16 de julho | 2009

Usina confirma, mas não explica acidente de trabalho

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A assessoria de imprensa da empresa Açúcar Guarani enviou, no final da tarde da quarta-feira, dia 15, um e-mail à redação desta Folha, no qual, ao afirmar que está investigando, confirma que realmente houve um acidente de trabalho, possivelmente em sua planta industrial da Usina Cruz Alta de Olímpia. Porém, os comunicados que chegaram, um às 16h36, e outro às 17h37, ambos com praticamente o mesmo teor, não informam nada sobre o ocorrido.

Os comunicados não explicam em quais circunstâncias, pelo menos, tudo aconteceu, a não ser que os funcionários receberam alta hospitalar e passam bem e que a empresa, além de prestar a assistência necessária, ainda investiga as causas.

“Em tempo, a Açúcar Guarani informa que seus colaboradores W.X.S e C.C.L.B já receberam alta e se recuperam bem. A Companhia informa, ainda, que presta a assistência devida aos colaboradores envolvidos e seus familiares e que investiga as causas do acidente”, diz a pequena nota enviada a esta Folha.

Na manhã do dia 16, as 9h13, chegou outro e-mail da assessoria, da jornalista Paula Maeda, acrescentando ao comunicado anterior, a seguinte frase: "As medidas necessárias para sanar as causas dos acidentes já foram providenciadas".

No dia 14, o iFolha publicou que a Açúcar Guarani Usina Cruz Alta de Olímpia não havia informado as causas de acidente de trabalho, que teria acontecido no dia 29 de junho, vitimando os trabalhadores Valmir Xavier da Silveira, de 46 anos de idade, e Carlos César Leva Borduque, de 21 anos, com queimaduras pelo corpo. Segundo informações extra-oficiais, teriam acontecido problemas com a válvula de segurança de uma caldeira.

Na mesma nota explicava que o acidente possivelmente teria ocorrido há cerca de duas semanas e segundo as informações obtidas na Santa Casa de Olímpia, no início da tarde da sexta-feira, dia 10, ambos ainda permaneciam em tratamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas com previsão de passarem brevemente para um quarto comum.

Na notícia do dia 14 do iFolha também foi informado que havia sido enviado na sexta-feira, dia 10, um e-mail para a assessoria de imprensa da empresa, que não havia sido respondido até o início da tarde da terça-feira, dia 14. A correspondência foi enviada em nome da jornalista Paula Maeda, às 15h20, com o seguinte teor: “Ficamos sabendo através de comentários que existem dois pacientes internados na Santa Casa local com problemas de queimaduras ocasionadas em acidente com caldeira na Usina. Sem ocorrência policial divulgada (ou omitida) e sem nenhuma manifestação da empresa, a impressão que fica é a de que a empresa está escondendo estes acidentes, que unidos a outros já ocorridos no passado recente, podem significar que estaria havendo algum problema interno de segurança no trabalho ou na metodologia utilizada na linha de produção. Esperamos uma manifestação sobre o assunto”.


As notas recebidas nos dias 15 e 16, portanto, pouco acrescentaram além da confirmação de que ouve o acidente, na medida em que diz que está sendo investigado, que os acidentados tiveram alta do hospital, que as causas já estão sendo sanadas e que estão recebendo assistência da empresa.

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