18 de agosto | 2019
Ponte do rio Cachoeirinha, ou, com a internet não há mais o que esconder
Do Conselho Editorial
Perdido em seus devaneios autoritários, focado em suas intenções arbitrárias, intentando a implantação do pensamento único, o prefeito Fernando Cunha, que sabe tanto, parece não saber o principal.
Bom momento para lembrar o texto comercial que é do seu tempo, “o tempo passa, o tempo voa” e acrescentando, e nada será como antes no quartel de Abrantes.
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio, apenas os coronéis continuam em seus labirintos, desejando o exercício de um autoritarismo que os distancia da realidade e os aproxima da demente sensação do mando sobre tudo e sobre todos.
E é nesta fantasia, neste surrealismo, neste dadaísmo que gira infantis sentimentos de dominar o mundo e as pessoas que na bolha, olhando para o umbigo, centro de seu universo de dominação, que o majestoso não percebe sua nudez.
Os súditos paupérrimos de sua realeza em farrapos, pelas ruas abandonadas da periferia, gritam seu desencanto pelo abandono e pelas mazelas produzidas pelo governante das elites e ele, surdo, mudo e cego, mostra-se desatento a qualquer realidade que não seja a que deseja impor.
E a cada dia cresce o número daqueles que percebem a diferença dispensada aos bairros que abrigam a elite conservadora do reinado e os onde moram os desafortunados, os esquecidos, o lumpesinato.
Tapetes vermelhos são estendidos por onde trafegam os turistas e nos subúrbios a preocupação é pontual, ou seja, ca da caso que é apresentado pela população nas redes sociais, na sequência, uma improvisada solução é apresentada como se fora este o governo dos improvisos e dos remendos, muitas vezes vexatórios e comprovantes de uma incapacidade de intervenção fantástica.
E vai pipocando outras situações que demonstram que as gambiarras ou são feitas na correria, sem técnica alguma, ou estudo prévio, ou o respeito pelo dinheiro público é zero.
E o resultado são ruas que passaram por consertos recentes cujos trabalhos são revistos, canalizações explodindo e jogando esgoto no rio Olhos D’água, obras paralisadas e invadidas e um sem número de casos onde a solução pareceu mais ampliação de problemas que tudo.
E o cidadão comum, quando dá uma esticada de pernas na rota que conduz o turista ao merecido lazer de sua família, percebe que os serviços ali prestados pelo município atingem patamares de beleza e excelência que deveriam estar presentes em todos os outros.
E cresce a sensação de que o reizinho centralizador e autoritário não se preocupa com o sofrimento do seu povo, que seu foco é a renda, o capital, o retorno do que investe em obras nos interesses econômicos que porventura possa ter no reino.
Nem tudo são flores no paraíso das rosas, há alguns espinhos e são eles que muitas vezes definem a relação a se ter com o jardineiro.
No jardim do autocrático reizinho principia o período de manutenção, ou sucessão no cargo e para continuar reinando terá que se curvar ao populacho que demonstra desprezar, dependente que é de votos.
Talvez imagine que dar brioches à ralé insignificante amenize seus descontentamentos, quem sabe circo e para isto imaginam os coronéis basta à bolsa cheia e a boca faminta da pobreza.
Pode ser e pode não ser este o pensamento do ditador de plantão. Mas, sendo ou não sendo, se aproximam as eleições e a cada dia cresce a insatisfação nas redes sociais e o número de insatisfeitos.
Um incidente banal, que possivelmente os pífios marqueteiros do rei nem imaginariam que viria a público, e veio, deveria dar a sinalização da mudança de comportamento e das possibilidades que as pessoas têm para divulgar seus pensamentos.
Escondido debaixo da recém-reformada ponte do Rio Cachoeirinha pilastras de sustentação da ponte em condições que podem evidenciar a possibilidade de risco pra quem trafegar sobre ela.
Alguém mais curioso foi lá, detectou, fotografou e postou nos Facebooks e WatsApps da vida e de certa maneira causou uma discussão no mínimo desgastante para o ocupante do trono.
As desculpas sobre mais este incidente parecem apenas mais do mesmo e convence quem sobrevive do farelo que cai da mesa do poderoso.
No fundo é mais uma solução pontual que deveria alertar ao ocupante do trono que os tempos são outros, mesmo que sua cabeça seja a mesma de outrora, dos tempos dos coronéis.
A lição que resulta da reforma coruja, meia boca, que fizeram na Ponte do Cachoeirinha aponta que, com a internet, não há mais o que esconder, mesmo que esteja embaixo da ponte.
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