01 de novembro | 2023

“Autismo e Mediação” é uma proposta inovadora

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Antagônicos

“Antagônicos”, novo romance do escritor Aroldo Veiga, é o retrato de um Brasil desigual. Em nossa pirâmide social, os dois protagonistas provieram de camadas bem distintas. Cristiano é filho de um rico empresário da construção civil. Cainã foi abandonado pela mãe e vive com o pai alcoólatra em um cortiço. Não fosse por Mariana, a bela e cativante sobrinha do bispo, seus caminhos jamais teriam se cruzado. O interesse pela moça desencadeou uma disputa ferrenha entre os dois rapazes, repleta de perfídias e reviravoltas. Já no prólogo, o leitor é apresentado a Cristiano e à sua vida de luxo em São Paulo. Após um evento trágico, o rapazinho se vê obrigado a mudar-se para casa de uma tia no Nordeste. A história então retrocede três anos e passa a narrar o cotidiano de Cainã, que após romper relações com o pai, é acolhido por uma senhora e também se vê à beira de um precipício de mudanças, com novo colégio e amigos. O enredo ganha novos contornos quando Mariana surge entre eles, dando início a uma trama que começa na década de 1980 e se prolonga até início dos anos 2000. Na eloquente narrativa do escritor sergipano, o leitor irá se deparar com diálogos bem elaborados e uma rica sintaxe. A sonoridade textual é outra característica marcante na obra, temperada com técnicas de paralelismos, digressões, antecipações e metáforas. Publicado no Brasil pela editora Ases da Literatura, “Antagônicos” também chega aos leitores de Portugal, Japão, Estados Unidos, Canadá, Polônia, Suécia, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Austrália. O livro tem 264 páginas.

 

Não Faça Networking

A prática de esporte tem muito em comum com a gestão de grandes negócios e ambas ensinam lições importantes para a vida, como disciplina, foco e trabalho em equipe. Criar conexões e estar verdadeiramente atento aos que jogam juntos é o que faz um time prosperar. Em “Não Faça Networking”, o renomado ex-jogador de vôlei, vice-campeão olímpico e empresário Marcus Vinicius Freire traz ao leitor dicas preciosas para o desenvolvimento de relações saudáveis e duradouras no âmbito profissional. Na obra, o autor garante que é melhor “construir pontes” e estar cercado de pessoas do que viver sozinho e sem conexões verdadeiras. Os insights apresentados no livro são úteis para todos, do estudante ao gestor, tanto para fortalecer relacionamentos interpessoais quanto para melhorar a qualidade das interações no mundo dos negócios. A neurociência, como aponta o escritor, busca explicar as complexidades do cérebro humano e mostra a enorme capacidade de adaptação e de aprendizado presentes em cada um. Com prefácio escrito pelo jornalista e escritor João Pedro Paes Leme, também sócio fundador da Play9, “Não Faça Networking”, expõe reflexões sobre um mundo muito conectado tecnologicamente e, ao mesmo tempo, no qual o individualismo cresce exponencialmente e os laços humanos são cada vez mais efêmeros. Assim como alcançar maestria no esporte e adquirir experiência nos negócios requer investimento de tempo e interesse, os bons relacionamentos também, ensina Marcus Vinicius no livro. Ao longo da carreira, o empresário aprendeu a se cercar de pessoas boas, conectá-las e gerenciá-las para que cresçam e se desenvolvam. No livro, ele compartilha vivências e aprendizados para mostrar ao leitor atento como a colaboração e o respeito são alguns dos pilares fundamentais no processo de construção desses laços. Lançado pela Citadel Grupo Editorial, o livro tem 208 páginas.

 

Voltar para Mim

Um romance envolvente para quem procura uma leitura contemporânea e também um lembrete que é possível recomeçar em qualquer momento da vida. Gina, protagonista de “Voltar para Mim”, representa grande parte das mulheres em todo o mundo: profissional, esposa e mãe. É aos 45 anos que se percebe presa em um mundo que não a preenche mais e decide fazer uma viagem que provoca incerteza em todos que ficam. Este é o enredo da escritora argentina Laura G. Miranda, reconhecida e premiada internacionalmente. A obra, publicada no Brasil pela VR Editora, convida cada leitor a questionar a própria realidade conforme as dores da protagonista são apresentadas, como a falta de conexão com o marido depois de anos de relação, a dificuldade de se colocar em primeiro lugar e não saber o que fazer após o crescimento dos filhos. Gina sabe que inevitavelmente será julgada, porém tem a certeza que precisa seguir em frente e reencontrar a si. Ela quer voltar a ser a pessoa que habita o próprio corpo, se reconectar e se redescobrir. O sentimento de invisibilidade e a falta de sintonia só se confirmam quando a personagem decide, mais uma vez, expor ao marido a realidade que sente. “Voltar para Mim” é da Coleção Romântica da VR Editora. O livro tem 502 páginas.

 

Autismo e Mediação

Escrito pelos psicanalistas Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives, ambos professores da Universidade Côte d’Azur, em Nice, na França, “Autismo e Mediação: Bricolar Uma Solução Para Cada Um” é publicado no Brasil pela Aller Editora e apresenta-se como uma lufada de ar fresco sobre uma questão tão delicada. Para o autista, o mundo exterior é tumultuoso e insuportável. Por isso, ele escolhe um ponto seguro de fixação – um objeto ou uma área de conhecimento, como música, desenhos, carrinhos, entre outros. A proposta do livro é que esse ponto seja tomado como objeto de mediação entre o sujeito e o mundo. Considerar a habilidade ou o interesse específico de cada um é, portanto, essencial; torna-se necessário abandonar os modelos pré-formatados de atendimento e bricolar, isto é, arranjar-se com os “meios que se tem à mão”, como define Lévi-Strauss.  O analista deve não apenas escutar o paciente de forma singular, mas também criar com aquilo que este apresenta. Isabelle e Jean-Michel advogam que o uso desse ponto de fixação torna o contato analista-autista – e autista-mundo exterior – possível. Os autores aprofundam o tema desenvolvido discorrendo sobre a relação do sujeito autista com a voz e a pulsão invocante – tema sobre o qual os autores têm artigos e livros publicados. Eles argumentam que a voz sonorizada (emitida por uma máquina) pode, muitas vezes, servir como mediação entre o autista e o seu entorno. “Autismo e Mediação” é uma proposta inovadora, pois apresenta novas possibilidades para o atendimento de sujeitos autistas, construindo a teoria a partir de observações de casos clínicos. Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives apontam com clareza e empatia maneiras de como utilizar o objeto de fixação a favor do tratamento do sujeito.

 

 

 

 

 

 

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