10 de outubro | 2011

Delegado cobra ação social da Prefeitura para ajudar a combater tráfico de drogas

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O titular da Delegacia de Polícia de Olímpia, delegado João Brocanello Neto (foto), está cobrando uma ação social da Prefeitura Municipal, principalmente no tocante ao tratamento de pessoas que sofrem com dependência química, como forma de ajudar a combater, definitivamente, o tráfico de entorpecentes no município.


Segundo sua avaliação, a única forma de acabar com os agentes do tráfico não é apenas a prisão dos envolvidos, mas, principalmente, acabar com o vício. Quer dizer, para Brocanello é importante eliminar a procura pelas drogas, através da cura das pessoas viciadas.


Quando perguntado sobre o efeito que as prisões de pessoas envolvidas com o tráfico têm causado ao comércio de drogas, o delegado explicou que “para a sociedade, na minha visão, representa algo significativo, representa que a polícia e Poder Judiciário estão trabalhando no mesmo compasso, de representar bem os anseios da nossa comunidade que paga impostos caros”.


Mas explicou que, como já havia afirmado anteriormente, as prisões não bastam para solucionar o problema. “Precisa fazer o serviço social e assistencial voltado para a recuperação dos drogados. A gente precisa insistir e afirmar várias vezes que a solução é recuperar o drogado, porque muitas vezes ele não consegue sair sozinho desse buraco. A família também não tem estrutura e o poder público constituído não oferece condições para que a pessoa que necessita de tratamento saia desse buraco. Então, nós precisamos fazer esse trabalho completo”, disse durante entrevista que concedeu à rádio Difusora AM.


Mas ao falar à rádio Menina, o delegado foi mais enfático ao declarar que “nós não temos políticas de saúde voltadas a recuperação da pessoa (viciado) que precisa de ajuda”. “Hoje a gente precisa de uma política voltada ao assistencialismo de saúde para quem está envolvido com o problema do vício. Venho alertando, mas a gente percebe que ninguém, pelo menos quem deveria ter a preocupação de trabalhar neste propósito está inerte”, declarou.


“O nosso trabalho é necessário, mas não é essencial. O trabalho que vai tratar a ferida é o da assistência social e saúde. É isso que temos que enxergar e trabalhar e que temos que cobrar do poder público constituído, porque nós, como cidadãos, pagamos impostos muito caros. Na medida em que diminui a procura, justamente vai desestimular a oferta. É isso que temos que entender”, acrescentou.


ÁREA PARA IMPLANTAR PROJETO DE TRATAMENTO


Também de acordo com o delegado, a Justiça local decretou recentemente, a disponibilidade de uma área rural, em estrada vicinal que segue em direção ao bairro rural Campo Alegre, região leste do município de Olímpia, que poderia ser ocupada para essa finalidade.


“É muito apropriada para que o poder constituído do nosso município possa viabilizar uma clínica de reabilitação. Tenho certeza que se houver vontade do Poder Público o Poder Judiciário dará poderes para trabalhar nesse propósito”, explica.


“Temos que buscar esse tipo de política porque o trabalho da polícia é importante, mas é paliativo. O pode executivo tem estrutura pra poder alavancar esse projeto que será muito importante para essas famílias”, insiste.


Brocanello considera que o tráfico de drogas não será enfraquecido apenas com as prisões de lideranças – somente neste ano foram presas aproximadamente 40 pessoas. Até por isso considera errado vender a imagem de que com o traficante preso não continuará atuando. “Ele continua orientando de dentro de uma cadeia ou penitenciária, através de celular ou correspondência, ou mesmo através de comunicação com alguma pessoa ligada a ele para levar alguma orientação.

Então, isso aí é uma ilusão”, finaliza.

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