25 de maio | 2022

Tereos paralisa Usina Guarani de Severínia por um ano e inicia processo de demissão em massa

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PARALIZAÇÃO TEMPORÁRIA?
População de Severínia está apreensiva pois grande parte da economia da cidade gira em torno da indústria.

O grupo Tereos confirmou em nota oficial, na manhã desta quarta-feira, a paralisação das atividades de sua planta industrial de Severínia, a Usina Guarani, na safra 2021/2022 em razão da diminuição na matéria-prima ocasionada pelas condições do tempo verificadas no último ano.

A população da cidade está apreensiva, pois grande parte da economia do município depende direta e indiretamente da indústria que é uma das pioneiras na produção de açúcar no Estado de São Paulo. Segundo publicação de um jornalista da cidade no Facebook, 60% da arrecadação de Severínia vem do funcionamento da indústria.

Para alguns entendidos, se a informação for confirmada e o município tiver comprometimento com a folha de pagamento entre 40 e 50% que é permitido por lei, não terá condições nem de bancar o funcionalismo local.

A CONFIRMAÇÃO DA TEREOS

A Tereos Açúcar & Energia Brasil confirmou a paralisação temporária das operações na unidade de Severínia pelo período de um ano em nota oficial emitida na quarta-feira, 24.

O motivo, segundo a empresa, é a seca histórica que afetou a safra 21/22 de cana-de-açúcar, que impactou o volume de matéria-prima disponível para processamento.

A companhia afirmou ainda que a decisão é estratégica para otimizar a produção e a logística, otimizando o aproveitamento de cana nas demais unidades. Segundo a empresa, a medida não terá impacto sobre o volume de moagem previsto para a atual safra.

“A maior parte dos funcionários de Severínia já foi realocada em outras unidades industriais da Tereos e os demais, cuja recolocação não foi possível, estão recebendo todo o apoio e suporte necessários neste momento de transição”, afirmou a companhia.

Durante o período de suspensão de atividades operacionais da unidade, a Tereos afirma que atuará de forma responsável junto à comunidade do município de Severínia, mantendo seu suporte ao desenvolvimento social e econômico da região.

“As perspectivas da companhia para o ano se mantêm inalteradas e a Tereos segue com seu compromisso de construir um futuro sustentável pautado pela transparência no relacionamento com seus colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes e consumidores”, conclui a nota.

PREFEITA DA SEVERÍNIA
FEZ POSTAGEM NO FACE

O fato, inicialmente, foi Relatado pela prefeita Gláucia Camacho em nota e depois em sua página no Facebook e também no perfil do jornalista Tadeu Carlos Fonseca, daquela cidade.

A nota da prefeita Gláucia Emília Scatolin Camacho tem o seguinte teor:
“Acompanhada do vereador Ulysses Terceiro, recebemos no Paço municipal, o gerente de Relações Institucionais da Tereos, Sr. Douglas Leonardo Souza, na manhã dessa terça-feira, 24 de maio (foto acima). Na pauta, o comunicado de que a unidade da Tereos em Severínia, a primeira e mais antiga unidade do Grupo, não estará moendo nessa safra 2022”.

“Recebemos a notícia com espanto e muita tristeza, pois o funcionamento da unidade é a principal mola propulsora para o desenvolvimento da cidade de Severínia”.

“O gerente deixou claro que a intenção do Grupo Tereos é de usar esse período para manutenção e aprimoramento dos equipamentos existentes, e que a paralisação se deu por conta das intempéries climáticas do ano passado, e a baixa oferta de cana de açúcar na nossa microrregião”.

“A intenção do Grupo é manter a unidade Severínia, pois a mesma fabrica produtos únicos para os padrões da empresa, como o açúcar cristal”.

“Gostaria de pedir para nossa população que fique calma nesse momento, pois estamos em tratativas e comunicação com os responsáveis pela Tereos, para que a unidade de Severínia volte a moer em 2023, para que o município não sofra prejuízos inestimáveis no futuro”.

“O gerente de Relações Institucionais frisou que a empresa manterá contato contínuo com o Município, para que o impacto no município esse ano de 2022, seja o mínimo possível. O momento é de união geral, para que possamos passar por mais esse desafio importante que se apresentou para o município”, finaliza o post da prefeita.

JORNALISTA DE SEVERÍNIA
ACREDITA EM COLAPSO ECONÔMICO

Já o jornalista Tadeu Carlos Fonseca postou:

“A Usina Guarani está oficialmente fora da safra 2022 do grupo Tereos. O motivo da paralisação seria a falta de cana, já que o grupo francês necessitaria de pelo menos 26 milhões de toneladas e teria conseguido comprar apenas 15 milhões dos produtores da região, já que muitos vendem a cana para outras empresas de outras comarcas. A unidade ficará apenas com alguns trabalhadores pra manutenção da estrutura enquanto o destino da usina para o ano que vem ainda será definido”.

“Segundo comunicado da empresa parte dos colaboradores serão realocados nas outras usinas da região como a Cruz Alta de Olímpia e São José em Colina, mas levantamos que pelo menos 30% dos trabalhadores diretos já serão dispensados imediatamente”.

“A Usina Guarani é a principal empresa de Severínia. Além da perda dos postos de trabalho a paralisação da usina impactará também nos cofres da cidade já que cerca de 60% de todo ICMS arrecado pela prefeitura vem da venda dos produtos fabricados na unidade e da compra da cana dos produtores, o que poderá resultar em um colapso da economia local afetando todos os setores em cadeia”.

“Dado Histórico: A Usina Guarani foi a primeira a fabricar açúcar no Estado de São Paulo. O nome Guarani foi dado pela esposa do fundador da empresa, César Gallib Tannuri”, conclui Tadeu Fonseca.

 

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