22 de setembro | 2019

A fonte luminosa e as trevas do governo Cunha

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Do Conselho Editorial

Na Praça Altino Arantes, na rotatória em frente ao prédio da antiga Beneficência Portuguesa, ou Secretaria Municipal de Saúde no governo de Eugênio José, estão localizados, há décadas, os escombros do que foi algum dia uma fonte luminosa.

Desativada, não recebendo nenhuma melho­ria, como desavergonhadamente reconhece o poder público local, abandonada ao Deus dará e a possível proliferação de mosquitos da dengue lá, estava se acabando o que restou do que foi uma atração local tempos atrás.

É necessário antes da abordagem central deste editorial, reconhecer o abandono a que relegou a fonte este governo e por amor a verdade deixar de forma clara e transparente que no governo passado a situação vergonhosa era idêntica a de agora.

E por amor ao debate, necessário lembrar que a mesma fonte foi alvo de obras no governo Genial e ao que tudo indica feita sem os devidos cuidados, ou “nas coxas” como se diz por ai, não resistiu muito como costume nas obras gestadas naquele período que caem aos pedaços por ai.

A Fonte Luminosa para os que não sabem foi criada no governo do saudoso prefeito Wilquem Manoel Neves e instalada a meio quarteirão de sua residência, o que, na época, gerou comentários maldosos ou não, que a obra teria por objetivo a valorização do imóvel do primeiro mandatário.

Sendo verdadeira ou não a hipótese levantada pelos que se opunham a gestão de outrora, a referida Fonte Luminosa foi bastante frequentada pela sociedade local e era, sem sombra de dúvidas, um atrativo em uma época em que as pessoas tinham por hábito passear pelas praças e jardins da cidade.

Quanta amizade foi reforçada e rompida no entorno daquela rotatória, quanto amor floresceu e murchou ao lado das águas iluminadas da fonte.

Quantas histórias de amor e ódio devem sobrevoar aquele espaço frequentado por tantas almas que ai estão e outras que já foram se transformar em fontes de luz celestial?

E com as que se foram, foi a fonte, foram as luzes e se acabou o florido jardim, que destas coisas carregadas de simbolismo é feita a vida e a morte.

Este jornal no Dia 15 de abril traz matéria em que aborda que o abandono da fonte luminosa acaba em reclamação no Face.

“O que pode ser considerado um abandono por parte da administração da cidade é o caso da Fonte Luminosa, localizada na Praça Altino Arantes, na região central da Estância Turística de Olímpia.

Além de outras situações, como, por exemplo, o acúmulo de água depois da forte chuva registrada no início da semana em que a matéria foi publicada, o local, quan­do em funcionamento, sempre foi visitado por famílias da cidade. O problema da chuva se dá em razão do grande número de casos de dengue que tem sido registrado na cidade. O local, embora tenha sido esvaziado pela Prefeitura, tem todas as condições para armazenar água de chuva e ser transformado em um criadouro de mosquito Aedes-ae­gyp­ti em potencial.”

Na sequência, a notícia deste jornal na citada edição, publica a opinião de um internauta “que se identifica como sen­do Vanessa Van Van: “Pois é. Porque não revitaliza as praças dos bairros, que estão a­bandonadas, praça da Beneficência, praça da Santa Azul e outras … Ah porque os turistas não vão lá, né? Acho que nem a população vai lá naquela praça a noite”.

Vale notar que no Facebook, onde foi postada a queixa em relação ao abandono da praça, membros da Prefeitura publicaram texto em que afirmam havia um projeto em andamento, proposto pelo prefeito Fernando Cunha, pa­ra a revita­lização da fonte.

Estes textos foram reproduzidos pelo jornal Folha da Região, por blogs chapa e por jornais idem, no entanto, para surpresa de observador mais cuidadoso ao olhar, postagem de origem no Facebook, conclui que o número de descontentes com o governo Cunha é surpreendentemente alto.  

Há mais de trezentas opiniões emitidas acerca de um problema herdado pela atual administração e a maioria culpabilizando o atual prefeito pelo abandono da fonte luminosa.

Não há como não atribuir a sua incapacidade de se comunicar a revolta popular em relação ao seu mandato e que ao que tudo deixa entrever é de distanciamento das classes menos favorecidas e de relação umbilical com a elite econômica.

A princípio poderia se atribuir a oposição, ao grupo Genial, esta deterioração da imagem do atual prefeito, no entanto, ao se analisar a conjuntura e como ele move para mobilizar quadros simpáticos a sua governança, pode-se concluir que não há empatia e falta estabelecimento de relação com os que porventura emitem opinião contrária ao seu desejo de ouvir somente elogios.

É paradoxal que pessoas com desconhecimento total da forma de distribuição das verbas no poder público, que propõem, por exemplo, a utilização da verba do carnaval na área da Saúde ou Educação, estejam lutando pela reforma de uma fonte sem citar os chavões lugares comuns que a verba teria mais utilidade em outras áreas mais necessitadas de melhoria, como é o caso da UPA.

Esta incoerência, própria do ser humano, deriva muito mais do descontentamento com a atual administração do que propriamente da realidade.

Pelo prisma da realidade, as pessoas deveriam também estar discutindo, além do abandono da fonte, o que foi feito da reforma promovida por Eugênio na mesma fonte e qual o custo desta reforma.

Sabe-se que a reforma anunciada por Cunha foi orçada em cerca de R$ 250 mil e será executada com recursos do município e deve ser encaminhada em breve para licitação; falta se saber quanto custou reforma promovida por Eugênio.

E como um internauta citou o abandono em que se encontra a Praça da Santa Azul, que possivelmente alguém, futuramente, irá responsabilizar Cunha pelo abandono em que se encontra, seria interessante frisar que aquela praça também foi remodelada por Eugênio e quanto custou, o atual governante sabe exatamente quanto.

Assim, como na questão da Fonte Luminosa, deveria, em primeiro lugar resolver o problema e depois vir a público esclarecer valores gastos tanto na Fonte quanto na Praça da Santa Azul e porque tais reformas duram tão pouco tempo.

Quantos aos internautas, já não surpreendem mais pelo nível de desinformação, agressividade, distorção da realidade e apenas fornecem o referencial que o governo Cunha, em matéria de reprovabilidade está em alta e a discussão no Facebook sobre o abandono da fonte luminosa joga luzes sobre as trevas do mesmo governante.

 

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