12 de novembro | 2023

Discutindo o Autismo: a luta de uma mãe transformada em esperança para muitos

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Associação Amor Autista e Déficits Neuroatípicos: uma jornada de desafios e vitórias na luta pelo reconhecimento e apoio.

 

A Associação Amor Autista e Déficits Neuroatípicos de Olímpia, sob a liderança de Cintia Paneco, destaca-se como um farol de esperança e apoio para famílias enfrentando o desafio do autismo e outros transtornos neuroatípicos. A associação, que começou como um grupo de mães em busca de apoio mútuo, hoje atende 120 famílias, oferecendo um espaço seguro e compreensivo.

Paneco, descrevendo a missão da associação, diz: “A nossa Associação hoje é enquadrada não só para os TEIAs, mas também para outros déficits neuroatípicos.” Este foco amplo reflete a necessidade de abordar uma gama de transtornos que muitas vezes são mal compreendidos ou ignorados pela sociedade.

A JORNADA PESSOAL DE UMA MÃE

A motivação por trás da formação da associação foi profundamente pessoal para Paneco. Após enfrentar a dor e o isolamento que vieram com o diagnóstico de autismo de sua filha, ela encontrou uma aliada em Sandra Ligia, outra mãe enfrentando desafios semelhantes. Juntas, elas construíram um grupo que se tornou um ponto de apoio inestimável. “Começamos através de um desespero meu no Facebook, e agora temos 120 famílias”, compartilha Paneco, destacando como a necessidade de apoio reuniu uma comunidade inteira.

Um dos principais focos da associação é garantir que crianças autistas tenham espaço em eventos públicos. “Fazemos eventos junto à prefeitura, incluindo uma sala de inclusão e uma tenda de recolhimento”, explica Paneco. Estes espaços são essenciais para crianças que se sentem sobrecarregadas por estímulos sensoriais intensos, como barulhos fortes e luzes brilhantes.

DESAFIOS DE RECURSOS E TRATAMENTOS

Apesar dos esforços da Associação, Paneco aponta para uma lacuna significativa em recursos e tratamentos para o autismo em Olímpia. Ela lamenta a falta de equipamentos de primeira linha e especialistas qualificados, uma realidade que força muitas famílias a buscar tratamentos caros e inacessíveis. “Precisa ter pessoas qualificadas, mas às vezes as pessoas se qualificam e não querem receber o salário do município”, ela observa, destacando a necessidade de maior investimento e reconhecimento do município.

A complexidade do autismo é um tema recorrente na conversa com Paneco. Ela descreve o autismo como um “quebra-cabeça que nunca termina”. Cada caso é único, com necessidades e habilidades variadas. “Tem uns que são superdotados, sabem muita coisa, tem outros que não aprendem nem ler e escrever”, diz ela, ressaltando a diversidade dentro do espectro autista.

MUDANÇA NA PERCEPÇÃO SOCIAL

Paneco também reflete sobre a evolução da compreensão social do autismo. “Antigamente, eu acho que [autistas] eram tachados de loucos”, ela relembra, apontando para o estigma e o tratamento inadequado que muitas vezes acompanhavam o diagnóstico no passado. Agora, há um maior reconhecimento e aceitação, embora ainda haja muito a ser feito.

A entrevista conclui com uma mensagem de Paneco: “Nem todo ser humano é autista, mas todo autista é um ser humano, então acolha.” Esta declaração ressoa com um apelo universal à compreensão e aceitação, reforçando a humanidade compartilhada de todos, independentemente das diferenças neuroatípicas.

Através do trabalho de indivíduos como Cintia Paneco e da Associação Amor Autista e Déficits Neuroatípicos, barreiras estão sendo quebradas em Olímpia. O caminho para uma sociedade mais inclusiva e compreensiva ainda é longo, mas histórias como essa iluminam o caminho a seguir.

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