28 de janeiro | 2024

Coroné Nando está em Ritmo de Carnaval Eleitoral

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“Tudo isso, para que se perpetue ainda mais a situação atual de Casa Grande e Senzala, onde o Coroné Nando, além de manter as pequenas senzalas espalhadas pela parte da Olímpia abandonada, continua sustentando-a com os restos e as vísceras dos porcos que são abatidos nos currais pelos jagunços desalmados, junto com o feijão de quinta, na certeza de que nunca deixarão de ser escravizados e vilipendiados. Enquanto isso, na Olímpia turística, a Casa Grande, tudo é divino maravilhoso.”

 

José Antônio Arantes

Em Olímpia, a política local atualmente se assemelha mais a uma contínua campanha eleitoral do que a uma gestão focada nas reais necessidades de seus cidadãos. O prefeito Fernando Cunha, embora não possa legalmente ser candidato novamente, parece estar em um ritmo incessante de campanha, marcado por anúncios suntuosos para divulgar projetos que, em muitos casos, podem nem sair do papel neste último ano de seu governo. Além disso, festas com custos elevados são organizadas, ao que parece, para acalmar o povo com pão e circo.

Entre os exemplos mais flagrantes está o projeto do aeroporto, cercado por dezenas de anúncios que vão desde o dia em que se entendeu que poderia lograr êxito até a aprovação pelo congresso e a agora a sanção do presidente da república. Claro está que o aeroporto pode se transformar em mais uma alavanca para o desenvolvimento da cidade, mas em fim de mandato, com certeza não conseguirá ver decolar o papel onde os traços foram desenhados.

Além do aeroporto, que já foi anunciado dezenas de vezes e até provocou discussão sobre a sua paternidade, sem nem mesmo ter nascido, outro anúncio suntuoso, que é um mero sonho que pode não ser adotado pelo próximo prefeito, é a intenção de troca do terreno do abrigo para construção do novo hospital. Foi divulgado com direito a toda uma parafernália de comunicação o “compromisso” de construção de um novo prédio para o abrigo São José, ao custo de R$ 10 milhões, para que o terreno onde hoje está instalado seja aproveitado para a construção de um novo hospital, agora com projeto diferente do anterior, bem menor e menos caro.

Tais eventos são realizados com grande alarde, mas sem garantias concretas de que as promessas serão cumpridas. Essas celebrações, embora pareçam positivas,dão mostras de esconder uma realidade preocupante: a sua utilização para fins que se assemelham mais a manobras políticas do que a gestões administrativas responsáveis, já que este governo está chegando ao fim.

A situação se torna ainda mais controversa com a exigência do “cartão cidadão” para inscrições em programas como o Minha Casa Minha Vida, agora rebatizado na cidade como “Meu Lar”. Essa exigência, já considerada inconstitucional, sugere uma possível manipulação de recursos e programas federais para benefício de interesses locais e políticos, com direito a fotos e vídeos com os pobres coitados que estão enfrentando fila e calor intenso sonhando ser sorteados finalmente com uma moradia.

O ritmo frenético do prefeito em anunciar projetos sem a certeza de sua realização, e a utilização da máquina pública para promoção de uma imagem política, são sinais claros de uma administração mais preocupada com os dividendos eleitorais que tudo isso possa provocar e influenciar nas próximas eleições do que em atender às necessidades da população de Olímpia, principalmente a menos favorecida.

A gestão do prefeito Fernando Cunha, portanto, precisa de uma análise crítica e atenta. É essencial que os cidadãos de Olímpia permaneçam vigilantes e questionem a real intenção por trás desses grandes anúncios e festividades. Afinal, o verdadeiro propósito de uma administração pública deve ser servir ao povo, e não servir-se dele para interesses políticos. A responsabilidade agora recai sobre os olimpienses: estar atentos e exigir que as promessas sejam cumpridas, e que o uso dos recursos públicos seja feito de forma transparente e em benefício da comunidade.

Tudo isso, para que se perpetue ainda mais a situação atual de Casa Grande e Senzala, onde o Coroné Nando, além de manter as pequenas senzalas espalhadas pela parte da Olímpia abandonada, continua sustentando-a com os restos e as vísceras dos porcos que são abatidos nos currais pelos jagunços desalmados, junto com o feijão de quinta, na certeza de que nunca deixarão de ser escravizados e vilipendiados. Enquanto isso, na Olímpia turística, a Casa Grande, tudo é divino maravilhoso.

Coroné Nando está em ritmo de carnaval eleitoral.

 

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