20 de janeiro | 2013

A família Addams do Irajá

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Além de autor, Miguel Falabella também é o protagonista de “Pé na Cova”, vivendo o personagem Ruço, cujo lema é “Meu negócio é a morte. A sua tristeza é a minha alegria” / João Cotta-RG

 

 

Em “Pé na Cova”, Ruço é casado com Abigail (Lorena Comparato), mais conhecida como Bibi. Trinta anos mais nova, ela vive desiludida com o marido, apesar de amá-lo bastante. Quer fazer uma plástica, mesmo que não precise, e sonha em morar na zona sul / Raphael Dias-RG

 

 

 

Que Miguel Falabella, além de um grande ator, é também um excelente autor, todo mundo já sabe. Agora, querendo repetir o sucesso de “Sai de Baixo” e “Toma Lá Dá Cá”, estreia na noite da próxima quinta-feira, dia 24, a série “Pé na Cova”, que promete trazer muita diversão aos telespectadores e, de quebra, bons índices de audiência para a Rede Globo.

Além de escrever, Miguel Falabella também atuará em “Pé na Cova”. O lema de Ruço, seu personagem é “Meu negócio é a morte. A sua tristeza é a minha alegria”. Com seu jeito irreverente, Miguel explica sobre os personagens que criou para este novo trabalho: “É uma família fora dos padrões. Eles são os desvalidos vistos com humor. ‘Pé na Cova’ é todo do avesso, mas existe um afeto que costura tudo isso. Ele é reflexivo não só em relação à morte, mas em relação ao homem que, depois dos 50 anos, passa a ver a finitude em seus dias”, definiu.

A diretora-geral, Cininha de Paula, que já dividiu outros trabalhos com Miguel, está muito animada com o novo projeto: “É uma família apocalíptica a partir de uma visão absolutamente atual e muito divertida”. Cris D’Amato, sua companheira na direção do seriado reforçou o prazer em fazer parte da equipe e explicou que, apesar de ser uma família disfuncional, as pessoas podem se identificar com ela: “É o programa mais inusitado que já fiz, porque é muito verdadeiro e, ao mesmo tempo, exacerba as características das pessoas. O bacana dessa família é que ela não é necessariamente do Irajá, ela pode ser de qualquer canto do Rio, do Brasil”, esclareceu.

Ambientado em Irajá, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, o seriado tem 14 personagens, repletos de imperfeições e que tentam sobreviver, ironicamente, através da morte, já que Ruço é o patricarca da família Pereira e dono da F.U.I – Funerária Unidos do Irajá, estabelecimento em torno do qual a vida dos parentes e da vizinhança transcorre. Moldados pelo humor satírico de Falabella, eles lidam com seus sonhos e frustrações, sempre de forma irreverente.

Morte. Uma certeza na vida de todos, mas extremamente misteriosa. Tão misteriosa que pode dar medo, mas não para aqueles que fazem dela o seu ganha-pão. Já imaginou ser maquiador de defuntos? E colocar a roupa no “presunto”? Tenta pensar como é dirigir todos os dias um carro com um caixão dentro – cheio, é claro! Agora imagina essas profissões executadas por pessoas completamente birutas e miseráveis, que não conseguem o tão desejado upgrade social. É assim que a “família Addams do Irajá”, como denomina Miguel Falabella, vive em “Pé na Cova”

Um grupo de pessoas excêntricas cujo negócio é a morte. São loucos, sim. Tão loucos que inventam coisas curiosas, nada convencionais, como velório drive thru e sanduíches temáticos em parceria com a carrocinha da esquina – morte-natural, caixão-quente e x-túmulo são alguns exemplos. Mas, apesar de tanta loucura, não deixam de experimentar as relações humanas de uma família comum. É na F.U.I. – Funerária Unidos do Irajá – que circula o núcleo principal do programa que tem a morte e a comédia como pontos centrais. Para que eles sejam felizes, alguém tem que estar infeliz!

Em “Pé na Cova”, Ruço é casado com Abigail (Lorena Comparato), mais conhecida como Bibi. Trinta anos mais nova, ela vive desiludida com o marido, apesar de amá-lo bastante. Quer fazer uma plástica, mesmo que não precise, e sonha em morar na zona sul.

Com eles, moram a ex-mulher de Ruço, Darlene (Marília Pêra), maquiadora oficial dos defuntos, e os dois filhos que teve com ela, Alessanderson (Daniel Torres) e Odete Roitman (Luma Costa). A ex é uma sessentona enxuta e costuma errar a mão ao exagerar na maquiagem, mas, nos poucos momentos em que não está sob o efeito do álcool, ela até que dá um jeito nos “presuntos”. Odete é a filha mais velha e está sempre às voltas com problemas financeiros, obrigando o pai a engolir os trocados que ela descola se exibindo na web. O filho é iletrado, mas quer ser vereador e faz de tudo para angariar votos. Não deixa escapar nem o negócio do pai, mesmo a contragosto do coroa.

Ruço também não conseguiu deixar de lado sua antiga babá, conhecida como Bá (Niana Machado), uma senhorinha que já não se lembra de nada e serve de bode expiatório em diversas situações.

Estranhos como eles, os agregados reforçam o time de esquisitos do Irajá. Tamanco (Mart’nália) tem uma oficina ao lado da F.U.I. e, muitas vezes, quebra um galho para Ruço. É uma borracheira de sucesso e namora Odete Roitman. Marcão (Maurício Xavier) é o irmão de Tamanco. Ele a ajuda na administração da oficina e, apesar de ser muito macho nas horas apropriadas, se traveste glamourosamente em Markassa quando quer.

Juscelino (Alexandre Zacchia) tem idade meio indefinida, embora não seja mais criança. Acredita-se que seja meio cego, meio surdo, meio burro, meio louco. Ele é um faz-tudo da funerária – só que tudo errado. Normalmente é ele quem dirige o rabecão, apesar de ser péssimo motorista. Sua irmã, Luz Divina (Eliana Rocha), é a responsável pela choradeira nos velórios. É tão surtada que é capaz de jogar pedras para o ar.

Adenóide (Sabrina Korgut) é a empregada doméstica da família Pereira. Sem dúvida é a mais pobre de todas e só tem história de miséria absoluta para contar. Está ali por pura falta de opção, até porque está longe de ser uma profissional exemplar.

As gêmeas Soninja (Karin Hills) e Giussandra (Karina Marthin) são donas da carrocinha Cachorras-Quentes que fica bem pertinho da funerária. Aproveitam a proximidade para vender sanduíches com nomes nada convencionais, como X-túmulo e caixão-quente. Apesar de serem gêmeas, de parecidas só têm mesmo o jeito, e vivem explicando como a mãe pariu duas crianças de pais diferentes ao mesmo tempo.

E, para finalizar o time nada convencional do seriado, Floriano (Rubens de Araújo) é o vigilante de Irajá. Toma conta da vida de todo mundo e acha que os vizinhos causam transtornos no bairro. 

“Pé na Cova” promete ser uma boa opção de humor, nas noites de quinta-feira. Pena que será exibido após o “Big Brother Brasil”. 

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