A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Izabel Cristinna Reale Thereza, desconhece que ainda existam barracos no antigo Pedregal, atualmente Jardim Boa Esperança, que é conhecido por toda a população como uma verdadeira ‘favela’ da cidade, dado os problemas sociais a que os moradores daquela localidade são obrigados a enfrentar.

Pelo menos isto é o que pode ser depreendido das próprias palavras da secretária, ditas durante uma longa entrevista que concedeu no início da tarde da quinta-feira desta semana, dia 25 de agosto, ao programa Olímpia 11 Horas, da Rádio Difusora AM.

Ao ser questionada a respeito do trabalho realizado com a população – e se é que esta realmente existia – que viveria abaixo da linha da pobreza, destacou firmemente que todos os esforços têm sido intensos desde o ano de 2001: "quando o prefeito Carneiro nos convidou para assumir a secretaria de assistência social e a gente tem feito um trabalho na luta contra esses bolsões (de pobreza)".

"Quando assumimos em 2001, é claro, encontramos ‘N’ situações: situações realmente de miserabilidade intensa, que não sabíamos como acudir até por conta do próprio recurso; tínhamos favelas, tínhamos conjuntos de moradias em situação de miserabilidade, tínhamos barracos, ‘N’ barracos concentrados, aquele conjunto de barracos que se formavam em favelas, hoje isso já nós extinguimos esse conjunto concentrado de barracos", acrescentou.

De acordo com ela foi implantado um projeto de nome "Morar Melhor", no qual o prefeito cedeu a área e foram construídas unidades habitacionais para contemplar essas famílias com custo zero.

"Essas famílias foram transferidas desses aglomerados de barracos para casas de alvenarias que foram adequadas a um espaço novo onde pudessem ter uma melhor qualidade de vida. E é isso que buscava ao longo de todos esses anos", explicou.

Entretanto, numa rápida pesquisa realizada no final da tarde do mesmo dia, a reportagem desta Folha pode verificar a existência, ainda, de vários barracos, além de casas, que embora de alvenaria, diferentemente do que foi apregoado pela secretária, longe de proporcionarem melhor qualidade de vida aos moradores.