“Primeiro vem o
estômago, depois a moral”.
Bertolt Brecht

Willian A. Zanolli
Ao saber, em conversa informal, que os salários dos vereadores eleitos que assumirão a Câmara a partir do ano que vem receberá um aumento em torno de 30%, a psicóloga, ex-vereadora, petista, e fogo amigo, Mônica de L. Nogueira, que o ato teve o apoio do vereador petista Hilário Ruiz, com seu conhecido bom humor notou que acrescentará o Salário ao Hilário Armário Tapetão.
 

Pela visão da petista, doravante, o “companheiro” que legislou em causa própria, passará a ser denominado por ela, como Hilário Armário Salário Tapetão, pelas qualidades que exibiu ao longo do mandato no trato com a coisa pública.
 

Necessário explicar para os que chegaram agora que esta denominação tem um sentido e uma lógica histórica, o Hilário, é por que ele é Hilário, sempre foi Hilário, desde que nasceu.
 

Já o Armário é por conta de um armário que ele comprou para servir a Câmara Municipal no apagar das luzes de sua administração, enquanto presidente do Legislativo, e que alguns entendem foi comprado por um preço exorbitante, levando-se em consideração a pouca utilidade que veem no armário.
 

Mesmo que a compra tenha respeitado valores de mercado, os que se opõem ao que consideram uma inutilidade criticam a compra feita em final de mandato.
 

Já, o Tapetão, foi por conta de uma puxada de tapete nos filiados do PT na convenção que escolheu, democraticamente, a coligação que o partido deveria optar e o grupo capitaneado por Hilário, bem a moda Hugo Chaves, destituiu a secretária executiva do partido, a agora “fogo amigo”, e desrespeitou a decisão de maioria, impondo a candidatura de seu desejo, visando única e exclusivamente sua reeleição.
 

O caso, segundo informa a ex-vereadora, segue esperando decisão da Justiça Eleitoral para onde foi encaminhado para análise mais apurada.
 

Já o Salário que será doravante por ela acrescentado, se deve ao aumento de quase 30% por cento que elevará os salários de $ 3.380,00 para $ 4.363,00, do Hilário; do “cablocão” da roça, que pega no cabo da enxada, Bertocão; e deixará de fora o Lelé, que segundo me informaram está entre os que votaram favoráveis ao aumento; como não desfilará com seu terno na Câmara nos próximos quatro anos, não levará este benefício.
 

Já, Salata, Putini, Guto Zanetti, serão diretamente beneficiados pela bondade do vereador sindicalista, que esperamos lute doravante pelos salários dos professores, dos funcionários públicos, para não deixar a sensação de apenas lutar em causa própria na Câmara.
 

Saímos do texto, por um átimo de segundo, e já voltamos, para, depois de explicitadas as “razoáveis razões” da companheira “fogo amigo”, concluir que até ficará bonitinho o acréscimo, Hilário Armário Salário Tapetão, além de merecido.
 

Não é crível que um sindicalista, um petista, neste momento de crise moral que o partido atravessa, vá fazer algo que não possa ser acrescentado a si como atitude que eleva a respeitabilidade no partido que representa.
 

De maneira alguma, o companheiro Hilário Armário Salário Tapetão, em momento de crise que acomete a saúde local, iria partilhar de gastos inúteis e sem razoabilidade alguma, portanto, creio que o acréscimo da companheira “fogo amigo”, contribui para elevá-lo a condição de liderança que discute com seriedade as necessidades do coletivo e se indigna com gastos supérfluos da administração pública.
 

O povo parece que não assimilou bem o exorbitante aumento, e para ser sincero, eu também não.
 

Funcionários sendo demitidos para contenção de despesas, Saúde caindo pelas tabelas, obras paralisadas, professores vendo desvalorizados seus salários, funcionários públicos com salário de miséria, isto pode ser visto como um acinte, como um abuso, pela população.
 

E vou um pouquinho mais além, os vereadores que se elegeram para a próxima legislatura já deram mostras neste episódio a que vieram: nenhuma voz se posicionou em relação a este absurdo cometido após as eleições, exatamente por que se aumentassem antes perderiam votos, aumentaram depois, confiando na falta de memória do povo brasileiro.
 

Este caso me parece idêntico ou semelhante à crise da Santa Casa, de um oportunismo sem par, espera a eleição passar para se mostrar a verdadeira face para o povo, depois querem que o povo acredite na seriedade dos políticos, é brincadeira.
 

Depois reclamam que a mídia não noticia nada que fazem de bom, por não reconhecerem que foram eleitos para uma função que a maioria não cumpre, legislar e fiscalizar o Executivo e não advogar em causa própria como entendo foi o caso.
 

Fechando o circuito, vale citar que foram contrários a este aumento abusivo e fora de hora, os vereadores João Batista Magalhães, José Elias de Morais (Zé das Pedras) e a vereadora Priscila Foresti (Gegué).
 

Fechando. Se o companheiro Hilário continuar aumentando seu currículo parlamentar e a “fogo amigo” continuar acrescentando, daqui a pouco vai ter nome de monarquista, aqueles nomes bem São Longuinhos.
 

Por hora ainda dá para pronunciar e está até bonitinho, Hilário Armário Salário Tapetão. Não sei se agrada o contemplado.
 

Se bem que isto pouco ou nada importa, já que a compra do super valorizado armário e o aumento do salário não nos agrada e ele dá mostras de não se importar com isto. Também, se incomodar, estamos empatados.
“Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso!”
Bertolt Brecht

Willian A. Zanolli é artista plástico e jornalista e tchauuu.