27 de novembro | 2022

Empresária pode estar se afogando na falta de conhecimento

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“E que as Hidras deste tempo não sejam tão
venenosas ao ponto de matar as aspirações
democráticas desta nação e que o hálito
das manhãs não extermine
as esperanças dos homens”.

 

Do Conselho Editorial

A senhora Cléucia Regina Tozzi Ruiz, empresária olimpiense que participa do movimento manifestamente a favor da “intervenção federal”, que pode configurar o crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, foi alvo de duas matérias em edições deste jornal.

Uma das matérias teve por motivação denúncia encaminhada ao Ministério Público do Trabalho em razão da empresária ter sido acusada de promover assédio moral eleitoral antes das eleições. Levado a efeito um acordo junto ao MPT a empresária se retratou em suas redes sociais.

Mesmo que depois tenha manifestado contrariedade como se tivera sido tolhida na sua liberdade de expressar, quando na verdade havia sido acusada de cometer uma ilegalidade, razão pela qual teve que prestar esclarecimentos e se desculpar pela ação antijurídica levada a efeito.

Erros geralmente costumam ter efeitos pedagógicos, alguns tem a função de demonstrar que há necessidades de ajustes no comportamento, um redirecionamento na postura, um se patrulhar, se exigir mais maturidade, mais leitura e troca de ideias com pessoas mentalmente sadias.

Geralmente, para isto servem os erros, só que não é regra geral. Existem os insistentes, os teimosos, os que entendem que “Herrar é Umano”.

Nem bem deu tempo de esfriar o erro cometido, a hídrica empresária publicou em sua página do Facebook um vídeo onde mostrava mais de uma dezena de crianças fazendo manifestações antidemocráticas e tidas por reconhecidos juristas como ilegais, na porta do Tiro de Guerra de Olímpia.

Outra vez a insistente defensora de regimes autoritários, que prega intervenção militar que, traduzido, é a volta do regime militar, retira a postagem de sua página nas redes sociais alegando que havia sido alvo de uma denúncia anônima.

Óbvio que, como da vez anterior, ao invés de entender a gravidade da ação praticada por si e pelos que comungam dos mesmos ideais, buscou justificativas tolas e sem nexo algum para se colocar como extremamente certa mesmo tendo cometido um ato sabidamente ilegal.

Não bastasse sua falta de humildade, fez voltar suas baterias contra este jornal, que nada mais fez que publicar o que se tornou público pela sua própria ausência de noção da realidade e falta de bom senso.

As duas matérias, além de públicas, são de interesse público. Nenhum empresário está legalmente autorizado, nem na Coréia do Norte, a utilizar o emprego como forma de intimidação para obrigar o empregado votar em candidato de sua preferência.

A razão, talvez a empresária Cléucia Regina não saiba, é porque o voto é a expressão máxima da liberdade, através dele que o povo escolhe seus representantes.

Atentar contra o voto é atentar contra a democracia e, em razão disto, é crime.

E, se o estado democrático de direito permitisse pressão sobre o voto do empregado através da ameaça de dispensa ou fechamento da empresa, o estado não seria democrático e nem de direito.

Ai o coerente, se houvesse coerência nesta senhora e seus pares, seria a Sra. Cléucia Regina e seu grupo de alienados, tentar instituir, criar, fundar uma China ou um Afeganistão no Brasil, abolindo o voto e fazendo escolhas como em Cuba ou na Venezuela, através de um grupo seleto de senhores.

Em relação à exposição das crianças, chega a ser entristecedor que alguém que é pai ou mãe envolva seus filhos em conflitos políticos em um país em desarmonia, polarizado, com manifestações violentas e trágicas acontecendo pelo país afora.

Pode se alegar que em Olímpia as manifestações foram pacíficas, o que convenceria os alienados que não se lembram que os terroristas locais iam queimar pneus e madeiras na rodovia e foram prontamente impedidos da ação criminosa pela atuante polícia local.

Em sua manifestação contra este jornal, a senhora Cléucia Regina apenas demonstra o vazio que parece existir em seu cérebro, blindado para que nada que não seja Fake News e inverdades possa penetrar.

Estes manifestantes a favor de intervenção militar e outros absurdos lembram um pouco a Hidra de Lerna. que, na mitologia grega, era um monstro, filho de Tifão e Equidna, que habitava um pântano junto ao lago de Lerna, na Argólida, hoje o que equivaleria à costa leste da região do Peloponeso.

A Hidra tinha corpo de dragão e várias cabeças de serpente.

Segundo a lenda, as cabeças da Hidra podiam se regenerar; algumas versões dizem que, quando se cortava uma cabeça, cresciam duas em seu lugar, mas as primeiras versões da lenda não incluíam essa característica.

A Hidra era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito e os comia; se alguém chegasse perto dela enquanto ela estava dormindo, apenas de cheirar o seu rastro a pessoa já morria em terrível tormento.

A Hidra foi derrotada por Héracles (Hércules, na mitologia romana), em seu segundo trabalho.

Inicialmente, Héracles tentou esmagar as cabeças, mas a cada uma que cortava surgiam duas no lugar.

Decidiu então mudar de tática e, para que as cabeças não se regenerassem, pediu ao sobrinho Iolau para que as queimasse com um tição logo após o corte, cicatrizando desta forma a ferida.

Sobrou então apenas a cabeça do meio, considerada imortal.

Héracles cortou e enterrou a última cabeça com uma enorme pedra.

Assim, o monstro foi morto.

Esta a missão hercúlea dos futuros governantes: conseguir exterminar do pântano podre das instituições estas monstruosidades discursivas sem nexo que passaram a habitar a sociedade.

Não permitir que o que há nestas cabeças da Hidra se regenerem em versões iguais ou piores que as que por aí estão se multiplicando.

E que as Hidras deste tempo não sejam tão venenosas ao ponto de matar as aspirações democráticas desta nação e que o hálito das manhãs não extermine as esperanças dos homens.

Que o país sobreviva em plena paz e distante deste terrível tormento que é viver com a falsidade, a mentira e o ódio desta gente que nem de si mesmo, de suas crianças, enfim, de todos seus parece gostar.

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