19 de abril | 2015

Criminalidade infantil invade escola com furtos de celulares

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Uma situação que já extrapola os limites da preocupação está chegando a uma condição cada vez mais inaceitável. Isso porque a crimina­lidade infantil, que quase que diariamente se reflete na apreensão de menores – alguns casos são ainda crianças – invadiu a escola com furtos de telefones celulares.

Embora sem uma confirmação oficial, imagina-se que os objetos sirvam para trocar por entorpecentes ou mesmo ser colocado à disposição dos traficantes.

Sabe-se que a região do Jardim São José, na zona sul, onde está a Escola Estadual Professora Alzira Tonelli Zacca­relli, é um local en­dêmico em relação tanto ao tráfico, quanto ao uso de drogas.

Um furto de celular teria ocorrido no interior de uma sala de aula da Escola Estadual Professora Alzira Tonelli Zaccarelli, no dia 7 de abril de 2015. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Olímpia pela estudante que tem 13 anos que estava acompanhada da mãe.

De acordo com o que consta na polícia trata-se de um telefone celular da marca Sam­sung, modelo Galaxy, que estava no interior da mochila da menina, que ainda relatou que essa não foi a primeira vez que foi vítima de furto no interior da escola.

Mas no dia 8, a mãe, que se identificou com o nome de Sandra, falou bastante emocionada e em determinado ponto até chorando a respeito da situação que enfrentam sua filha e o filho que estuda no mesmo local. O filho, segundo ela, sofre bullyng.

A mãe reclama providências dos governantes para resolver o problema de segurança dos alunos. Segundo ela, faltam funcionários para controlar a situação e evitar situações constrangedoras. Por isso, chega a falar do prefeito Eugênio José Zuliani, como uma das pessoas que teriam de tomar providências. Também de acordo com ela, há apenas duas inspetoras de alunos que não conseguem cuidar de todos os alunos. A mãe contou que fica uma inspetora de um lado e outra do outro.

“Não tem que falar da escola. Nem da diretora porque eles correram atrás. Na sala de aula não tinha filmadora. Não tem como filmar quem pegou o celular. Minha filha pode ter errado de ter levado o celular, só que estava dentro da bolsa dela e ninguém tem que mexer no que é dos outros. Um parceiro de classe pediu para ela tirar um xerox e naquilo foram lá e roubaram o celular dela”.

No entanto, outro furto de celular, esse registrado na Delegacia de Polícia na terça-feira, dia 14. Desta feita trata-se de um Motorola modelo Moto G3, nas cores preta e branca.

Consta que a mãe de um aluno de 12 anos foi registrar que durante o período de aulas alguém furtou o telefone celular de dentro da mochila do filho.

Diretora afirma que é proibido o uso de celular e nega responsabilidade da escola

A diretora da Escola Estadual Professora Alzira Tonelli Zaccarelli, Tania Maria Alves da Costa, concedeu entrevista à imprensa nesta semana, alegando que a escola não tem responsabilidade pelos furtos e que inclusive os alunos estão proibidos de levar telefone celular quando vão para a escola. Além disso, afirma que houve orientação da escola para os pais de que não devem permitir que os filhos levem seus telefones celulares para a escola, porque atrapalha a aula e o desenvolvimento do aprendizado.

No entanto, afirma que não é comum esse tipo de ocorrência na escola. “Não é comum. Mas por esses dias aconteceu o furto de uma celular de uma menina e agora esse outro caso”.

De acordo com Tania Maria Alves da Costa há o Decreto número 52.625/2008, do dia 15 de janeiro de 2008, baixado pelo ex-governador José Serra, que proíbe o uso de telefone celular na escola. “Nós, mediante esse decreto, entregamos um comunicado para todos os pais para que não deixassem os filhos trazerem o celular para a escola, porque é proibido o uso de celular na escola”, explica.

Tania Maria Alves da Costa informou que a escola, que agora é período integral, possui a sala do ‘Acessa’, que é dotada de computadores para que os professores ensinem informática de forma correta aos alunos. “É onde os alunos vão fazer pesquisas, porque estudante vem à escola para estudar e não para ficar ouvindo música durante a aula, ficar no WhatsApp, no Facebook. Escola não é para isso”, acrescentou.

Mas disse também que a “escola é para ele (aluno) vir aprender matemática, física, química, português. É para aprender as disciplinas do currículo. Então, os pais têm que ter ciência disso e nós fizemos um comunicado”.

“O aluno tem aula de infor­mática. A nossa escola é de tempo integral. Nós temos oficina. Os professores levam esses alunos na sala de infor­mática. Eles têm todo o conhecimento, mas de uma maneira correta para o uso da informação. E nós não vamos nos responsabilizar por furto dentro da escola, porque os pais estão cientes”, reforça.

CELULAR SÓ FORA DA ESCOLA

De acordo com o entendimento da diretora “o celular ele vai usar fora da escola. Se tem algum problema, se quer falar com o filho, liga na escola que o funcionário chama, manda o recado, conversa. Existe telefone na escola, aliás dois números. Então, não há necessidade de trazer celular para a escola porque é proibido”.

Segundo a diretora, a escola não se responsabiliza por objetos furtados dentro da escola. “Tem objetos que o aluno traz na mochila dele. Nós não podemos entrar na sala de aula e mexer no objeto do aluno”, justifica.

Mas ela indica a fórmula que usa para solucionar os problemas: “Por exemplo, o aluno fala assim ah Dona Tânia sumiu a minha caneta tal, que eu paguei x, que é uma caneta cara. Eu não posso mexer e ficar procurando nas mochilas de todos os alunos para ver se alguém pegou a caneta. Não posso fazer isso”, reforça.

“O que eu posso fazer é no sentido assim: posso entrar e falar assim meus amores, de repente, sem querer, por brincadeira, algum aluninho pegou um objeto e colocou na mochilinha do outro? Vamos, da uma olhadinha no material de vocês? Isso eu já fiz até porque na brincadeira, às vezes, eles têm mania de pegar um lápis, uma caneta do outro coleguinha”, acrescenta.

NÃO QUERIA POLÍCIA

Entretanto, a diretora dá a entender que na verdade não queria que o problema chegasse até à polícia: “Agora, tudo tem o bom senso. Se essa mãe, ao invés de ir direto fazer o boletim de ocorrência, se ela tivesse vindo aqui na escola conversar, de repente tem suspeito, nós poderíamos estar chamando na nossa sala, conversando e, de repente até encontrar quem pegou. Se foi por brincadeira oh meu amor, não pode e conversar e conscientizar que está errado e que é furto. Esse é o nosso trabalho de educadora. Agora, não foi isso que aconteceu. A pessoa foi direto fazer o boletim de ocorrência e tudo tem o bom senso de uma escola”.

Ao final ainda afirmou: “o que é errado é a pessoa ir e oh foi furtado na escola Alzira porque não é assim. Agora, como que eu vou solucionar? Roubou, roubou, não era para trazer celular”.

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