05 de agosto | 2007

Descaso e desilusão tiraram grupo do Fefol desde 2001

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 O descaso de integrantes da comissão executiva do festival e a desilusão que isto gerou, fizeram com que o Terno de Moçambique de São Benedito, do Jardim Santa Ifigênia, deixasse de participar dos Festivais de Folclore a partir do ano de 2001, coincidentemente, o primeiro ano da primeira administração do prefeito Luiz Fernando Carneiro.

De acordo com o capitão Adelis Paula dos Santos (foto), depois da morte do idealizador e criador do festival, professor José Sant’anna e, também após o final da administração do ex-prefeito José Fernando Rizzatti, deixaram de cumprir um acordo anterior para, pelo menos a troca anual das vestimentas do grupo.

Adelis explica que esse acordo vinha sendo mantido desde o primeiro festival, quando apenas quatro grupos locais eram apresentados, na época em que o evento era realizado em apenas um final de semana, no ano de 1964.

Na ocasião o grupo foi reestruturado pelo professor Sant’anna, que se transformou, por desejo próprio, o padrinho da bandeira do Terno de Moçambique, incentivando Adelis a seguir a tradição que já vivia desde criança, quando acompanhava seu avô.

Entretanto, segundo ele, depois que o prefeito Luiz Fernando Carneiro assumiu a prefeitura e entregou a coordenadoria do festival para a professora Maria Aparecida de Araújo Manzolli, o que era expectativa de sobrevivência do grupo, se transformou em decepção e desilusão que o fizeram deixar de apresentar já no ano de 2001.

O capitão Adelis conta que o acordo que tinha com o professor Sant’anna e que foi mantido pelo ex-prefeito Rizzatti em seus dois últimos anos de mandato, era de que a cada dois anos, ou seja, ano sim, ano não, o grupo receberia novas vestimentas para fazer sua apresentação no festival.

E, o ano sim calhou de ser em 2001, já com o novo prefeito que escalou o comerciante Márcio José Ramos, como presidente da comissão executiva e houve também a mudança da coordenação cultural do evento, encontrou dificuldades com a professora Cidinha Manzolli e acabou desiludindo e desativando o grupo. Até então, depois do falecimento de Sant’anna, a parte cultural do evento era coordenada por Antônio Clemêncio da Silva, Célio José Franzin e André Luiz Nakamura.

Pouco antes do festival de 2001, Adelis procurou a coordenação para ver a questão das roupas que, segundo ele, na ocasião custariam em torno de cinco mil reais e acabou recebendo uma proposta para que pegasse apenas mil reais. "Por infelicidade o ano que ela entrou era o que deveria dar as roupas novas e ela recusou. Sendo assim, não tivemos como nos apresentar mais", explicou.

Procurado em 2006

No ano passado, conta Adelis que chegou a ser procurado por Célio Franzin para que voltasse a ativar o grupo e também a se apresentar no festival. No entanto, o fato da professora ser ainda a coordenadora cultural o deixou relutante em voltar. O cansaço e a própria idade que já tem, também foram motivos para que pensasse em nunca mais organizar o Moçambique.

No entanto, neste ano enxergou a situação de maneira diferente. Ao ser procurado novamente por Célio Franzin, que esteve em sua casa em companhia da presidente da comissão executiva, Rosali Gobatto Ducatti e, do vice-presidente do IBCP (Instituto Brasileiro de Cultura Popular), Vivaldo Mendes. Os três, de acordo com ele, garantiram não as vestimentas, mas também a reposição dos instrumentos que acabaram se perdendo pelo tempo.

Os ensaios e a preparação para as apresentações, uma na noite de hoje e outra na próxima quinta-feira (09), começaram há cerca de 60 dias. "Vou dançar mais um ano, dois ou três, o tanto que eu agüentar e enquanto eles conseguirem manter", enfatizou. Adelis estima que os gastos deste ano ficaram em torno de oito mil reais para vestir os cerca de 60 integrantes do grupo, a recuperação dos instrumentos e os enfeites necessários. A última apresentação do grupo aconteceu no ano de 2000.

"Vamos apresentar agora sábado na abertura na arena, é uma abertura em homenagem ao professor José Sant´anna e, depois voltar a dançar na quinta-feira no palco e dançar no desfile domingo de manhã", informou.

 

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