28 de junho | 2023
“Continuo Preta” Sueli Carneiro – informação sobre a luta das mulheres negras no Brasil
Não Existe Amanhã
Em um quarto de hotel em Veneza, onde acabou de concluir um assassinato de rotina, Villanelle recebe um telefonema tarde da noite. Eve Polastri, a funcionária do governo inglês que está em seu encalço há meses, conseguiu rastrear um oficial do MI5 a serviço dos Doze e está prestes a levá-lo a interrogatório. Enquanto Eve se prepara para procurar respostas, tentando desesperadamente encaixar as peças de um terrível quebra-cabeça, Villanelle avança para o abate. O duelo entre as duas mulheres se intensifica, assim como sua obsessão mútua, com a ação passando dos altos picos do Tirol até o coração da Rússia. Eve enfim começa a desvendar o enigma da identidade de sua adversária, e Villanelle se pega correndo riscos cada vez maiores para se aproximar da mulher que pode ser sua ruína. Um thriller cheio de descrições chocantes e também sensuais, “Não Existe Amanhã” é brilhante ao narrar a mente psicótica de uma assassina e a caçada apaixonada de sua “nêmesis”, aproximando duas rivais a ponto de não saberem mais se estão uma contra a outra… ou mais unidas do que nunca. De Luke Jennings, o livro tem 240 páginas e é da Editora Suma.
Risque Esta Palavra
A poesia de Ana Martins Marques atesta que as palavras são capazes de tudo: de absorver o que está ao redor – na tentativa de compreender o mundo –, mas, sobretudo, de criar novos mundos. Em seus versos, que nascem da observação e da curiosidade, a linguagem às vezes serve para pensar. Outras vezes, as palavras são deixadas de lado e dão lugar a um “buraco cheio de silêncio”. E então a poeta conclui: “um poema não é mais do que uma pedra que grita”. Em “Risque Esta Palavra”, uma das vozes mais celebradas da literatura hoje cria uma espécie de inventário de experiências afetivas. Com clareza, inquietação e extrema habilidade, Ana Martins Marques mapeia os encontros e desencontros, a paixão e o luto, e prova que “quase só de palavras se faz o amor”. Com 120 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.
Continuo Preta
Sueli Carneiro é uma das principais intelectuais públicas brasileiras. Em mais de quarenta anos de ativismo, ela vem combinando escrita, academia e intelectualidade para qualificar uma luta política que enegreceu o feminismo no Brasil e, ao mesmo tempo, colocou as mulheres como protagonistas do movimento negro. “Entre a esquerda e a direita, sei que continuo preta”. Mais do que célebre, a tirada proferida por Sueli Carneiro sintetiza um lugar político fundamental para o movimento negro brasileiro. E sua vida oferece o desenho exemplar dessa posição. Para dar conta de uma longa trajetória política, que se confunde com a própria história do Brasil pós-redemocratização, a jornalista Bianca Santana realizou dezenas de horas de entrevistas e empreendeu uma escavação documental cuidadosa nesta biografia que é, a um só tempo, tributo à caminhada de Sueli Carneiro, repositório de informação sobre a luta das mulheres negras no Brasil e, por tudo isso, preciosa fonte de inspiração para as futuras gerações. Com 296 páginas é da Editora Companhia das Letras.
A Idiota
Selin, filha de imigrantes turcos, começará seu primeiro semestre em Harvard. O ano é 1995 e a Internet, uma novidade. Ela se inscreve em matérias de que nunca ouviu falar, faz amizade com a carismática e cosmopolita colega sérvia, Svetlana, e começa a se corresponder por e-mail com Ivan, um estudante de Matemática húngaro, mais velho. Selin falou pouco com Ivan, mas a cada e-mail que trocam, o ato de escrever parece assumir significados novos e cada vez mais misteriosos. No final do ano letivo, Selin vai passar um tempo na Europa, mas o verão lá não lembra em nada o que ela já ouviu falar sobre as experiências típicas de estudantes universitários americanos. Trata-se de uma jornada mais profunda para dentro de si mesma: enfrentar a inefável e estimulante confusão do primeiro amor, acompanhada da crescente consciência de que está predestinada a se tornar uma escritora. Com impressionante sensibilidade emocional e intelectual, humor mordaz e um estilo sem reparos, Elif Batuman dramatiza as incertezas da vida prestes a entrar na idade adulta. De Elif Batuman, o livro tem 424 páginas e é da Editora Companhia das Letras.
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