17 de maio | 2009

Crânio encontrado por arqueólogos na usina pode ter até 450 anos

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Um crânio encontrado por arqueólogos durante escavações realizadas em terras da empresa Açúcar Guarani, proprietária da Usina Cruz Alta de Olímpia, pode ter até 450 anos de idade. A informação foi passada pela arqueóloga Camila Azevedo de Moraes, durante entrevista que concedeu à Folha, quando da apresentação de uma palestra na Secretaria Municipal de Educação, a professores da rede municipal de ensino.

O crânio foi achado junto com outros utensílios durante o trabalho realizado por 20 profissionais da área desde o ano de 2006, em terras da usina que começavam a ser preparadas para o plantio de cana-de-açúcar, dentro do plano de expansão da empresa. Durante as pesquisas em sete sítios arqueológicos, foram encontradas, também, ferramentas confeccionadas com pedra e muitas vasilhas e potes de barro.

“Encontramos também em um enterramento, um crânio humano e fomos cavando e conseguimos fazer por meio desse crânio a datação e a gente sabe quanto tempo tinha essas ocupações, que variavam de 350 a 450 anos atrás. Então, a gente sabe que tem séculos de história que a gente está conhecendo graças a essas pesquisas”, avaliou.

Segundo Camila Moraes, antes da chegada da colonização, a região onde está a cidade de Olímpia foi habitada por várias tribos indígenas. A certeza de que foram vários grupos e não apenas um é resultado da análise da variedade dos objetos encontrados. “Cada grupo tem um jeito de fazer os objetos. Acho os objetos, classifico e vou reunindo os que são semelhantes e os que são diferentes”, explicou.

Já a chegada dessas tribos na região, Moraes explica que ocorreu devido aos recursos ambientais que chamaram a atenção “desses grupos indígenas que vieram de diversos pontos do território que hoje configura o Brasil, para morar na região”. Entre esses recursos ela cita a água, fauna, flora, relevo e a disponibilidade de rochas para construir seus instrumentos em pedra.

“Esses grupos não trabalhavam com metais. Todos os instrumentos de corte e de derrubada da mata eram feitos em pedra e a argila para fazer os potes. Todos esses recursos existiam em abundância, por isso atraiu diversos grupos”, informou. Os estudos revelaram as presenças das culturas tupi-guaranis e aratu. 

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