O TERCEIRO LADO!
Ex-bombeiro, criminoso confesso, tinha a obrigação de salvar e não de colocar vidas em risco. Mônica e Willian adiantaram que também irão recorrer na tentativa de buscar justiça condizente com a gravidade dos fatos ocorridos

Para os advogados Mônica M. L. Nogueira e Willian A. Zanolli, que se habilitaram como assistentes de acusação no processo, representando a vítima, o jornalista José Antônio Arantes, embora a sentença possa ser considerada como até um pouco além do que se previa, com certeza foi uma resposta muito frágil para a sociedade.

Segundo os defensores, “a sentença em si considerando-se a blindagem em torno da defesa do ex-bombeiro motivada pelo corporativismo e pela naturalização da violência provocada pela polarização política, foi um pouco além do que se previa. Porém, se levado em conta a gravidade do caso que poderia ter tido consequências muito graves provocando a morte da família do jornalista ou o incêndio em vários prédios ao redor, a sentença ficou a desejar”.

Mônica e Willian complementam que “se forem considerada estas circunstâncias atreladas ao fato de o criminoso confesso ser ex-bombeiro, com a obrigação de salvar e não colocar vidas em risco, a repercussão mundial, o ataque a liberdade de expressão, a sociedade teve uma resposta muito frágil, muito anêmica diante da gravidade da situação. Principalmente em um país em que a justiça é punitivista e severa com os excluídos, condenando mesquinharias como um furto de latas de leite em pó devolvidas ao comerciante, com um rigor excessivo, por exemplo”.

E concluíram: “A resposta à sociedade ficou a desejar e vamos recorrer visando ampliar a sentença na tentativa de buscar justiça condizente com a gravidade dos fatos ocorridos e para que não prospere a sensação de que o combate as ideias possam ser feito de forma criminosa, com intolerância, fanatismo, radicalismo e desrespeito a vida do semelhante”.