22 de outubro | 2023

A busca pela transparência em Olímpia e a necessária Comissão Especial de Inquérito

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“A população de Olímpia merece uma administração que opere com transparência e integridade. Se a atual gestão tem confiança em suas ações e na lisura de seus contratos, ela deve acolher a CEI como uma oportunidade de esclarecer todas as dúvidas”.

 

DO CONSELHO EDITORIAL

Quem não deve, não treme. É com essa máxima popular que contemplamos a atual conjuntura política na cidade de Olímpia. O clamor público por uma gestão limpa e transparente é algo inerente a qualquer democracia, e quando indícios de irregularidades surgem, a população merece respostas claras.

O pedido de CEI, Comissão Especial de Inquérito, pela Câmara Local é uma reação direta às suspeitas que envolvem a administração municipal. Em um cenário ideal, a criação de tal comissão deveria ser vista como uma oportunidade para esclarecer eventuais mal-entendidos e comprovar a idoneidade dos governantes. Entretanto, as recentes movimentações do prefeito Fernando Cunha, exonerando secretários para influenciar a aprovação da comissão, lançam uma sombra de desconfiança sobre a integridade de sua gestão.

A situação se agrava ao considerar os rumores acerca das empresas envolvidas. A possível ligação entre essas empresas e assessores ou membros da câmara local instiga ainda mais a necessidade de uma investigação isenta e aprofundada. Se confirmadas tais alegações, estaríamos diante de um claro conflito de interesses, que mina a confiança do povo naqueles que foram eleitos para representá-los.

O documento elaborado pelos vereadores é detalhado e contundente. Alegações de pagamentos atrasados, potenciais pagamentos em duplicidade e o não repasse de contribuições sociais como INSS e FGTS são assuntos gravíssimos. Caso comprovados, tais atos não só desrespeitam os trabalhadores de Olímpia, mas também configuram infrações legais que podem acarretar consequências severas para a gestão municipal.

A questão das verbas rescisórias e da possível negligência na fiscalização dos contratos reforça a imagem de uma administração que, no mínimo, tem falhas em seu controle e gestão. É papel do executivo e legislativo garantir que contratos sejam honrados e que os trabalhadores, pilares de qualquer município, sejam respeitados.

O que é fundamental ressaltar, contudo, é que a busca pela verdade não deve ser um instrumento de perseguição política. Como bem mencionado pelos vereadores, o objetivo é garantir “o respeito ao trabalhador de Olímpia e a excelência no serviço público”. Portanto, enquanto houver indícios de corrupção, desvios ou negligência, é imperativo que as investigações ocorram.

A população de Olímpia merece uma administração que opere com transparência e integridade. Se a atual gestão tem confiança em suas ações e na lisura de seus contratos, ela deve acolher a CEI como uma oportunidade de esclarecer todas as dúvidas. Resistir a essa investigação, sobretudo através de manobras políticas, apenas alimentará as suspeitas.

Por fim, é essencial que a Câmara de Olímpia delibere com rapidez sobre a instalação da CEI. A sombra da dúvida não pode pairar por tempo indeterminado sobre a cidade. Em um prazo de 90 dias úteis, espera-se que a verdade venha à tona, que irregularidades sejam corrigidas e que os responsáveis, se houver, sejam punidos.

O que está em jogo é a confiança do povo de Olímpia em seus representantes. E em uma democracia, tal confiança é o bem mais precioso que um governante pode ter.

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