20 de junho | 2023

 “Ambição que Mata”, poderia ser a história de muitos professores

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Encaixotando Minha Biblioteca

No verão de 2015, Alberto Manguel se preparou para mais uma mudança: ele sairia de sua casa medieval no Loire, na França, e passaria a morar em um apartamento em Nova York. Sua biblioteca pessoal, com cerca de 35 mil volumes, teria que ser guardada. Nesse momento, o escritor começa a relembrar sua relação com os livros e as bibliotecas (públicas e privadas) que já passaram por sua vida, apresentando aos leitores uma elegia apaixonada. As reflexões de Manguel variam amplamente, desde as adoráveis idiossincrasias dos bibliófilos a análises mais profundas de eventos históricos, como o incêndio da antiga Biblioteca de Alexandria. Com perspicácia e carinho, o autor ressalta a importância dos livros e seu papel único para uma sociedade democrática e engajada. Com 184 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

 

Ambição que Mata

O final trágico de Cida, em “Ambição que Mata”, poderia ser a história de muitos professores. O Brasil já foi apontado como o país com o maior número de casos de agressões contra estes profissionais. A ficção do premiado e pós-doutor em romance policial, Joaquim Rubens Fontes, tem justamente este propósito: discutir os problemas da vida e da violência nas grandes cidades. Na história, a misteriosa morte da professora universitária impactou todo o Rio de Janeiro. Atingida por um tiro na nuca, Maria Aparecida foi encontrada dentro do próprio carro. Em meio a uma busca policial repleta de falhas, um ex-repórter decide investigar o assassinato por conta própria para que a filha da protagonista não fique desamparada. O drama se desenvolve com a luta da mãe de Cida, Dona Teresa, para assumir a guarda da neta. Principal suspeito do crime, Alcindo quer ficar com a filha interessado na herança deixada pela ex-mulher, que já era explorada financeiramente por ele. No meio do imbróglio, velhos amigos e antigos amantes de Cida aparecem como suspeitos. As expectativas do delegado Gomes Filho, porém, não se confirmam. Sem pistas para seguir, a polícia estava prestes a encerrar as investigações. O caso, então, atrai os olhares de Da Mata, um misto de jornalista, professor e investigador. Contratado por parentes e amigos de Dona Teresa, ele toma frente da investigação para descobrir quem é o assassino. Com 236 páginas, o livro é da Casa do Escritor.

 

Uma Ponte para Istambul

Em 1929, um fragmento do mapa-múndi foi encontrado em uma prateleira empoeirada do Palácio Topkapi, em Istambul. Confeccionado em 1513, sobre couro de gazela, o objeto suscitou muitas questões. Por exemplo, a Ilha de Marajó que aparece em destaque só seria descrita oficialmente pelos portugueses em 1530. Como, então, um almirante turco poderia saber tantos detalhes da costa brasileira quase duas décadas antes? O Mapa de Piri Reis é um dos enigmas do mundo real transplantados para a ficção “Uma Ponte para Istambul”. O romance da escritora Maria Filomena Bouissou Lepecki tem o enredo entrelaçado a este e outros quatro objetos arqueológicos: o helicóptero de Abydos, do Egito; o aeroplano de Saqara, que se encontra no Museu do Cairo; as baterias de Bagdá; e a moeda fenícia com um possível mapa-múndi microscópico disfarçado de grama sob as patas do cavalo. Estes artefatos ajudam a contar a trajetória de Catarina, ou Arzu, uma jovem professora de História do Brasil que viaja para Istambul à procura das próprias origens. Ao confrontar sua metade turca em um palácio Otomano do Século XIX, ela experimenta uma aventura insólita que a transporta no tempo. Concomitante à experiência de conhecer a vida no harém dos sultões, a protagonista intercala relatos que transportam o leitor para o Brasil, mais especificamente a Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Objetos e cheiros ativam as memórias de Arzu sobre a zona sul da cidade, onde a professora lecionava para adolescentes em um colégio particular, a duas quadras do mar. Com 208 páginas, o livro é da Editora SGDZ.

 

D’Angelo – O Viajante de Conca

Um romance de época que se passa na Itália, em um cenário entre Milão e a Costa Amalfitana. Depois de perder a mulher e a filha, o único motivo de viver para Matteo é o filho de catorze anos, enquanto mantém suas lojas de roupas finas. O tempo passa e conduz Valentine à loja de Matteo para comprar um vestido. De imediato eles sentem como se conhecessem de outras vidas e passam a se comunicar constantemente. A atração entre os dois aumenta de forma intensa e se transforma em um amor que traz novas perspectivas para a vida de Matteo. Porém entre eles existe à distância. Morando em Milão e cuidando das lojas, ele ainda não pode deixar os negócios nas mãos do filho que ainda é muito jovem. Ela vivendo em Conca dei Marini, na Costa Amalfitana, é dona de um hotel e precisa estar no comando de seus negócios. Ele passa a visitá-la com certa frequência, mas seriam essas viagens suficientes para manter aquele amor? Esse romance vai fazer o leitor viajar no tempo e nas belas paisagens italianas, despertando o desejo de querer conhecer cada local onde os personagens vivem suas histórias. O leitor vai se apaixonar pelos personagens e viver com eles uma história de amor e paixão em cada capítulo. Lendo o livro, percebe-se que o amor se apresenta de várias formas. O escritor Sérgio Giacomelli traz para as páginas deste romance, na Itália pós-guerra, assuntos como empoderamento feminino, parentalidade e pioneirismo empresarial. O livro tem 294 páginas e é da Vereda Editora.

 

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