SAIU NA RECORD!
Mãe teria ministrado antidepressivo diretamente para a filha sem o conhecimento do médico.
Provedor do hospital nega estado vegetativo e garante que não foram administrados medicamentos em desacordo com seu quadro clinico e garante que foram tomadas todas as medidas possíveis pertinentes ao caso.

DA REDAÇÃO COM CLEBER LUIS DA RECORD – O repórter Cleber Luis, que é de Olímpia e trabalha na TV Record de Rio Preto, publicou reportagem na quarta-feira, 05, onde entrevista a irmã de uma adolescente de 15 anos que acabara de perder um bebê na Santa Casa de Olímpia acusando o hospital de erro médico. Uma conselheira tutelar também foi ouvida por estar acompanhando a paciente internada que é menor.

Pelo que foi apurado e levantado pela representante da menor, esta poderia ter recebido remédio antidepressivo tanto do hospital, como da própria mãe que teria continuado com a medicação particular dentro do hospital, possivelmente sem que o médico soubesse.

O repórter entrevistou a irmã da menor Giovana, de 15 anos, que estava internada, grávida, fraca, pois não estava se alimentando direito e, por isso teve que ser internada.

FOI INTERNADA
PORQUE ESTAVA FRACA

Jéssica Carolina Cardoso explicou que na segunda-feira a irmã passou mal, foi atendida no postinho para passar por um psicólogo porque tem problema de depressão. “Mas ela passou mal e a médica que pediu encaminhamento para a Santa Casa. Primeiro ela foi para a UPA, depois para o hospital porque ela estava muito fraca. Chegando aqui eles deram medicamento para ela. Mas no outro dia, na terça, foi ficando mais fraca ainda. Na quarta reclamou que a visão estava muito turva, não tinha mais visão. Não levantou mais da cama e na quinta continuou a mesma coisa e ela foi piorando”.

— Na quinta-feira minha mãe foi questionar as enfermeiras sobre o que estavam dando para ela e falaram que estavam usando um antidepressivo. À noite, e como ela já fazia uso constante, minha mãe estava dando também o remédio antidepressivo, porque eles não tinham comunicado minha mãe que estava dando depressivo para ela.

MÃE PEDIU PARA SUSPENDER
REMÉDIO ANTIDEPRESSIVO

— Minha mãe pediu para suspender o uso desse medicamento pelo hospital e também suspendeu o que ela estava dando e, a todo momento, passou a pedir a transferência do hospital, pois tinha entrado no hospital só precisando de hidratação e alimentação e ficou em estado praticamente vegetativo e eles falando que não era necessário, que o bebê estava bem, que ela estava bem, os exames tudo bem. Mas no sábado, mesmo dizendo que ela e o bebe estavam bem, mandaram ela para uma semi UTI por problemas psiquiátricos.

— Disseram também que iriam acionar uma tal de cross (sistema que regula as vagas para internação), para pedir um encaminhamento para ela para fora. Mas ontem de manhã (terça-feira, 04) o bebê veio a óbito e eles informaram que não podiam fazer cesárea na situação que a Giovana estava porque ela precisava se fortalecer para poder fazer a cirurgia e retirar o bebê, porém ela estava em estado vegetativo.

REMÉDIO NÃO CONSTA DO PRONTUÁRIO

O repórter Cleber Luis pergunta se o remédio antidepressivo estaria registrado no prontuário.

— Uma enfermeira mostrou para minha mãe que fez o uso desse medicamento dois dias, terça e quarta à noite, e para o meu cunhado também mostraram. Porém, depois que o bebê veio a óbito e ela foi transferida para UTI, misteriosamente eles falam que não tem como estar no prontuário pois nem tem o remédio no hospital. Isso é estranho, pois a gente fez a pesquisa, e ela não poderia ter tomado esse medicamento.

O repórter pergunta então se havia sido registrado o Boletim de Ocorrência e quem responde é a Conselheira Tutelar, Lucimara Batista que estava acompanhando o caso pelo fato de a paciente ser adolescente.

Ela disse: “Um descaso da Santa Casa, porque semana passada a mãe da adolescente mandou um áudio para a gente. Estava desesperada e, no quarto, ela pediu para suspender o medicamento e a enfermeira ainda falou para mãe que era frescura e eu fiquei muito indignada com isso.

PROVEDOR GARANTIU QUE TODOS
OS PROCEDIMENTOS CABÍVEIS FORAM TOMADOS

O provedor da Santa Casa, Luiz Alberto Zacarelli, emitiu nota no final da tarde onde diz que a paciente era menor de idade e com gestação de risco. “Não foram administrados medicamentos em desacordo com seu quadro clinico, ao contrário, foram tomadas todas as medidas possíveis e recomendáveis ao seu quadro de saúde, assim como todas as condutas médicas pertinentes ao caso, não sendo verdadeiras as informações de que a paciente se encontra em estado vegetativo”.

E continua: “Segundo relatório médico a mesma está internada em leito de UTI, com quadro estável hemodinamicamente, afebril, hidratada, corada e, respirando em ar ambiente. Todas as informações foram e estão sendo prestadas aos familiares, ressaltando que essa é a terceira vez que a paciente é internada no último mês com complicações relacionadas com o período gestacional”.

E conclui: “Ainda em relação às infundadas alegações que estão sendo veiculadas, as medidas administrativas e judiciais cabíveis serão tomadas no momento oportuno, inclusive em relação a profissionais detentores de cargo público que, desprovidos de preparo, sem capacidade técnica e discernimento contribuem apenas para disseminar inverdades, que maculam uma Instituição séria e que preza pela qualidade do atendimento prestado aos usuários”.