08 de agosto | 2023

“Cartas Para Minha Avó” o relato se dá na forma de cartas

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Cartas Para Minha Avó

No mais pessoal e delicado de seus livros, a filósofa Djamila Ribeiro revisita sua infância e adolescência para discutir temas como ancestralidade negra e os desafios de criar filhos numa sociedade racista. O relato se dá na forma de cartas a sua saudosa avó Antônia – carinhosa e amorosa, conhecedora de ervas curativas e benzedeira muito requisitada. A cumplicidade que sempre houve entre avó e neta permite que a autora rememore episódios difíceis, como a perda do pai e da mãe, as agressões que sofreu como mulher negra no Brasil e os desafios para integrar a vida acadêmica. Djamila também fala de relacionamentos amorosos e experiências profissionais, das músicas, das leituras e das amizades que a acompanharam em sua construção pessoal – e da percepção paulatina de que a memória das lutas e das conquistas das pessoas negras que vieram antes de nós é a força que nos permite seguir adiante. Com 200 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

 

O Último Coração

Será que as máquinas vão roubar o lugar do homem? A ciência já criou tecnologia suficiente para que os robôs respondam a comandos e possam realizar tarefas simples do dia a dia. Mas, eles são capazes de sentir? “O Último Coração” é uma história futurista ambientada no fim do mundo, em que os robôs são programados para destruir a humanidade. A trama tecno-futurista de cunho filosófico, escrita pelo professor e autor mineiro Tiago Augusto Figueiredo, gira em torno de Tom Figg, que tinha o sonho e a ambição de conhecer a vida no futuro. O cientista consegue realizar o grande sonho, porém, quando alcança, percebe que ninguém mais sobrou para compartilhar as ambições. Tom já está vivendo a era dos robôs. O coração do protagonista é o último a bater na Terra. Agora, irá compartilhar com as máquinas o que os homens viveram e sentiram e o que fizeram com a vida. Neste romance, Tiago transporta o leitor para um futuro distante com uma escrita introspectiva, detalhada e sensível. Entre outras reflexões, a história retrata a ambição humana, como as escolhas geram consequências e mudam o curso de toda uma era. O livro tem 478 páginas e é da Editora Autografia.

 

O Eu Soberano

Depois de vinte anos, os movimentos de emancipação parecem ter mudado de direção. Já não se perguntam como transformar o mundo para que ele seja melhor, mas dedicam-se a proteger as populações daquilo que as ameaça: desigualdades crescentes, invisibilidade social, miséria moral. As pessoas exibem seus sofrimentos, denunciam as ofensas, dão livre curso a seus afetos, como marcadores identitários que exprimem um desejo de visibilidade. Em contraponto, consolida-se outra maneira de submeter-se à mecânica identitária: o isolamento. Essa é a tese de Elisabeth Roudinesco em “O Eu Soberano”, livro provocador em que a autora se pergunta: o que fez com que os engajamentos emancipadores de outrora, notadamente as lutas anticoloniais e feministas, se fechassem de tal forma sobre si mesmas? À luz de Freud e Lacan, das obras de Sartre, Simone de Beauvoir, Aimé Césaire, Fanon, Judith Butler, Foucault e Derrida, Roudinesco tece os fios que unem os debates acerca de identidade, gênero, raça, interseccionalidade, pós-colonialismo, nacionalismo, República, extremismo e religião, buscando identificar o significado das mudanças contemporâneas na relação com a alteridade. Com 304 páginas é da Editora Zahar.

 

Ingredientes Para Uma Confeitaria Brasileira

Depois de anos de pesquisa e participação em cursos e eventos de confeitaria, Joyce Galvão convida o leitor a refletir sobre os ingredientes tipicamente brasileiros que são frequentemente esquecidos – e correm risco de extinção. Quando falamos em confeitaria, temos que ir além das receitas. É necessário entender o que está por trás do modo de preparo e conhecer o essencial: os ingredientes! É preciso repensar o que comemos, voltar o nosso olhar para dentro e descobrir a riqueza que temos à disposição. As escolhas que fazemos, aquilo que optamos por consumir, vão garantir a preservação da nossa cultura e das nossas tradições. Neste pequeno guia, Joyce Galvão traz um debate sobre culinária e ingredientes locais, e coloca o Brasil e sua riqueza alimentar no centro da conversa, propondo um desafio e um convite: que sejamos mais ousados ao criar receitas, que sejamos livres para nos desprender de tudo aquilo que nos incomoda. Mas, para tanto, é preciso estudar e, sobretudo, compartilhar. Com 160 páginas, o livro é da Editora Companhia de Mesa.

 

 

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