O atual vereador Marco Antônio Santos, conhecido por Marquinhos Santos, do DEM, mesmo partido do prefeito Eugênio José Zuliani, que está sendo acusado de concussão e assédio sexual por sua assessora que trabalhava com ele na Câmara Municipal de Olímpia há aproximadamente quatro meses, poderá até ser expulso do DEM. Por enquanto, pelo menos, ele continuará participando das eleições deste ano onde concorre a reeleição para o cargo de vereador.

Se confirmadas as acusações, o DEM vai avaliar até expulsão dele do partido, segundo o prefeito, que também é o presidente do partido, afirmou ao jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, durante entrevista que concedeu na terça-feira, dia 6.

Geninho disse ao jornal que ficou “surpreso” com a operação policial envolvendo um de seus aliados políticos. Ele disse que o parlamentar acusado se filiou na legenda no final de março, no fim do prazo para mudar de partido. “As informações que tenho são essas que estão sendo divulgadas pela imprensa. Quero conversar com o advogado dele para saber o que aconteceu”, afirmou o prefeito.

Também segundo o prefeito, na quinta-feira, dia 8, a direção do DEM em Olímpia vai se reunir para decidir o futuro político do vereador da sigla. O cacique do partido na região, Rodrigo Garcia, atual secretário estadual de Habitação, também deverá ser consultado sobre quais medidas deverão ser adotadas em relação ao vereador.

Candidato à reeleição, o vereador Marco Santos foi preso em flagrante na terça-feira, dia 6, acusado de obrigar uma assessora a devolver R$ 1.665 por mês. A mulher disse à polícia que ficava apenas com R$ 1 mil do vencimento de R$ 2.665 pago pela Câmara. Ela disse que foi obrigada a rachar o salário com o vereador durante quatro meses.

De acordo com o delegado Ricardo Afonso Rodrigues, a assessora Brenda Martins denunciou o caso ao Ministério Público, o que levou a Polícia Civil a fazer uma operação para flagrar o vereador recebendo o dinheiro. Levado para à delegacia, Santos prestou depoimento e, no final da tarde, foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taiuva, na região de Ribeirão Preto.

Para comprovar o crime, foram xerocadas as cédulas antes de entregar o dinheiro ao vereador. Os R$ 1.665 entregues pela assessora foram encontrados no bolso dele. Santos faz parte da base governista do prefeito Geninho Zuliani.

“A assessora pagava um pedágio para trabalhar. O vereador foi preso em flagrante, já prestou depoimento e foi levado para Taiuva”, afirmou o delegado. Participaram da operação para prender o vereador dois delegados e quatro investigadores de polícia. Segundo Rodrigues, o vereador admitiu que recebeu dinheiro da assessora, mas alegou que seria pagamento de empréstimo. Ela negou a versão do vereador em depoimento à polícia.

ASSÉDIO SEXUAL

O delegado afirmou ainda que Brenda acusou o ex-chefe de assediá-la sexualmente. Segundo a polícia, o vereador também negou que tenha assediado a ex-assessora, que ele disse ter demitido “por incompetência”. A mulher prestou depoimento acompanhada do marido. “Instaurei inquérito para apurar outros pagamentos irregulares que teriam sido feitos na Câmara”, acrescentou o delegado.

O Ministério Público também instaurou inquérito civil para apurar ato de improbidade administrativa. O dinheiro foi apreendido como prova. A Justiça Eleitoral será informada sobre a prisão do vereador. Por enquanto, ele segue como candidato na eleição de outubro.

O advogado de Santos afirmou que o cliente negou tudo que foi dito contra ele em depoimento. “(Ele) nega as acusações. É retaliação porque (a assessora) foi exonerada”, afirmou o advogado, que não quis se identificar à reportagem na delegacia em Olímpia.

A defesa deve ingressar com pedido de Habeas Corpus (HC) nos próximos dias, no Fórum de Olímpia e no Tribunal de Justiça em São Paulo para tirar o vereador da cadeia. O crime de concussão prevê pena de reclusão de dois a oito anos.