08 de dezembro | 2008

Sobe para três as vítimas fatais do onibus que caiu no Turvo

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 Subiu para três o total de vítimas fatais do acidente ocorrido no final da tarde da quarta-feira desta semana, dia 3, sobre a ponte do rio Turvo, na rodovia Assis Chateaubriand (SP-425). O corpo do trabalhador rural Ismael Furigo, de 58 anos de idade, que estava desaparecido, foi localizado no início da noite da quinta-feira, dia 4, cerca de dois quilômetros abaixo do local do acidente.

O corpo foi encontrado boiando por pessoas que pescavam no rio Turvo, por volta das 19h30 da quinta-feira desta semana, cerca de 24 horas após o acidente. A média de tempo para o corpo boiar, nesses casos, é de 48 horas, mas isso não é regra. Depende da temperatura da água, idade da vítima, o que comeu ou até se ingeriu bebida alcoólica.

O ônibus que transportava 43 trabalhadores rurais caiu no rio Turvo, na divisa entre Olímpia e Guapiaçu, inicialmente deixando um saldo de dois mortos, um desaparecido e 33 pessoas feridas, sete delas com certa gravidade, principalmente fraturas.

A Santa Casa de Olímpia atendeu a maioria dos feridos com escoriações e pequenos ferimentos. O trabalhador rural Luiz Carlos de Souza, 38 anos, chegou morto ao hospital e Octávio Éttore Bessa, 50 anos, morreu no local do acidente. Cinco feridos foram socorridos no Hospital de Base e na Santa Casa, ambos de São José do Rio Preto.

O ônibus, conduzido por Valdeci Cardoso, 36 anos, seguia no sentido de Olímpia e foi atingido, na traseira, por uma carreta que estava carregada com laranja, dirigida por Élcio Augusto Pereira Lima, 32 anos, que abandonou o local do acidente.

Com o impacto, o ônibus ficou desgovernado, bateu na mureta de proteção da ponte, que não resistiu. O veículo caiu de uma altura de oito metros. O motivo que levou a carreta a bater na traseira do ônibus será investigado, principalmente, nas questões da velocidade e da atenção.

O trabalhador rural Valter Vieira de Souza, 27 anos, estava no ônibus e afirma que o motorista freou de forma brusca para não bater em um carro, que seguia na frente. "Não deu tempo de a carreta parar", afirma. Mesmo ferido nas costas e tórax, ajudou a retirar cinco pessoas de dentro da água.

Metade submersa

Metade do ônibus ficou submersa. Os feridos eram retirados da água e deixados na margem. "Pensei que iria morrer." Os trabalhadores moram em Severínia e trabalham na colheita de laranja na fazenda Corredeira, em Guapiaçu. Retornavam para casa quando aconteceu o acidente. Eles são funcionários da empresa Monte Citrus, de Monte Azul Paulista. O ônibus é particular e presta serviço para a empresa.

Os pertences das vítimas foram recolhidos pela Polícia e levados para a delegacia. Um inquérito policial vai apurar as causas do acidente. O tacógrafo da carreta, que registra a velocidade do veículo, ainda não foi localizado.

O trabalhador rural Elias Vargas da Silva, 43 anos, olhava para o ônibus e respirava aliviado. Ele deveria ser um dos passageiros do veículo, como em todos os dias e só não estava no ônibus porque estava com o carro do empreiteiro, que precisou ir ao médico, à tarde.

"Eu seguia logo atrás. Não acreditei quando vi o ônibus voando. Deus me livrou dessa vez. Eu poderia ser uma das vítimas dessa tragédia," dizia enquanto tentava obter informações sobre o estado de saúde dos colegas de trabalho. Elias parou o carro, correu para o rio e ajudou a retirar os amigos feridos com gravidade.

O colega de Elias, Evilázio Pereira da Silva, 35 anos, foi um dos poucos passageiros a não se ferir no acidente. Ficou apenas molhado e assustado, como afirmou. "Nunca tinha passado por um susto como este. O ônibus estava em bom estado, com pneus bons. O acidente não teria acontecido se a carreta não tivesse batido na gente," afirma. Elias afirma que, com o impacto da colisão, vários vidros do ônibus se quebraram e, assim, a saída dos feridos foi facilitada. Eles tiveram de subir um barranco para deixar o local.

A margem do rio foi transformada em base de socorro. As ambulâncias chegavam a todo instante, vindas de Rio Preto, Guapiaçu e Olímpia, pegavam os feridos e corriam para os hospitais da região.

Pelo menos 50 profissionais, entre bombeiros, médicos, enfermeiros e policiais rodoviários e militares, além de populares, trabalharam no resgate das vítimas. Só de Rio Preto foram enviadas dez viaturas do Corpo de Bombeiros. A rodovia foi interditada durante 20 minutos para o trabalho da perícia. A polícia teve trabalho apenas para retirar os curiosos.

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