01 de agosto | 2016

“Justiça” é uma das novidades da Globo para agosto

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Cauã Reymond e o diretor José Villamarim minissérie “Justiça” / Estevam Avellar-RG

Na minissérie “Justiça”, Adriana Esteves interpreta a dona de casa Fátima, uma mulher que será condenada à prisão por ter matado um cachorro no momento em que o animal atacava seu filho menor / Estevam Avellar-RG

 

 

A Globo prepara várias estreias para agosto, e uma dela é a série “Justiça”. Exibida de segunda a sexta-feira, com exceção de quarta, “Justiça” pode ser descrita como um grande mosaico composto por quatro histórias distintas, mas intercaladas. Cada dia da semana será o momento de entrar na vida de um determinado núcleo e conhecer seus dramas e conflitos. Em comum, a cidade onde tudo acontece. A frenética Recife.

Quatro prisões em uma única noite de 2009. Uma coincidência que une quatro pessoas de origens diferentes em Recife, cujos efeitos serão sentidos por muito tempo – muito mais do que a pena de sete anos de reclusão a que foram condenados. A razão pela qual cada um foi julgado culpado é questionável. Não pelos crimes em si, mas pelos caminhos que percorreram até o banco dos réus. 

Essa história não narra à rotina dos tribunais nem questiona a aplicação das leis. É uma obra que, de maneira demasiadamente humana, propõe uma reflexão sobre o justo na prática, no cotidiano dos personagens envolvidos. É uma discussão que começa sete anos depois da ação principal, quando essas quatro pessoas cruzam os portões da penitenciária após saldarem suas dívidas com a Justiça – se é que elas existiram um dia. “Não é uma minissérie sobre o sistema penal, tratamos sobre o que é justo. São histórias ligadas por um tema e por uma cidade”, explica a autora Manuela Dias.

O sentimento de uma mãe capaz de ir às últimas consequências para vingar a morte de um filho. O desespero no coração de um homem que se vê obrigado a tirar a vida do seu grande amor. A ação da polícia guiada pelo racismo que destrói o futuro brilhante de uma jovem que acaba de passar no vestibular. A história de uma mulher que vai presa por defender seu filho de um cachorro. 

Humana e tocante, a série reúne quatro histórias, independentes, mas conectadas, que chegam ao público por meio da emoção. Escrita por Manuela Dias, com a colaboração de Mariana Mesquita, Lucas Paraizo e Roberto Vitorino, a minissérie tem direção artística de José Luiz Villamarim.  A obra estreia no dia 22 de agosto, com 20 capítulos e uma maneira intrigante de compor a narrativa. “Não é uma discussão forense. É uma provocação para o público. Saber o que é justo é uma questão particular”, pondera Villamarim.

Às segundas-feiras, o público conhece a história de Vicente (Jesuíta Barbosa). Acostumado a uma vida de  playboy  em  Recife,  entre  farras e atos  inconsequentes,  ele vê seu mundo  desmoronar quando a empresa do pai, Euclydes Menezes (Luiz Carlos Vasconcellos) abre falência. Vicente não se conforma com a bancarrota e a ideia dos tempos duros que estão por vir. Como se não bastasse, a nova realidade deve adiar o casamento que ele acaba de propor à noiva, Isabela (Marina Ruy Barbosa). Fútil, a patricinha nem imagina que se tornará vítima de um crime passional. Vicente assassina a noiva em frente à futura sogra, Elisa (Deborá Bloch). Condenado por assassinato, Vicente passa sete anos na cadeia.

Às terças-feiras, trajetória da doméstica Fátima (Adriana Esteves) é acompanhada de perto. Mulher simples e de fibra, é casada com o motorista de ônibus Waldyr (Angelo Antonio), e mãe de Mayara (Leticia Salatiel / Julia Dalavia) e Jesus (Bernardo Berruezo/Tobias Carrieres) cuja vida se cruza com a do casal Douglas (Enrique Diaz) e Kellen (Leandra Leal). Por causa das invasões constantes do cachorro de Douglas no quintal de Fátima, o caso acaba passando de mera picuinha entre vizinhos para assunto de polícia com consequências inimagináveis. Depois de vários incidentes, o cão feroz morde o filho mais novo de Fátima. Tomada por instintos maternos protetores, ela não hesita e mata o animal. Por causa disso, ela passa sete anos presa.

A história das quintas-feiras se desenvolve sobre uma grande amizade. Débora (Luisa Arraes), a filha da patroa, e Rose (Jéssica Ellen), a filha da empregada da casa, cresceram como amigas, quase irmãs. Na noite anterior ao seu aniversário de 18 anos, Rose recebe a notícia de que foi aprovada no vestibular para Jornalismo, e as adolescentes decidem comemorar num luau à beira-mar. Durante uma confusão entre frequentadores da festa, a polícia é chamada e separa os jovens a serem revistados – entre negros e brancos. Rose é pega com drogas, uma quantidade de substâncias que ela dividira pouco antes com Débora e outros amigos. Livre da revista, por ser branca, Débora assiste à cena de longe, sem ação. Não consegue reunir coragem para apoiar a amiga no momento da detenção. Rose é condenada a sete anos de detenção.

Nas sextas-feiras será mostrada a história de Maurício (Cauã Reymond) que em 2009 vive momentos felizes ao lado de Beatriz (Marjorie Estiano), bailarina que acaba de estrear um espetáculo de grande sucesso. Mas não serão apenas momentos de glórias a cercá-lo. Na GTransportes, a empresa na qual atua como assistente de contabilidade, o proprietário, Euclydes (Luiz Carlos Vasconcellos), acaba de sofrer um golpe do sócio, o inescrupuloso Antenor (Antonio Calloni). O episódio se torna um grande escândalo nacional e ainda vai interferir de maneira trágica na vida de Maurício e Beatriz. Em fuga com uma mala de dinheiro, Antenor ultrapassa um ônibus em alta velocidade e atropela Beatriz, que saía do teatro após mais uma de suas apresentações. Ele deixa a bailarina estendida numa avenida de Recife, sem prestar socorro. Maurício assiste à cena, incrédulo. Em consequência, Beatriz fica tetraplégica. Ainda no hospital, ela implora a Maurício pela eutanásia. Atormentado, ele cede ao desejo da mulher, mas é flagrado cometendo o ato que é crime no Brasil. Condenado, Maurício passa sete anos de sua vida na cadeia.

Durante o tempo de reclusão, ela articula um plano para se vingar de Antenor.  Quando Maurício deixa a prisão, já em dias atuais, o empresário segue impune e está em plena campanha para governador do estado de Pernambuco. Como parte de sua estratégia, Maurício se aproxima de Vânia (Drica Moraes), a instável candidata a primeira-dama. Aproveitando-se da carência dela, o contador tentará, a qualquer custo, fazer justiça com as próprias mãos.

A grande tacada da autora Manuela Dias fazer com que a vida de todos os personagens se cruzem formando um novo e instigante enredo em dias atuais. Como isso acontecerá? É esperar e assistir. 

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