquisa realizada pela Folha da Região revela que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer. O autismo afeta 1 em cada 36 crianças nos Estados Unidos, segundo o CDC, e o diagnóstico precoce e intervenções adequadas são fundamentais para o desenvolvimento e bem-estar desses indivíduos.

São necessárias políticas inclusivas e ambientes de aprendizagem adaptativos que possam atender às necessidades de todos no espectro. Com a sociedade se tornando cada vez mais informada e inclusiva, o autismo deixa de ser um tabu e passa a ser parte integrante da diversidade humana.

ABA: TRANSFORMANDO VIDAS NO ESPECTRO AUTISTA

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) emerge como um método eficaz no tratamento do autismo. Originada do Behaviorismo, ela analisa a interação entre ambiente, comportamento humano e aprendizagem para modificar comportamentos. A ABA sempre inclui a generalização do aprendizado, permitindo que a criança assimile habilidades não ensinadas diretamente.

O autismo, que deriva da palavra grega “autós”, significa “por si próprio”. É uma condição crônica, caracterizada por prejuízos no desenvolvimento. Muitas crianças autistas preferem estar sozinhas e podem não responder ao afeto da maneira esperada. “Imagine tentar dar amor a seu filho e não obter reação alguma. Isso acontece frequentemente com crianças autistas”, compartilha um pai entrevistado pela Folha.

UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

O tratamento ABA para o autismo é contínuo e envolve uma equipe multidisciplinar, desenvolvendo habilidades deficitárias e melhorando a qualidade de vida das pessoas no espectro e suas famílias. A terapia ABA pode reduzir comportamentos problemáticos e ensinar habilidades sociais, acadêmicas e de vida diária.

Histórias de famílias, como a de Sandra Lígia Martins e seu filho Natan, ilustram os desafios enfrentados e as conquistas alcançadas. Cada criança no espectro é única, requerendo abordagens personalizadas para atender às suas necessidades específicas.

Embora os avanços na conscientização sejam significativos, ainda há um longo caminho pela frente. Políticas inclusivas e ambientes adaptativos são essenciais para assegurar igualdade de oportunidades para todos no espectro. “Com a sociedade se tornando cada vez mais informada e inclusiva, o autismo passa a ser reconhecido como parte da diversidade humana”, afirma um educador.

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