30 de dezembro | 2012

Novo de novo

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Do Conselho Editorial
 

Novamente se faz novo o ano, como a demonstrar que o tempo além de infinito é incansável na arte de se renovar.
 

Não se vão velhas coisas e nem virá nada de novo habitar as palafitas e as mansões onde se abrigam certezas e incertezas humanas.
 

Todo olhar doravante continuará a demonstrar as alegrias e as tristezas de todo sempre diante do início da vida e do início do pós-vida a que se convencionou chamar de morte alguns, passagem outros, e há entre tantos os que chamam desencarne.
 

Este tratamento, no entanto, para que não se instaure a confusão, é próprio da espécie humana que foi compartimentando as coisas, e as definindo pelos milênios em que construiu a modernidade e destroçou grande parte do planeta.
 

Agora que se despede de forma solene, debaixo de fogos, com direito a emoções embriagadas, este ano de dois mil e doze, que segundo a releitura do calendário Maia feita por fanáticos desejosos que a vida se finde, sempre vez em quando, de que iria se acabar, o mundo, resiste ele, o planeta, e se despede mais um ano.
 

Despedida regada a “Moet Chandon” ou “Jurupinga” com sabor de que viverá muito mais a humanidade observando o derreter das calotas polares, o aumento da violência, a queda do dólar, a subida estratosférica da inflação, a inclusão e a exclusão lutando MMA para ver quem nocauteia primeiro a grande massa de famélicos que marcha no sol a pino do deserto da África subsaariana.
 

Se haverá ou não mais água potável, se irá ou não o homem a Marte, se haverá mais mártires banhados em sangue na disputa pelo petróleo, se o dinheiro do pré-sal será disponibilizado para um grande projeto de Educação, serão discussões que se somarão a outras que com vestes novas mostrará a velha face desumana da humanidade.
 

Nascerão no conforto de alguns hospitais outros seres humanos que irão dar sua contribuição cultural para que tudo se renove e envelheça com a velocidade tecnológica deste período.
 

Da mesma maneira, no Cáucaso, nas cordilheiras perdidas entre os mares Cáspio e o Negro, ou em outra paragem perdida e distante deste universo, verá a luz do sol algum pequeno ser que literalmente, por si, terá, como as aves de Andora, que se jogar do penhasco e, se sobreviver a queda, enfrentar sol, chuva e nevada para chegar a idade adulta e conhecer os perigos desta maravilhosa aventura que é viver.
 

Despede-se 2012, como todos os anos que o calendário Gregoriano marcou, deixando atrás de si um rastro que se transformará nas pegadas históricas por onde caminharão, exemplarmente, os lúcidos que tomam o passado como aprendizado.
 

E nesta despedida, justo que se diga, que haverá no meio de tantas agonias, felicidades indecifráveis para alguns, momentos edificantes, descobertas maravilhosas e esperanças recheadas de amor.
 

Homens que buscarão dentro de si mesmo o conhecimento como fórmula mágica de se conhecer, outros que se aventurarão por outras estradas e outras buscas mais crepusculares e ousadas para tentar desvelar o desconhecido que pode estar oculto em si ou pendurado na “rabeta” de algum meteorito que quer se chocar com o planeta terra.
 

No fundo todos irão sonhar, que esta é a única razão que resta aos enlouquecidos corações que descreem da vida, se esquecem e se buscam todos os dias com a mesma intensidade, por saber que como todos os anos, em um deles, virará memória no calendário, como ocorre agora com 2012.

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