24 de agosto | 2015

Água: questão de sobrevivência

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Algumas regiões do Brasil enfrentam estiagem sem precedentes e o racionamento de água tornou-se vital para assegurar a distribuição do precioso líquido. Há algum tempo, as notícias dão conta de que os sistemas de abastecimento hídrico de grandes cidades, como São Paulo, por exemplo, estão operando com estoques mínimos enquanto que a previsão de chuvas não é nada animadora.

Este é o cenário atual, mas o problema da falta de água tem outros agravantes.  O Brasil tem uma das maiores reservas de água doce do mundo, mas distribui de forma desigual seus recursos hídricos. Mesmo em regiões com fontes de água, o abastecimento está ameaçado devido ao desperdício, à poluição e à ocupação irregular do solo, entre outros fatores.

Dados do IBGE mostram que 18% dos lares brasileiros não dispõem de rede de abastecimento de água e 31,9% deles nem sequer estão ligados à rede coletora de esgoto.

São desafios que o Brasil só conseguirá vencer se, além da ação do poder público para o desenvolvimento social e a defesa de seus recursos hídricos, puder contar com a participação de cada cidadão.

Falta de saneamento, poluição industrial, ocupação desordenada do solo, desmatamento, uso excessivo de agrotóxicos e desperdício são os maiores inimigos das reservas hídricas do país. A ausência de leis mais rígidas e a falta de fiscalização são apontadas por ecologistas como as responsáveis pelo grande número de crimes ambientais.

Mais da metade do esgoto produzido no Brasil não recebe tratamento e despejada diretamente em rios, mares, lagos e mananciais, comprometendo o abastecimento e a saúde da população. A falta de tratamento dos dejetos industriais e o uso crescente de agrotóxicos contaminam o solo, os rios e o lençol freático.

Já o desmatamento e a ocupação desenfreada comprometem os mananciais (nascentes e fontes originadas dos lençóis subterrâneos). A inexistência de cobertura vegetal provoca erosão, enquanto o lixo e o esgoto poluem.

A preservação dos recursos hídricos passa pelo manejo responsável de todo o ecossistema. E essa consciência deve começar dentro de casa.

A partir da Constituição de 1988, o Brasil redefiniu as políticas públicas relacionadas ao uso e à preservação dos recursos hídricos. Em 1997 entrou em vigor a Lei nº 9.433, estabelecendo que a água é um bem de domínio público e que se trata de um recurso natural limitado, dotado de valor econômico.

Para assegurar a disponibilidade de água para todos, e seu uso racional, a legislação prevê punições aos que utilizarem recursos hídricos sem permissão, incluindo perfuração de poços para extração de água subterrânea.

Dicas para o consumo racional da água

– Ao lavar a louça, desligue a torneira enquanto ensaboa o que será lavado

– Molhe as plantas usando o regador e utilize matéria vegetal para reduzir a evaporação

– Não use o vaso sanitário como lixeira ou cinzeiro e nunca acione a descarga à toa, pois ela gasta até 40 litros de água

– Conserte os vazamentos e verifique hidrômetros, caixas d’água e registros. O vazamento de apenas uma gota por segundo desperdiça cerca de 10 mil litros por ano

– Evite banhos demorados. Um banho de 20 minutos consome 120 litros de água. Não lave roupa no chuveiro

– Não escove dentes ou faça a barba com a torneira aberta

– Invista em torneiras e válvulas automáticas, bacias sanitárias com caixa, registros controladores de vazão e arejadores para torneiras. Os equipamentos podem economizar de 20% a 50% de consumo de água

– Deixe as roupas de molho para remover a sujeira mais pesada e reutilize essa água. Use a máquina de lavar roupa quando estiver cheia, economizando água e energia

– Cubra a piscina. Exposta ao sol e ao vento ela pode perder água por evaporação. Quando coberta, a perda é reduzida em 90%. Vale dizer que com a atual necessidade de economizar água, piscinas e banheiras deveriam ser “aposentadas”.

– Se possível, viabilize em sua residência sistemas caseiros de aproveitamento da água da chuva e de reaproveitamento da água usada na máquina de lavar roupa.

 

 

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