16 de novembro | 2008

Delegado diz que normalidade do atendimento demora mais de 30 dias

Compartilhe:

 

Mesmo com o encerramento da greve confirmado e a volta do atendimento normal em todas as delegacias da cidade, o delegado João Brocanello Neto estima que será necessário um período de mais de 30 dias para que o atendimento volte à normalidade. A afirmação foi feita durante entrevista que concedeu a uma das emissoras de rádio da cidade, no início da tarde desta sexta-feira, dia 14 de setembro.

Já em relação ao movimento e às próprias propostas do Governo do Estado, já aprovadas pela Assembléia Legislativa de São Paulo, Brocanello prefere não fazer avaliação. "É precipitada qualquer avaliação, até porque estamos muito distantes do que está acontecendo em São Paulo", comentou.

Entretanto, disse acreditar que o movimento teve seu lado positivo, mas também seu lado negativo. "O lado bom é que de certa forma a polícia conseguiu se unir e articular. O lado negativo é que a população perdeu como sempre. Como cidadão eu sei o que é pagar os impostos e não ter a resposta imediata do poder público. É difícil confiar no poder público", avaliou.

Durante o período de greve, que durou cerca de 60 dias, alguns serviços sofreram prejuízos de atendimento, como emissão de RG e Carteira Nacional de Habilitação, além de registro de queixas criminais e extravios de documentos, acumulando bastante trabalho. "E, infelizmente, prejuízo maior é para o cidadão que paga seu imposto", lamenta.

Colocar esse atendimento em dia leva tempo. Ontem ele comentava que já havia registrado o terceiro flagrante depois do encerramento da greve. "Agora, acreditamos que será preciso mais de um mês para colocar a casa em ordem. Vai ser preciso ter um pouco mais de paciência", avisa.

O fim da greve foi acatado mediante ordem judicial do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Eros Grau decidiu que o direito de paralisação não se aplica à categoria. O ministro atendeu argumentos de uma ação movida pelo governo, que questionava a legalidade do movimento grevista.

Entidades

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis dos Estado de São Paulo (Sindipesp), José Martins Leal, disse na quinta-feira, 13, que a recomendação é que todos os policiais voltassem a trabalhar normalmente.

No entanto, afirmou que os delegados podem ainda manter o estado de greve até terça-feira da próxima semana, dia 18, quando deve ser publicada a determinação do STF. Já para o presidente da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo, André Dahmer, a mobilização da categoria permanece. A entidade, segundo disse, vai analisar qual medida judicial pode ser tomada para anular a ordem do STF.

Salários

O aumento aprovado chega a 13%, sendo 6,5% pagos a partir de novembro deste ano e 6,5% para novembro de 2009. A Polícia Civil exigia 15% para este ano, 12% para o ano que vem e 12% para 2010. Os projetos enviados pelo governador José Serra previam, originalmente, que os aumentos aconteceriam em janeiro de 2009 e janeiro de 2010. Serra tem 15 dias úteis para sancionar os projetos.

Também foram aprovados o projeto de lei que trata da reestruturação da carreira de delegado e prevê aumento para a classe, além do que reajusta o padrão de vencimentos das Polícias Civil e Técnico-Científica, reestrutura as carreiras da Polícia Civil, exceto a de delegados, e da Polícia Técnico-Científica. Ainda serão criados 1.236 cargos de oficiais administrativos destinados ao Detran. Em razão da aprovação, o menor salário de um delegado passa de R$ 3,7 mil para R$ 4,9 mil. Esse piso subirá para R$ 5,2 mil em novembro do próximo ano, aumento acumulado de 40,3%.

 

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas