22 de fevereiro | 2009

Delegado entende que drogas e descuido são os responsáveis

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 O alto consumo de drogas ilícitas e até mesmo a facilitação gerada pela falta de cuidados, quando as vítimas expõem objetos, principalmente dentro de automóveis, são, para o delgado João Brocanello Neto (foto), titular da Delegacia de Polícia de Olímpia, fatores importantes para serem analisados, quando se fala no aumento de furtos comuns, como mostra levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

"O furto é uma conduta criminosa de fácil acesso a qualquer um. Qualquer pessoa pode cometer esse tipo de delito, não precisa ser especializado. Também a própria vítima, via de regra, facilita esse tipo de delito", comenta.

Brocanello cita como exemplo a pessoa deixar a bolsa dentro do veículo, acreditando que apenas as travas das portas serão suficientes para manter preservado seu objeto. "O camarada não vai pensar duas vezes em quebrar o vidro ou entortar a porta, que é de fácil acesso, ou mesmo usar até uma mixa para subtrair. Mesmo que não tenha nada de tanto valor dentro dessa bolsa, vai atrair a curiosidade e a sagacidade do bandido para furtá-la", explica.

Também nas casas, avisa que é preciso manter portas e janelas fechadas. O delegado avisa que a cidade já não é tranqüila como em tempos passados. "Há muita incidência de furto, porque a própria vítima, em muitos casos, não tem a preocupação de trancar as portas e janelas", falou.

De acordo com ele, às vezes as pessoas acham que porque tem um muro e isso seria o suficiente para impedir um furto. "Tem que lembrar, também, que o consumo excessivo de drogas é outro fator que aumenta o delito do furto e com o provento de furto o camarada vai trocar o mesmo objeto de valor, ou vai vender por qualquer bagatela, para pegar 10, 20, 30, 40 reais, para comprar pedra de crack, que é o que mais está destruindo a família", reforça.

Família e religião

Porém, há também, além da falta de trabalho, a questão familiar e religiosa: "O tripé que faz com que o homem fique de pé, vamos colocar assim, no meu entendimento é de fundamental importância e que muitos não estão dando a relevância necessária, que seria a família, a religião e o trabalho".

"Então, penso que a formação familiar completa, na qual houvesse a preocupação em formar o cidadão, a pessoa de bem, tem que começar num ambiente familiar bom em que o pai e mãe possam proporcionar um encaminhamento para a religiosidade, que é a busca de Deus", acrescenta.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) recebe críticas do delegado: "Nossos representantes políticos deveriam reavaliar o ECA, que não é de todo ruim, mas nossa realidade é diferente da realidade americana e também da parte européia rica. Somos um país de 5.º mundo e nossas leis têm que se adequarem às nossas realidades".

 

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