18 de abril | 2021

Diário destaca a consequência nacional do atentado à Folha em editorial de domingo

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CASO ASSUSTA!
Jornal defende apuração minuciosa do fato
importante para a democracia.“E porque é
necessário sempre se ter em mente que a
tinta com que se escreve a liberdade
não se apaga jamais com a mão pesada
da intolerância, da prepotência
e da divisão”.

 

DA REDAÇÃO COM
DIÁRIO DA REGIÃO

O tradicional jornal de São José do Rio Preto, Diário da Região, além de dedicar uma página inteira para atualizar seus leitores sobre o atentado terrorista sofrido por esta Folha na madrugada do dia 17 de março, também discutiu o tema em profundidade em seu editorial (a opinião do jornal) da edição de domingo, 11 de abril.

O jornal aponta a necessidade de se esclarecer minuciosamente o fato e também a consequência que poderá advir se não for repreendido com veemência para a democracia brasileira.

Sob o título “Liberdade inapagável”, o texto dizendo que:

— Realidade aponta para um radicalismo que busca anular o direito à informação, um dos pilares inarredáveis da democracia. O ataque incendiário aos veículos de comunicação olimpienses, Folha da Região e Rádio Cidade, próximo de completar um mês, sinaliza para um tecido democrático já esgarçado em muitas partes. Uma ação como esta, de tentar intimidar um órgão de imprensa sob o esdrúxulo argumento da discordância de pensamento, nunca é isolada. É, antes de tudo, a confirmação de uma realidade diluída em cada ponto deste País, que ainda é um aprendiz quando se trata de pluralidade e não está liberto de arroubos ditatoriais.

— É uma realidade que aponta para um radicalismo que busca anular o direito à informação, um dos pilares inarredáveis da democracia. Haja vista o relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em janeiro deste ano. Ao todo, em 2020, foram 428 ataques contra jornalistas, veículos e a imprensa em geral. Entre os ataques estão agressões verbais, físicas e virtuais, censura, intimidações, ameaças, assédio judicial, atos de descrédito da imprensa e até assassinatos.

— Por esta razão o ataque registrado em Olímpia no dia 17 de março não deve e não passará em branco. Mas antes precisa ser devidamente apurado e esclarecido, como vem fazendo até aqui a Polícia Civil, que já pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário, telefônico e das redes sociais do bombeiro aposentado que confessou ser o autor do atentado, a pretexto de “discordar da linha editorial do jornal”. O ataque em questão atingiu também a residência do jornalista José Antônio Arantes, colocando em perigo a sua vida bem como a dos familiares que moram com ele no andar superior do prédio. A polícia apura neste momento se há mandantes do crime, outros envolvidos diretos na ação e a motivação pormenorizada para este ato que poderia ter desdobramentos ainda mais graves.

— O trabalho da investigação, a cargo do delegado Marcelo Puppo, avança e pode, eventualmente, fazer com que o crime inicialmente registrado como incêndio evolua para tentativa de homicídio e leve à conclusão de que houve crime de atentado contra a liberdade de expressão e contra a democracia.

— O desfecho desta investigação pode ter o condão até mesmo de ser didático, no sentido de clarificar e demonstrar que o estado democrático de direito pressupõe respeito absoluto aos seus princípios. Que a violência, sob nenhum aspecto ou forma, é instrumento para silenciar ou intimidar os que buscam iluminar a realidade e dar transparência aos fatos. E porque é necessário sempre se ter em mente que a tinta com que se escreve a liberdade não se apaga jamais com a mão pesada da intolerância, da prepotência e da divisão.

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