10 de setembro | 2016

Após prisão de vereador MP vai investigar possível organização criminosa na Câmara e na Prefeitura

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Da redação com
Diário da Região

O Ministério Público (MP) abriu investigação para apurar a existência de organização criminosa na Câmara e na Prefeitura de Olímpia. O foco da promotora de Justiça Valéria Andréa Ferreira de Lima são nomeações de apadrinhados para cargos em comissão. Em troca, os comissionados teriam de devolver parte de seus respectivos salários para alimentar esquemas de compras de votos e compra de apoio político na cidade.

A promotora quer apurar ainda a existência de um suposto “caixa 2” de campanhas políticas envolvendo agentes públicos na cidade, tanto no Legislativo como no Executivo. O ponto de partida da apuração é o flagrante que resultou na prisão preventiva do vereador Marco Antônio dos Santos, DEM, mesmo partido do prefeito Eugênio José Zuliani, e candidato à reeleição no dia 2 de outubro.

A nova investigação tem como base informações repassadas ao Ministério Público pela assessora Brenda Martins, que afirmou ser algo comum a exigência de “pedágio” no Legislativo.

Santos foi preso em flagrante em operação da qual participaram o próprio Ministério Público e a Polícia Civil. Foram apreendidos com o vereador R$ 1.665 do salário de R$ 2,6 mil destinados à assessora.

O foco da apuração do MP são as ocorrências dos possíveis crimes de concussão e corrupção passiva. De acordo com a portaria do procedimento criminal, à qual o Diário teve acesso com exclusividade, Valéria pediu ao Departamento Pessoal da Câmara que encaminhe a relação com nome e qualificação dos nomeados para os 16 cargos em comissão no prazo de 24 horas.

A promotora pediu ainda ao Legislativo, no prazo de 10 dias, cópia dos prontuários funcionais dos apadrinhados. Ela pediu ainda informações sobre os ocupantes de aproximadamente 50 cargos em comissão na Prefeitura Municipal.

“Quero saber quais são os critérios para a ocupação desses cargos.

Se os nomeados têm capacidade técnica para ocupar as funções”, afirmou Valéria.

Por meio de rede social, o prefeito disse que não iria comentar sobre o assunto e confirmou que, por enquanto, não vai pedir a expulsão de Santos do DEM. Ele voltava de viagem de São Paulo na noite de sexta-feira, dia 9.

MP CONVOCA 9 ASSESSORES

O Ministério Público já marcou o depoimento de nove assessores da Câmara para a próxima semana. O vereador Marco Santos (DEM) prestou depoimento na sexta-feira, dia 9, na sede do Ministério Público em Olímpia. Ele negou que tenha exigido parte do salário da assessora Brenda Martins.

A promotora de Justiça Valéria Andréa Ferreira de Lima encaminhou ofício à Delegacia de Polícia, a fim de que, no prazo de 10 dias, esclareça a respeito do envio dos telefones celulares apreendidos em poder do vereador. Ela quer esclarecimentos ainda sobre “gravação divulgada pelo vereador enquanto sob custódia da Polícia Civil”.

Valéria pediu ainda que seja coletado material caligráfico de assessores a fins de que seja possível a realização do exame grafotécnico.

No entanto, de acordo com a promotora, o prefeito

Eugênio José Zuliani (DEM) não será alvo de apuração no início da investigação porque ele possui foro privilegiado. A investigação de prefeitos cabe apenas à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ).

O advogado de Santos não foi localizado para comentar o assunto. No dia em que a prisão do parlamentar do DEM ocorreu, ele afirmou que o caso era “armação”.

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