25 de julho | 2011

Delegado olimpiense comandou a prisão de vereadores de Fronteira

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O Delegado Regional da Polícia Civil de Minas Gerais, o olimpiense Hélio Lisse Júnior (foto à direita), foi quem comandou a prisão de nove vereadores da cidade de Fronteira, MG, que foi notícia nacional, na terça-feira desta semana, 19. Os nove vereadores foram presos pela Polícia Civil acusados de desvio de dinheiro público e uso irregular de verba indenizatória.


Segundo o jornal Bom Dia de Rio Preto, em seu site na internet, são eles Maurílio Carlos de Toledo (PSDB), Raidar Mamed (PSDC), Sileide Nunes do Nascimento Faitaroni (PP), João Veraldi Júnior (PDT), Nildomar Lázaro da Silva (PR), José Marcelo Soares dos Santos (PDT), Eduardo Florêncio de Souza (PMDB), Daniel dos Reis Linhares Pontes (PMN) e Samer Saroute (PMN).


“A polícia fez a ação de forma tranquila e sem nenhuma objeção por parte dos vereadores. Todos aceitaram (a prisão) pacificamente”, disse o delegado regional Hélio Lisse Júnior.


Minutos depois da prisão, pelo menos 500 moradores da cidade fizeram manifestação em frente à Câmara, posicionando-se a favor da decisão da Justiça. “Eles estavam torrando dinheiro público com valores absurdos com combustíveis, bebidas, contas de telefone e até  internet na casa de um dos vereadores”, afirmou a empresária Maria da Silva Flores, 43 anos.


Os  vereadores vão ficar presos por tempo indeterminado no presídio de Frutal. Segundo o MP, eles ainda não perderam os cargos em definitivo.


O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza substituta Raquel Agrelli, da  1ª Vara Criminal de Frutal – à qual Fronteira pertence –, atendendo pedido do Ministério Público por meio dos promotores Alam Baena Bertolia dos Santos, Renato Teixeira Rezende e Danisa Maria Biazevick.


Segundo informações obtidas pelo jornal rio-pretense os advogados dos vereadores Arnaldo Silva Júnior e Rodrigo Ribeiro Pereira entraram ainda na terça-feira com pedido de habeas corpus. Eles não foram encontrados para comentar o caso.


O fato gerador do ilícito teria sido o uso indevido de dinheiro público que, de acordo com as investigações, teria ocorrido entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010. Em fevereiro, os vereadores foram processados pelos crimes de formação de quadrilha, peculato (desvio de verba pública) e por atos de improbidade relacionados ao enriquecimento ilícito.


Ainda de acordo com as investigações, em março, o MP descobriu que em janeiro, os políticos teriam contratado a  empresa Minas Controladoria e Assessoria Contábil Ltda, por meio da Câmara, para auxiliar na defesa deles. O MP pediu  bloqueio dos bens dos nove. Caso sejam condenados, eles poderão ter de ressarcir toda a quantia desviada dos cofres públicos estimada em R$ 570 mil.


Os nove vereadores de Fronteira (MG), presos pela Polícia Civil, recebiam salário de R$ 3,5 mil para participar de apenas uma reunião por mês. A verba “extra” era em média R$ 3 mil mensais.


42 VOLTAS
AO MUNDO
De acordo com o jornal Bom Dia, os nove vereadores de Fronteira justificaram por meio de notas fiscais apresentadas à Câmara que gastaram R$ 441 mil de combustível para receber verba indenizatória dos cofres públicos. De acordo com o Ministério Público, só de janeiro de 2009 a dezembro de 2010, os políticos justificaram o consumo de 169,6 mil litros de combustível.

Levando-se em conta que cada carro consuma em média um litro de combustível a cada 10 quilômetros rodados, a quantia daria para percorrer aproximadamente 1,7 milhões de quilômetros nesses 24 meses. Considerando que a distância de todo o percurso ao redor da Terra, na linha do Equador, é de 40 mil quilômetros, os gastos dos políticos de Fronteira com combustível seriam suficientes para dar 42 voltas de carro ao redor do planeta.


Os vereadores são suspeitos ainda de terem desviado verba indenizatória para bancar despesas pessoais, uso do carro oficial em período de recesso parlamentar, bebidas alcoólicas, despesas com café da manhã, almoço, café da tarde e jantar em estabelecimentos que não fornecem esse tipo de refeição e também a manutenção de veículos particulares em oficinas mecânicas e revendas de peças automotivas.


“Além do alto salário que eles recebem, gastavam com rodadas de chope e rodízios em churrascarias. É uma vergonha para a política de Fronteira e para o Brasil”, afirma o aposentado Luiz Santana, 67, morador da cidade.


INTERROGADOS

Por outro lado, os nove vereadores, acusados dos crimes de corrupção e formação de quadrilha, prestaram depoimento na quarta-feira no Fórum de Frutal. Algemados, os parlamentares chegaram para as audiências acompanhados de policiais da Subsecretaria de Assuntos Penitenciários (Suap) de Minas Gerais.

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