18 de setembro | 2022

Breve relato da investida do Gabinete do Ódio de Olímpia ao jornal e a rádio

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“As nuvens de fumaça que se ergueram do jornal
em chamas já prenunciavam esta tragédia
anunciada, só não viu e não entendeu
quem não desejou, por omissão
ou mente doentia e criminosa”.

 

Do Conselho Editorial

Nestes tempos acinzentados em que o ódio mostra suas garras bolsonaristas, este jornal e a Rádio Cidade,em 2021, foram atingidos por um incêndio criminoso.

O ex-bombeiro municipal Cláudio José de Azevedo Assis, (Claudio Baia) colocou fogo na sede do jornal Folha da Região e Rádio Cidade, porque, segundo ele, não aceitava as medidas de restrição contra a covid-19 defendidas pelo jornalista José Antonio Arantes, editor do jornal.

Além da sede do jornal, que também aloja um site e uma rádio, também foi atingida a residência do jornalista que fica no andar de cima do prédio.

O ex-bombeiro municipal Cláudio José de Azevedo Assis, na época, trabalhava na unidade do Corpo de Bombeiros local e confessou ter ateado fogo na redação desta Folha e da Rádio Cidade e na residência de seu editor, na madrugada do dia 17 de março, quase matando queimado ou por asfixia, o jornalista, sua mulher e sua neta.

No dia 17 de março de 2021, imagens de videovigilância mostraram o bombeiro sair da sua casa em uma motocicleta, às 4h10 (hora local) com uma mochila nas costas.

O crime ocorreu cinco minutos depois.

O fogo foi posto com combustível que foi jogado na porta do jornal e da residência da família, tendo sido abandonado no local um galão com o líquido não utilizado que também pegou fogo e explodiu.

Semanas antes e meses depois, o jornal foi alvo de uma violenta campanha difamatória por parte do que se presume sejam membros de um gabinete do ódio local em que se destacavam algumas pessoas.

Entre elas, o advogado Luiz Carlos Rodrigues Rosa Junior, que pregava, juntamente com outros bolsonaristas negacionistas, entre outras coisas, que não se anunciasse no jornal e nem assinasse o mesmo, notoriamente visando o estrangulamento financeiro dos veículos.

Não bastasse, iniciou com os negacionistas que eram apoiadores de sua injusta causa, uma vasta batalha judicial visando estrangular o jornal em duas frentes.

As duas, no final e por princípio, visavam o esgotamento econômico do jornal.

A primeira, nas redes sociais, incutindo nas pessoas a mensagem de que se tivessem um comércio não deveriam anunciar no jornal e na emissora de rádio.

E, se não fossem anunciantes, aconselhavam a que não fossem assinantes do jornal.

Na seara jurídica protocolaram nada menos que onze ações na esfera penal e cível tendo como patrono o advogado Luiz Carlos Rosa.

Buscaram a justiça a senhora Francislaine Zanata da Silva; os senhores, Hermes Rogério do Nascimento, Marco Antonio Miani, Pércio Aparecido de Melo e Luiz Carlos Rodrigues Rosa Junior (este, além de ser advogado de todas as outras, ainda ajuizou em nome próprio, uma penal e duas cíveis).

Destas onze representações, que se transformaram em processos, em dez foi demonstrado que não eram razoáveis os pedidos e a irresignação dos indignados negacionistas bolsonaristas.

O último publicado dando conta de que o pretenso direito pleiteado na justiça não procedia envolvia a senhora Francislaine Zanata da Silva e foi motivo de matéria na edição passada.

Resta ser julgada uma última ação que foi protocolada em nome do advogado Luiz Carlos Rodrigues Rosa Junior que já assistiu o insucesso de uma demanda em seu nome e outras nove em nome dos favoráveis ao negacionismo, a ciência e, ao que tudo indica, a métodos virulentos para resolver conflitos.

Dai se referir a eles e a outros que abraçam o fanatismo e o desejo de calar o outro através de aplaudir bombeiros incendiários, se postar contra vacinas, uso de máscaras, sob o falso manto da defesa da democracia e do direito de manifestação, como partícipes do gabinete do ódio local.

Necessário anotar que a tragédia do incêndio que foi alvo o jornal, a emissora e a família do jornalista já era prenúncio do que se transformaria o Brasil no período eleitoral.

As mortes, ameaças, discursos de ódio e de anulação do outro através da intimidação, da truculência, da implantação do medo, já se mostravam presentes na época em que este jornal foi incendiado e, como nada ou pouco foi feito pelas autoridades competentes, nada mais natural que o crescimento da incivilidade fosse ampliado e culminasse na violência que está ocorrendo no período eleitoral.

Este breve relato da investida do Gabinete do ódio de Olímpia ao jornal e a rádio, provocando um incêndio criminoso e uma batalha econômica e judicial visando a destruição da vida dos proprietários ou aniquilamento econômico da empresa e de seus proprietários já sinalizava para um futuro de conflitos e ódios.

Este futuro está ai, estampado nas mortes e agressões de toda ordem, provocadas por discordâncias políticas e que deixam claras a participação de bolsonaristas fundamentalistas e fanáticos.

As nuvens de fumaça que se ergueram do jornal em chamas já prenunciavam esta tragédia anunciada, só não viu e não entendeu quem não desejou, por omissão ou mente doentia e criminosa.

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