22 de maio | 2016

O festival de mesmice, de farinhas do mesmo saco, parece ter iniciado

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Do Conselho Editorial

Como era de se esperar, à medida que o tempo vai avançando, as situações políticas vão se acomodando.

Muitos nomes para o cargo majoritário, prefeito e vice, foram cogitados, porém como é próprio do jogo, foram sendo deixados pelo caminho por não viabilizarem suas candidaturas em razão de muitos motivos.

Eleição, não é demais lembrar, se faz em dois tempos e o agora exige que os candidatos consigam burocraticamente alavancar suas pretensões junto aos inúmeros partidos registrados na Justiça Eleitoral.

Os candidatos necessitam de coligações, necessitam de um número de candidatos a vereadores que possibilitem que seus nomes possam ser levados ao maior número de eleitores possíveis, e nesta fase inicial centram seus esforços para conseguir isto.

Há exceções entre os candidatos mais românticos, mais utópicos, que se desprendem do tradicional e vão para a aventura competindo por acreditarem na seriedade do processo e na mudança da população em relação a desejarem melhores posturas públicas.

Geralmente não conseguem seus objetivos eleitorais em razão da prática perversa da venda do voto, do favorecimento, da promessa de loteamento da máquina pública e outras mazelas que conduziram o país ao nível de corrupção em que se encontra.

Os candidatos tradicionais vão se matando entre si neste período para inviabilizar as candidaturas que poderiam colocar riscos à sua, e o método de desgaste do outro é de baixo nível total.

Os que, como paquidermes cansados, não conseguem arregimentar um número razoável de partidos e candidatos a vereador, colocam a violinha no saco e vão cantar em outra freguesia.

Foi exatamente isto que ocorreu e vem ocorrendo na política local; os fracos, os desprovidos de liderança já jogaram a toalha, admitiram sua incapacidade de liderança e pediram água.

Saíram do processo ou assumiram outros espaços onde seu populismo e fisiologismo, aliados a demagogia possam render a manutenção em algum cargo público no futuro, no legislativo, em alguma secretaria ou em algum cargo comissionado.

Coisinhas de capitanias hereditárias, onde o balcão de negócios está aberto a todas as negociações possíveis.

Dispensados da honra, do respeito por si mesmo, alguns esboçam algumas desculpas esfarrapadas para justificarem a foto ao lado dos que foram severos críticos e que passam a endossar depois de soterrados pela própria inércia e incapacidade de construir a possibilidade de participar da disputa, na condição antes anunciada.

Depois de escorraçadas do cenário estas tentativas de candidaturas frustradas e natimortas começam as discussões sérias não contaminadas por aqueles que se lançam objetivando negociações futuras e ambições pessoais.

Que de sérias, pouco têm também, a não ser que doravante os que representam o retrocesso e o passado irão parar de brincar de ser candidato a passarão a ser, e sendo, vai se anunciando os nomes que irão compor as chapas majoritárias, e ai, começa-se outra discussão em torno de que quem vai ser vice de quem.

Ser vice não é tão importante assim, preenche vaidades, ego, permite salário e carro zero, porém, como a própria história, a mais recente inclusive, que não determina o futuro político.

E não o faz por uma razão simples e óbvia, o futuro de qualquer pessoa, política ou não depende muito de sua capacidade de compreensão dos sistemas e sua importância dentro dele.

O néscio, o tolo, o parvo, o idiota, por mais que se esforce pode até chegar a determinados pontos estratégicos levados pelas mãos de outrem, dependente e intelectualmente frágil não perceberá nunca sua importância e até onde poderá chegar, se ousar, como ousar depende de sabedoria, ficam pelos caminhos.

Mora ai a procura por vices cuja extensão de conhecimentos políticos beire a nulidade e comodismo para que não intentem golpes e se conformem com o óbvio, com o lugar comum e agradeçam ter chegado onde chegaram por bondade de alguém, ou de algum grupo.

Bem cara da política nacional, e esta segunda fase das candidaturas vai se dar muito em cima desta triste realidade, os candidatos majoritários, fora os utópicos, irão se esforçar para encontrar alguém que não tenha luz própria, que não brilhe mais que eles, só acrescente partidos a coligação, ou votos.

Depois disto haverá a questão dos vereadores, que outro editorial discutirá, por enquanto basta saber, que alguns nomes a pré-candidatos a prefeito já se consolidaram e que poucas surpresas acontecerão neste terreno, que alguns vices parecem ter sido confirmados e sobre outros pairam dúvidas se virão a ser ou não.

Importante que o festival de mesmice eleitoral composto de farinhas do mesmo saco, parece ter iniciado.

Ou, que, na cidade dos abandonos o quadro eleitoral vai se definindo.

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