11 de janeiro | 2021

O Dilema do Porco-Espinho

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O Dilema do Porco-Espinho

O poeta Vinicius de Moraes cantava “que é melhor se sofrer junto, que viver feliz sozinho”. Será? Este é um dos fios da meada que o historiador Leandro Karnal, um dos intelectuais mais influentes do país, toma como mote neste livro. A partir de referências filosóficas ou religiosas, relacionadas a fatos históricos ou a romances, ele faz uma saborosa reflexão sobre a natureza de viver só, ainda que por pouco tempo. Ele apresenta como a solidão é encarada no cinema, na literatura, na música, nas artes. Mostra que ela pode ser uma luz e que, em alguns casos, Deus revela-se aos solitários. Segundo o Gênesis, aliás, Deus teria dito: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e corresponda”. E o autor amplia o tema para discorrer como a tradição judaico-cristã em geral abordou a solidão. Em “O Dilema do Porco-Espinho”, Karnal viaja pela modernidade líquida e também analisa a solidão no mundo virtual. Contempla tanto temas como os amigos imaginários das crianças até pensamentos de filósofos como Aristóteles, que dizia que a solidão criava deuses e bestas. Como a solidão é um tema que sempre o acompanhou e, segundo revela o próprio Karnal, tem se amplificado em sua maturidade, o autor escreve este livro como um ensaio pessoal. Ao dividir suas meditações, Karnal convida seu interlocutor, durante o ato da leitura, a deixar a solidão de lado e compartilhar de seus pensamentos. Com 192 páginas, o livro é da Editora Planeta.

 

História das Epidemias

Da Antiguidade até os dias de hoje, as epidemias assombram o ser humano. Chegam sorrateiras e se instalam causando pânico e destruição. A desinformação impera e, não raro, demora-se a descobrir como a doença se propaga e o que fazer para dominá-la. A famosa Peste Negra matou cerca de um terço da população europeia na Idade Média.
De lá para cá, muita coisa mudou. Se por um lado a Medicina evoluiu, por outro, vivemos cada vez mais aglomerados em grandes cidades, viajando muito mais pelo planeta, o que torna a situação mais dramática e difícil de controlar. O infectologista Stefan Cunha Ujvari trata, neste livro fascinante e atualíssimo, das epidemias e pandemias mais marcantes da nossa história. Como a humanidade conviveu com essas doenças? Qual a importância das primeiras vacinas e como elas surgiram? Partindo da Grécia Antiga e chegando até os nossos dias, o livro aborda doenças como peste negra, sífilis, gripe, ebola. Dedica um capítulo para a covid-19 e mostra por que, afinal, essa doença parou o mundo. Este é um daqueles livros que a gente começa e não consegue parar de ler. Conta a história de como a espécie humana resistiu aos ataques dos micro-organismos que habitam a Terra há quatro bilhões de anos. O autor faz um relato das principais epidemias que nos afligiram desde que inventamos a agricultura, criamos os primeiros aglomerados humanos e a necessidade irresistível de visitar terras estranhas atrás de bens de consumo, conquistas territoriais ou movidos pelo espírito aventureiro. Com 320 páginas, o livro é da Editora Contexto.

 

Por Que Fazemos o Que Fazemos?

Bateu aquela preguiça de ir para o escritório na segunda-feira? A falta de tempo virou uma constante? A rotina está tirando o prazer no dia a dia? Anda em dúvida sobre qual é o real objetivo de sua vida? O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella desvenda em “Por Que Fazemos o Que Fazemos?” as principais preocupações com relação ao trabalho. Dividido em vinte capítulos, ele aborda questões como a importância de ter uma vida com propósito, a motivação em tempos difíceis, os valores e a lealdade – a si e ao seu emprego. O livro é um verdadeiro manual para todo mundo que tem uma carreira, mas vive se questionando sobre o presente e o futuro. Recheado de ensinamentos como “Paciência na turbulência, sabedoria na travessia”, é uma obra fundamental para quem sonha com realização profissional sem abrir mão da vida pessoal. Com 174 páginas, o livro é da Editora Planeta.

 

As Crianças Esquecidas Por Hitler

As garras do Nazismo foram tão profundas, amplas e duradouras que ainda hoje nos surpreendemos com detalhes dos seus horrores. O programa “Lebensborn”, criado por Heinrich Himmler, foi responsável pelo rapto de nada menos que meio milhão de crianças por toda a Europa. Esperava-se que, depois de passar por um processo de “germanização”, elas se tornassem a geração seguinte da “raça superior” ariana. Foi assim que Erika Matko tornou-se Ingrid von Oelhafen. Com um texto que remete aos bons livros de suspense, o leitor acompanha Ingrid desvendando seu passado – e toda a dimensão monstruosa do programa “Lebensborn” e sua consequência na vida de tantos inocentes. Embora os nazistas tenham destruído muitos registros, Ingrid descobriu documentos raros sobre o programa, incluindo depoimentos do julgamento de Nuremberg. Com 240 páginas, o livro é da Editora Novo Contexto.

 


 

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